Performance “A água é uma máquina do tempo”, de Aline Motta

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Summary

TLDRO texto é uma reflexão profunda sobre a relação entre mães e filhas, explorando a herança familiar, a dor da perda e a luta contra a opressão. A protagonista narra suas experiências e memórias, conectando-se com a história de suas antepassadas, incluindo eventos históricos como a Revolta da Armada. A narrativa aborda questões de identidade, racismo e a complexidade das relações familiares, destacando a busca por compreensão e conexão. A morte é vista como uma separação, mas a protagonista busca manter viva a memória de sua mãe, enfatizando a importância da continuidade da vida e das experiências compartilhadas entre gerações.

Takeaways

  • 👩‍👧 Relação complexa entre mães e filhas.
  • 📜 Importância da memória na formação da identidade.
  • 🌍 Reflexão sobre racismo e opressão.
  • 💔 A dor da perda e a busca por conexão.
  • 🕰️ A continuidade da vida através das gerações.
  • 📖 Narrativa entrelaçada com eventos históricos.
  • 💭 Reflexões sobre a morte e a memória.
  • 🌊 A luta pela compreensão mútua.
  • 🧬 Herança familiar e suas implicações.
  • 🕊️ A busca por proteção e amor incondicional.

Timeline

  • 00:00:00 - 00:05:00

    A narrativa inicia-se com a conexão entre gerações, onde a protagonista reflete sobre a gestação e a história de sua família, marcada por tragédias e eventos históricos, como a Revolta da Armada. A casa onde viveu sua bisavó é descrita como um espaço de dor e resistência, onde a vida e a morte coexistem em meio ao barulho da guerra.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    A história avança para a experiência de uma mãe que, por motivos poderosos, abandona seu filho recém-nascido, revelando a dura realidade das mães que enfrentam a marginalização. A protagonista reflete sobre sua infância, marcada por questões de identidade e racismo, e como isso afetou sua percepção de si mesma e de sua família.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    A narrativa se aprofunda nas memórias da protagonista, que lida com a pressão social e a busca por aceitação. Ela compartilha suas tentativas de fuga e a incompreensão que sentia em relação à sua mãe, revelando um relacionamento complexo e doloroso. A escrita se torna um meio de expressar suas frustrações e anseios.

  • 00:15:00 - 00:20:29

    O texto culmina em uma reflexão sobre a morte e a memória, onde a protagonista lida com a perda de sua mãe e a transformação do corpo em um altar de lembranças. A conexão entre mãe e filha é explorada de maneira profunda, destacando a continuidade da vida e a importância da memória na construção da identidade.

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Video Q&A

  • Qual é o tema principal do texto?

    O tema principal é a complexidade das relações familiares, especialmente entre mães e filhas, e a luta contra a opressão.

  • Como a protagonista se sente em relação à sua identidade?

    A protagonista luta com sua identidade, refletindo sobre questões de racismo e a percepção que os outros têm dela.

  • Qual é a importância da memória na narrativa?

    A memória é crucial, pois conecta a protagonista às experiências de suas antepassadas e molda sua compreensão de si mesma.

  • Como a relação com a mãe é retratada?

    A relação com a mãe é marcada por dor, incompreensão e uma busca por conexão.

  • Que eventos históricos são mencionados?

    O texto menciona a Revolta da Armada e a tuberculose como parte da história familiar.

  • Qual é a visão da protagonista sobre a morte?

    A protagonista reflete sobre a morte como uma separação do corpo e da memória, e a luta para manter viva a memória de sua mãe.

  • Como a narrativa aborda a questão do racismo?

    A narrativa aborda o racismo através das experiências da protagonista e suas reflexões sobre como isso afetou sua vida e suas relações.

  • O que a protagonista deseja em relação à sua mãe?

    Ela deseja uma conexão mais profunda e a capacidade de proteger sua mãe em pensamento.

  • Como a narrativa é estruturada?

    A narrativa é estruturada em forma de memórias e reflexões, misturando passado e presente.

  • Qual é a mensagem final do texto?

    A mensagem final é sobre a continuidade da vida e a importância da memória e da conexão entre gerações.

