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e nesse vídeo de hoje eu trouxe um
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assunto muito interessante eu espero que
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vocês gostem que é sobre as ondas
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feministas a história dessas ondas e as
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vertentes do feminismo Estão animados
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vamos lá então Então antes da gente
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começar as a nossa aula e falar sobre as
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ondas feministas vamos deixar claro que
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quando a gente fala sobre as ondas
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feministas a gente faz um recorte sobre
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a reivindicação das mulheres Então esse
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recorte se dá a partir do século XIX e a
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gente fala sobretudo da Europa e dos
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Estados Unidos Isso não quer dizer que
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não existiram reivindicações de mulheres
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antes desse período e em outros lugares
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As reivindicações sempre existiram Aliás
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não só de mulheres mas de todo o povo
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que se sente oprimido em algum momento
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ele faz algum tipo de reivindicação No
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entanto é o tempo é o pensamento que
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existe naquele local naquele momento é a
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conjuntura que vai definir como que vai
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ser esse tipo de reivindicação Então
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esse das ondas feministas é uma
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reivindicação que vem a partir do século
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XIX e aí abrange tanto a Europa quanto
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os Estados Unidos Vamos lá então pra
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primeira onda
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Então vamos lá pra primeira onda Essa
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primeira onda ocorre durante o século
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XIX e ela tem como pauta principal as
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mulheres buscarem direitos para alcançar
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uma igualdade com os homens Além dos
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direitos as mulheres acreditam também
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que irão alcançar essa igualdade por
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meio da educação e por meio de uma
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relação mais simétrica dentro do
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casamento Mas é importante pensar que
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esse tipo de direito essas
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reivindicações elas já começam a se
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preparar esse esse cenário para as
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reivindicações eles começam a se
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preparar já no renascimento Então assim
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que começa a modernidade já começa a se
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configurar um cenário para que as
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mulheres façam esse tipo de
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reivindicação Então no renascimento
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houve uma mudança de paradigma de
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pensamento As pessoas começaram a pensar
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diferente Houve uma mudança na esfera
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social na esfera política na esfera da
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educação e as mulheres foram
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acompanhando essas mudanças Assim lá já
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no século X já é possível ver algumas
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mulheres escritoras reivindicando uma
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certa igualdade com os homens mas foi
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sobretudo durante o Iluminismo que
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abriu-se um espaço para a reivindicação
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do século XIX Porque durante o
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Iluminismo é que se formou um pensamento
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burguês em que trazia um discurso de
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igualdade um tipo de discurso que era
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contra aquele discurso da nobreza de
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superioridade Então foi a partir desse
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discurso que as mulheres também
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começaram a se pensar como sujeitos
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iguais Então foram aqueles ideais da
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Revolução Francesa que estavam sendo
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preparado pelos filósofos ideais de
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igualdade de liberdade de fraternidade
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que inspiraram as mulheres a refletirem
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sobre a sua própria condição dentro da
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sociedade Assim elas participaram
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ativamente da Revolução Francesa Tanto
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teoricamente elas também contribuíram
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pro pensamento iluminista quanto
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ativamente mesmo dentro da própria
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revolução na linha de frente Mas depois
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que a Revolução Francesa se conclui os
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direitos são conquistados pelos homens
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Então o que o que existe ali naquele
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momento é uma mudança de status do
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cidadão Ele passa a ser um sujeito de
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direitos tendo direito sobretudo à
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propriedade que é uma ideia do
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liberalismo principalmente de um
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filósofo chamado John Lock que seria
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justamente o ideal de igualdade de
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liberdade o direito ao próprio corpo e o
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direito à própria vida Mas para a
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surpresa das mulheres aquelas que
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participaram ativamente que estavam lado
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a lado dos homens na revolução francesa
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elas não está elas não eram consideradas
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sujeito de direito Então após a
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Revolução Francesa sai um documento
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denominado Direitos do Homem e do
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Cidadão na qual simplesmente as mulheres
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não estão inclusas Então ali contém
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esses direitos que a Revolução Francesa
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traz mas eles servem somente para os
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homens E algumas mulheres que
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participaram intelectualmente e
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ativamente da revolução passam a também
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reivindicar direitos passam a querer
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também participar desses direitos
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igualmente lado a lado com os homens
