00:00:00
em 26 de janeiro de
00:00:02
1893 a cidade do Rio de Janeiro assistiu
00:00:06
a demolição de seu maior Cortiço O
00:00:08
cabeça de porco o cabeça de porco tinha
00:00:11
se tornado símbolo de tudo aquilo que a
00:00:14
elite da época queria este par do Rio de
00:00:16
Janeiro local de moradia de pessoas
00:00:19
muito pobres afro-brasileiros recém
00:00:22
saídos da escravidão e de imigrantes sem
00:00:25
condições financeiras principalmente
00:00:26
portugueses assim de acordo com os
00:00:29
governantes da época os cortiços além da
00:00:32
falta de higiene eram as habitações das
00:00:34
chamadas classes perigosas e sobre isso
00:00:37
conversaremos hoje
00:00:38
[Música]
00:00:44
a proliferação dos cortiços na Cidade do
00:00:47
Rio de Janeiro se deu a partir de 1850 e
00:00:51
1860 e esteve ligado ao aumento do fluxo
00:00:55
de imigrantes Portugueses e ao
00:00:57
crescimento do número de escravizados
00:00:59
alforriados o cabeça de porco foi o mais
00:01:02
célebre Cortiço Carioca do período ele
00:01:05
tinha esse nome porque havia um grande
00:01:07
Portal ornamentado com a figura de uma
00:01:10
cabeça de porco algo comum na época não
00:01:13
há consenso da quantidade de pessoas que
00:01:16
viviam nesse Cortiço de acordo com a
00:01:19
imprensa da época havia cerca de 4 mil
00:01:21
pessoas morando no cabeça de porco
00:01:23
alguns diziam que havia duas mil pessoas
00:01:25
morando no cortiço
00:01:28
três dias antes da demolição os
00:01:30
proprietários do cabeça de porco
00:01:32
receberam uma intimação da intendência
00:01:34
Municipal para que providenciassem o
00:01:37
despejo dos moradores seguindo da
00:01:39
demolição imediata de todas as casinhas
00:01:42
os proprietários não obedeceram o
00:01:45
prefeito Barata Ribeiro já tinha
00:01:47
prometido dar fim no cabeça de porco a
00:01:49
força às 19 horas uma tropa do Primeiro
00:01:53
Batalhão de Infantaria e invadiu a
00:01:56
Estalagem proibindo o ingresso e a saída
00:01:58
de qualquer pessoa várias famílias se
00:02:01
recusaram a sair se retirando quando os
00:02:04
escombros começaram a chover sobre suas
00:02:06
cabeças os moradores imploravam para
00:02:10
permanecer no local por mais 24 horas os
00:02:13
apelos foram inúteis e os moradores se
00:02:16
empenharam então em salvar suas camas
00:02:18
cadeiras e outros objetos
00:02:21
os antigos moradores do cabeça de porco
00:02:24
pegaram os restos da construção que
00:02:26
sobrou e subiram o morro uma das
00:02:29
proprietárias do cabeça de porco era
00:02:31
dona de lotes no morro que ficou
00:02:33
conhecido como Morro da Favela Hoje
00:02:35
Morro da Providência
00:02:37
poucos anos mais tarde em 1897 foi
00:02:42
justamente nesse local que se
00:02:44
estabeleceram soldados que voltaram da
00:02:46
campanha de Canudos o nome favela tem
00:02:50
sua origem na guerra de Canudos onde os
00:02:52
soldados ficavam no morro assim chamado
00:02:55
por estar coberto por uma planta com
00:02:57
esse nome assim essas habitações
00:02:59
coletivas são consideradas pelos
00:03:02
historiadores como a semente da favela
00:03:05
Sua destruição que ficou conhecida como
00:03:07
Bota abaixo é considerado o início da
00:03:11
favelização do Rio de Janeiro
00:03:13
Como dito os cortiços eram entendidos na
00:03:17
época como o lugar das classes perigosas
00:03:20
sendo os afro-brasileiros o suspeitos
00:03:23
preferenciais sobre eles recair o
00:03:27
preconceito de classe e o racismo a
00:03:30
decisão de expulsar as classes populares
00:03:33
das áreas centrais da cidade além da
00:03:36
ideologia higienista em voga na época
00:03:38
estava associada a uma tentativa de
00:03:40
desarticulação da memória recente dos
00:03:43
movimentos sociais urbanos pois os
00:03:46
cortiços se escondiam muitos
00:03:48
escravizados fugitivos de fazendas
00:03:51
as classes pobres passaram a ser vistas
00:03:54
como classes perigosas porque poderiam
00:03:57