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    ST GR da minha
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    mãe chegou a minha vez de Te carregar na
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    barriga a gestação dura o tempo de
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    escrita de um
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    livro agora você pode fechar os
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    olhos agora você pode fechar os olhos no
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    fundo do
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    [Música]
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    mar
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    [Música]
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    [Música]
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    hum deixou um rastro de leite e
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    sangue teve sete filhos entre eles minha
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    bisavó morreu de tuberculose mas a
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    história que contam é que morreu de
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    susto por causa de bombas na baia de
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    Guanabara durante a revolta da
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    armada militares contra militares a
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    república Era só mais um
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    golpe os vidros trincam as xícaras
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    tremiam a estrutura da casa ficou
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    abalada
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    [Música]
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    no sobrado viviam várias famílias era
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    difícil separar os utensílios dos
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    doentes não se sabia mais quem havia
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    passado o Infortúnio para quem
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    explodia mais um tiro de canhão e
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    escoram as rachaduras com improvisados
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    pedaços de pau dando a impressão de que
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    aquela obra nunca
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    terminaria no final Ambrosina já não
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    podia mais com tanto barulho era o ano
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    de
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    [Música]
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    1894
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    abre que eu quero fazer o susto já havia
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    levado uma das filhas de
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    Ambrosina era carnaval nical estava na
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    soleira da porta observando o
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    movimento de repente um homem vestido de
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    caveira vem em sua
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    direção ela desfalece o homem vestido de
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    caveira pega a menina desmaiada nos
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    braços e a leva até a mãe que estendia a
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    roupa no quintal
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    depois de voltar a
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    si nales nunca mais foi a mesma Um Morto
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    havia entrado
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    nela começou a entar ruídos estranhos
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    apontava para Fantasmas arrumando
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    gavetas
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    imaginárias pressentiu seu próprio fim
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    mas errou a
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    destinação naturalmente a doença veio
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    buscar sua mãe em
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    [Música]
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    primeiro Rua Evaristo da Veiga número
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    43 Centro do Rio de Janeiro
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    1894 já havia funcionado uma Estalagem
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    nos fundos com uma alfaiataria na
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    frente depois construíram um sobrado e
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    com ele surgiu a casa de
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    cômodos nesta rua a o convento o quartel
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    e o quarto da minha
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    tataravó H dias sem conseguir se
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    levantar ela mal respira esp lufadas de
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    ar
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    contaminado o corpo se
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    desintegra
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    tose osh
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    apenas esperam de
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    Amanhecer
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    esta
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    sussurram uma menina negra coloca na
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    roda o filho que acabou de
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    parir a ceta
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    Toca do outro lado uma freira recolher
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    beb ele não
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    chora havia esperança de que o leite de
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    primeiro parto pudesse ser alugado para
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    outro
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    recém-nascido uma medalhinha da virgem
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    da Conceição no pescoço uma fita
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    vermelha no braço estes serão os
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    sinais peço que guardem meu filho até
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    que minhas foras me permitam
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    buscá-lo poderosos motivos obrigam a
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    abandonar Este menino Deus sabe até
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    quando não está batizado deve chamar
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    Francisco era o que ela queria ter
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    escrito num bilhetinho antes do
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    depósito ambina sabe da rotina dos
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    enjeitados e conta mais um bem ouv cinet
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    mora do outro lado da
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    rua lançar bebês na roda de madrugada
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    assegura ainda mais O
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    Anonimato Nem todas as crianças vingam
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    bateu-lhe o
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    coração Nem todas as mães
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    vingam
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    meu pai me levava na aula de
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    natação um dia ouvi as outras crianças
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    se
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    perguntando Será que ela é
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    adotada
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    minha vizinha e melhor amiga na infância
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    era
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    Branca um dia perguntou pra mãe quando
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    eu ia
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    melhorar
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    uma vez uma senhora me deu dinheiro na
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    rua e
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    disse é para ajudar a sua
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    família discutir racismo na minha
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    família era como entrar naquela parte do
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    mar em que não dá mais pé se fosse
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    chamado pelo nome o equilíbrio familiar
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    se quebraria e a corrente nos levaria à
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    Deriva na beira não precisávamos passar
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    a
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    arrebentação fazíamos piada daquilo tudo
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    até que nada mais tinha graça Acho que
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    não foi bem assim você está imaginando
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    coisas por que cismou com isso
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    agora
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    era possível que estivesse
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    suja suja de tanto brincar naquele
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    estacionamento era o lugar que tínhamos
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    para brincar nos escondamos atrás das
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    rodas dos carros no pi esconde depois da
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    escola era possível que estivesse
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    descalça era possível que meu pai que me
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    acompanhava não se paree em nada
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    comigo que eu estivesse
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    descabelada durante um tempo procurei me
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    ajeitar nem sempre deu certo era
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    possível tanta coisa nessa época eu era
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    frequentemente confundida com um
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    menino tinha manchas nos joelhos e nos
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    cotovelos e os pelos do braço pareciam