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Dentro desse contexto é válido aqui
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citar dois nomes de duas importantes
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pensadores pensadoras desse período que
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participaram intelectualmente da
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revolução que seria na França a Olamp
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the G e na Inglaterra a Mary Stony Craft
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A Olimp lá na França ela escreve um
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documento denominado os direitos das
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mulheres e das cidadãs em oposição a
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esse documento dos homens Aí ela tenta
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argumentar com eh de várias formas
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tentando convencer as pessoas que as
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mulheres também deveriam participar
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desse direito Ora se os homens começaram
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a falar de igualdade de liberdade então
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por que que eles não estavam incluindo
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as mulheres por que que essa ideia
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abarcava todos mas as mulheres não
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estavam incluída nesse todos e a Mary
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Stony Craft escreve também mais ou menos
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nessa época o reivindicação dos direitos
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da mulher No entanto a escrita dessas
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duas brilhantes pensadoras não serve
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quase que para nada não é muito levado a
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sério Elas não conquistam nenhum tipo de
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direito a partir dessas escritas Somente
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no século seguinte é que elas resolveram
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se organizar e fazer um movimento
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feminista mesmo Esse movimento ficou
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famoso como movimento das sufrages ou
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então das sufragistas porque sufragete é
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meio que um nome
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pejorativo Aí elas começam a se
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organizar a pensar várias estratégias
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para ganhar alguma visibilidade No
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início as movimentações são bem
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pacíficas e normalmente elas não têm
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muito resultado O máximo que elas
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conseguem é ser ridicularizadas pelos
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homens Então vai existir inclusive
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várias propagandas nos jornais Elas são
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o tempo todo ridicularizadas pelos
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homens que não compreendem o porquê
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daquela manifestação E aí elas tomam uma
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decisão de fazer com que o movimento
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tome uma certa violência violência não
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porque ela ataque nenhuma pessoa mas
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porque elas passam a fazer um barulho
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maior inclusive a quebrar propriedades e
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tudo mais Assim elas ganham um pouco
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mais de visibilidade ainda que de forma
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negativa Mas de forma negativa as
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pessoas começam a parar para pensar por
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que que essas mulheres estão fazendo
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isso e as próprias mulheres que não
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tinham muito conhecimento do movimento
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que não estavam muito por dentro da onda
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feminista também começam a se questionar
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porque que elas não possuem direitos E
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até os homens param pouco para pensar
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mesmo quando eles falam mal das
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feministas eles param pouco para pensar
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se realmente isso não seria necessário
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Por que que as mulheres estão tão
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agressivas porque de fato esses direitos
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devem fazer algum tipo de sentido para
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elas
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Infelizmente o que a gente nota ao
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decorrer da história é que nenhum tipo
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de movimento conseguiu de fato as suas
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reivindicações conseguiu com que seus
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direitos fossem garantidos sem algum
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tipo de movimento mais forte Nenhum deu
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certo por meio da conversa por meio do
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diálogo ou por meio da teoria Então no
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momento que as mulheres adotam essa
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estratégia as coisas começam aos poucos
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ainda assim aos poucos a caminhar pra
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conquista desses direitos Até que um dia
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uma delas a Emily Davidon que era uma
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militante muito forte dentro do
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movimento ela resolve se atirar diante
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do cavalo do rei da Inglaterra Dizem que
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ela tava querendo colocar um broche do
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movimento Eis que ela é atropelada pelo
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cavalo e ela morre se tornando então uma
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mártir Então a partir desse evento o
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movimento ganha muito mais visibilidade
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ela termina causando muito mais impacto
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do que ela imaginava né então o broche
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ela já acharia que causava um impacto
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Imagina colocar um broche lá no dia do
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derby day bem na no cavalo do rei da
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Inglaterra Mas foi mais do que isso
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porque ela se atira muita gente entendeu
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que ela tinha se suicidado e isso ainda
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não tá muito claro mas muita gente ainda
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defende que ela se suicidou em nome da
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causa Isso faz com que as pessoas passem
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realmente a pensar na importância das
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mulheres adquirirem direitos
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Na primeira onda também lá nos Estados
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Unidos existia um movimento feminista
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muito forte em busca de direitos iguais
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sobretudo em busca do direito ao voto
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Essas mulheres americanas se uniram aos
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homens que lutavam a favor da abolição