oferecer problemas para ordem pública
00:03:59
elas eram vistas como criminosas também
00:04:03
de acordo com a ideologia higienista os
00:04:06
pobres eram doentes e poderiam contagiar
00:04:09
as pessoas
00:04:11
eles acreditavam que as moradias dos
00:04:13
Pobres eram nocivas da sociedade os
00:04:16
cortiços por exemplo eram entendidos
00:04:19
como focos de radiação de epidemias além
00:04:22
de propagar vícios de todos os tipos uma
00:04:26
epidemia de febre amarela em 1850 e
00:04:30
outra de Cólera em 1855 matou muitas
00:04:34
pessoas nisso foi criada junto à central
00:04:37
de higiene e a Câmara Municipal da corte
00:04:40
passou a discutir medidas destinadas a
00:04:44
regulamentar a existência das habitações
00:04:46
coletivas na época acreditava-se que a
00:04:49
febre amarela era transmitida através do
00:04:52
contágio por conta do calor sufocante
00:04:55
entendia-se que partículas venenosas
00:04:57
desprendiam do solo e subiam no ar
00:05:00
contaminando as pessoas segundo o
00:05:03
historiador
00:05:05
a identificação dos cortiços como os
00:05:08
focos geradores de febre amarela foi de
00:05:11
enorme significados simbólico e político
00:05:14
logo que concluíram que a febre amarela
00:05:17
era originária dos cortiços os
00:05:20
higienistas iniciaram a luta para
00:05:22
ampliar ao máximo a abrangência do
00:05:24
conceito de Cortiço portanto pessoal
00:05:26
várias habitações coletivas foram
00:05:29
categorizadas como cortiços e
00:05:31
perseguidas dentro desse contexto os
00:05:35
cortiços foram enxergados tanto como um
00:05:37
problema para o controle social dos
00:05:39
Pobres quanto como uma ameaça para as
00:05:43
condições higiênicas da cidade
00:05:46
o discurso dos higienistas contra as
00:05:49
habitações coletivas interessou também a
00:05:52
grupos empresariais atentos a
00:05:55
oportunidades de especulação Imobiliária
00:05:57
Então os higienistas passaram a ter o
00:06:00
apoio da Elite da época
00:06:03
o que mais assusta nessa história é que
00:06:06
ninguém pensou ou planejou a respeito de
00:06:09
lugares e Construções de moradias onde
00:06:12
essas pessoas desabrigadas dos cortiços
00:06:14
iriam morar
00:06:16
o projeto urbanístico das elites visava
00:06:19
esconder essa parte da cidade como se
00:06:22
fosse uma vergonha sinônimo de atraso
00:06:24
concluiu a historiadora Mônica Veloso o
00:06:28
professor de arquitetura e urbanismo
00:06:30
Luiz Guilherme Rivera de Castro afirma
00:06:33
que não se trata de negar as
00:06:34
necessidades de saúde pública ou de
00:06:37
criação de ambientes urbanos aprazíveis
00:06:40
Mas por outro lado não se pode louvar
00:06:43
essas intervenções justificando os danos
00:06:46
colaterais provocados como se fossem
00:06:49
questões de menor importância
00:06:51
assim refere-se ao fato de que a
00:06:54
população trabalhadora desfavorecida
00:06:56
sendo expulsas de suas habitações não
00:06:59
tinha outra opção de moradia a não ser
00:07:02
subir o morro
00:07:04
e como sabemos pessoal os problemas de
00:07:06
habitação e segurança continuam até hoje
00:07:09
não somente no Rio de Janeiro mas em
00:07:11
praticamente todas as grandes cidades do
00:07:13
Brasil Então pessoal para compor esse
00:07:16
vídeo eu me utilizei deste livro aqui
00:07:18
cidade febril cortiços epidemias na
00:07:22
corte Imperial do Historiador Sidney
00:07:24
Chalupe eu vou deixar na referência né
00:07:27
todos os dados para vocês né tudo que eu
00:07:30
utilizei aqui para compor esse vídeo eu
00:07:32
espero muitíssimo que vocês tenham
00:07:34
gostado do tema de hoje eu peço a sua
00:07:37
gentileza que se você não for inscrito
00:07:39
nesse canal que você se inscreva que
00:07:41
você curta né Deixa o seu joinha aqui
00:07:44
nesse vídeo mande também esse vídeo para
00:07:48
os seus amigos publiquem nas suas redes
00:07:50
sociais tudo isso pessoal é bastante
00:07:52
importante tá certo Um abraço e até o
00:07:55
próximo vídeo