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    Mais Escuros do que os das outras
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    meninas
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    eu pele
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    suja tenho raiva por ter aceitado o
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    dinheiro Niterói 9 de maio de
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    1979 nem sei porque hoje comecei a
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    escrever aqui pois gosto mesmo é de
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    falar talvez me sinta deprimida porque
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    logo que cheguei
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    sou que a televisão colorida tão cara já
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    pifou e que o conserto deve
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    demorar pronto Logo agora que estava
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    vendo o seriado Raízes que fala sobre um
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    assunto que me interessa
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    muito mas sabe não foi bom isso
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    acontecer estamos tão viciados em olhar
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    para tela que nos esquecemos de
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    conversar sobre os problemas do dia a
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    dia
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    graças a Deus tem o meu trabalho só o
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    serviço de casa e a monotonia do
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    cotidiano acabariam
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    [Música]
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    comigo o Limiar da idade madura parece
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    que nunca soube
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    viver Será que no dia de minha morte
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    terei deixado de ser egoísta
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    amarga louca
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    insatisfeita desatenta
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    preguiçosa
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    desconfiada
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    metida faladeira
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    dengosa
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    chata 30 anos depois escrita no
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    Diário poucos dias após o
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    enterro meu pai encontrou o caderno e me
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    disse não foi sua mãe que escreveu
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    isso era uma voz que eu também nunca
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    tinha
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    ouvido lá em casa reclamar era admitir o
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    fracasso portanto uma arena
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    interditada com o diário também havia os
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    bilhetes que escrevi dizendo que ia
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    fugir de casa e que ia para um lugar
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    melhor e que meu irmão não teria mais
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    irmã eu ia até a escada em frente aos
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    elevadores e ficava lá sentada até
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    sentir medo ou vontade de ir ao
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    banheiro voltava derrotada daquele jogo
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    de forças e o que lembro dessas
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    tentativas de fuga era da minha mãe
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    rindo rindo
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    muito rindo
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    muito o riso digeria sem
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    esforço do meu lado o sentimento de
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    incompreensão nunca se
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    dissipou no momento de sair Eu Me virei
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    disse minha mãe por isso tive de sair
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    pela barriga Cortaram a barriga e me
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    tiraram lá de dentro daí para frente Só
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    piorou de novo me virando evitando
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    fingindo e me livrando da possibilidade
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    de que pudéssemos ser
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    próximas chorar era motivo de
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    vergonha minha vocação era motivo de
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    vergonha ou falta de dinheiro que no
  • 00:13:46
    final das contas dava no
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    mesmo sexo era motivo de
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    vergonha Queria poder culpar minha mãe
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    pela minha falta de jeito mas ela não
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    deixaria por me
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    menos fazer o que pôde custou-lhe a
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    vida deve ter doído se
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    desprender não pulsam deram descarga
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    elétrica nada vibra cessam os
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    tremores
  • 00:14:23
    entubaram Não
  • 00:14:26
    respira o ar está cheio de água e
  • 00:14:29
    gordura estou
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    sufocada os dois hemisférios do cérebro
  • 00:14:34
    em um movimento sincronizado fazem um
  • 00:14:38
    uníssono
  • 00:14:41
    não acabou de fez a febre que não
  • 00:14:44
    passava 20 dias o corpo esfria ausência
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    de calor
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    fim não Foi morte
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    natural
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    uma mulher negra aguenta tudo até o dia
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    em que não consegue mais subir
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    escadas o braço todo furado minha mãe
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    nunca reclamava disfarçava seus Apuros
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    com
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    perfeição finalmente Descobriram que a
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    enfermeira que aplicava a quimioterapia
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    estava com
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    catarata e por isso não acertava
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    veia os acessos iam murchando
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    desidratados a cada picada no lugar
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    errado o braço todo furado e nunca
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    reclamava odiava quando chamavam minha
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    mãe de guerreira seu corpo não era um
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    campo de
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    batalhas para todos os efeitos a santa
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    no oratório que visitava os apartamentos
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    do bairro ficaria sem rezas quando
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    chegasse a vez de dormir em nossa
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    casa depois de 3S anos não sobraria mais
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    corpo a água seria absorvida pelo
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    ambiente e os vermes comeriam a carne
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    apodrecida o que restasse seria
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    transferido para uma caixa ainda menor
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    onde jazia para sempre seja lá o que
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    jazer
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    signifique uma caveira arrumada numa
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    caixa mortos são corpos do mundo que não
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    são mais corpos de
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    ninguém um corpo separado de sua memória
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    não é mais uma
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    pessoa não adianta colocar uma placa
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    para dizer quem foi mandar fazer uma
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    lápide com foto também
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    não eu faço do meu corpo um
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    altar nele um morto pode
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    dançar
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    não estou mais Viva agora só posso
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    protegê-la em
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    pensamento estávamos nadando ou sendo
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    arrastados pelas
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    ondas eles sonham ou fotografam a si
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    mesm ação sua atravessou o cordão
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    umbilical e saiu dos meus olhos em forma
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    de lágrimas mesmo adulta Eu ainda era
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    capaz de habitar o seu corpo mover os
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    seus órgãos de
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    lugar se eu soubesse teria soprado um
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    par de pulmões no lugar do Seu útero e
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    esse par Extra você eu teria doado em
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    vida para Ambrosina que poderia assim
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    respirar o vento da eternidade que não
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    termina no dia
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    seguinte inverter a lógica dos embriões
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    a filha que vira uma ancestral da
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