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dos negros a favor da abolição da
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escravidão E junto com os homens elas
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elas passaram a participar do movimento
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Sim dentro do movimento ao mesmo tempo
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elas lutavam pela abolição da escravidão
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e pela conquista de direito das mulheres
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O movimento esteve lado a lado mas o
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movimento abolicionista alcançou mais
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sucesso do que o movimento das mulheres
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O movimento das mulheres foi um pouco
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mais devagar as suas conquistas E dentro
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desse cenário existia uma Convenção
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Nacional de Mulheres em que elas
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discutiam a respeito destes direitos E
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certa vez apareceu uma ex-escrava para
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fazer um discurso que ficou muito famoso
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um belíssimo discurso que começa a fazer
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toda a diferença dentro das reflexões do
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movimento feminista da primeira onda
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Essa mulher extraordinária é a Soul
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Journe Trut e ela traz o seguinte
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discurso Então ela tá lá no meio da
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conferência e ela diz assim: "Os homens
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aqueles homens ali eles falam que as
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mulheres são frágeis"
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Aqueles homens ali eles falam que as
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mulheres precisam de ajuda para subir
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nas carruagens para atravessar as ruas e
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que elas precisam elas merecem os
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melhores lugares em todas as
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partes Mas a mim ninguém me ajuda a
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subir na carruagem A mim ninguém dá
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esses melhores lugares Ninguém me cede
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os melhores lugares Eu por acaso não sou
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uma mulher eu com esses braços aqui arei
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plantei colhi e nenhum homem foi melhor
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do que eu nessa tarefa E por acaso eu
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não seria uma mulher eu tive 13 filhos e
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eu vi cada um deles serem vendidos como
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escravos e eu chorei muito E na minha
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dor de mãe ninguém além de Jesus ouviu o
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meu choro E por acaso eu não sou uma
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mulher então por meio desse discurso da
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Soul Journey Trut as mulheres passam a
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questionar primeiro os paradoxos
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masculinos de entender que a mulher é o
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sexo frágil mas quando se trata da
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mulher negra ela deixa de ser o sexo
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frágil Então como falar de uma essência
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feminina a partir daí e mais importante
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ainda do que isso a partir do discurso
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discurso da Sou Journey Truck as
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mulheres negra passam a compreender que
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elas possuem demandas diferente das
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demandas das mulheres brancas que a
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forma como elas são tratadas na
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sociedade são diferentes Então elas luta
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a causa dela teriam outras demandas
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Assim isso começa a inspirar o que mais
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tarde vai ser o movimento negro Esse
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movimento da qual eu tô falando da
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primeira onda ele se dava sobretudo com
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as mulheres brancas porque a necessidade
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dessas mulheres era acima de tudo
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conquistar direito para conseguir serem
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iguais aos homens Assim além disso elas
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também reivindicavam uma educação porque
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elas compreendiam que a sua suposta
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inferioridade era devido a uma educação
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diferente das dos homens E elas também
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refutavam o casamento maioria era contra
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o casamento porque compreendia que
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dentro do casamento as relações eram
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muito assimétricas e às vezes até
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algumas acusavam que o casamento era
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quase que uma forma de prostituição
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legal ou ainda de escravidão que a
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mulher era uma escrava sexual e escrava
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de todas as formas conveniente que para
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o homem valia a pena casar com alguém
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porque era como que se ele tivesse ali
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alguém à sua disposição para fazer as
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coisas para ele e ainda para servir-lhe
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sexualmente Então são sobretudo essas
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três reivindicações dessas mulheres:
00:12:54
educação casamento e direitos iguais ser
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igual perante a lei Mas se de um lado
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essas demandas representavam problemas
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né para as mulheres da classe média e da
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elite por outro lado existiam as
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mulheres trabalhadoras as mulheres
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proletárias que também possuíam outras
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demandas sobretudo em relação às
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desigualdades salariais que ocorriam
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normalmente dentro das indústrias Essas
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mulheres então formaram um outro tipo de
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movimento que é um movimento relacionado
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ao socialismo ou ao movimento operário
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Assim vale aqui alguns nomes como por
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exemplo como da flora Tristan que tá
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relacionada ao socialismo sobretudo ao
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socialismo tópico E como feministas
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marxistas temos a Clara Zetkin e a
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Alexandra Colontai que foram de extrema
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importância pra formação intelectual do
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movimento operário e feminista Inclusive
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essas duas é que deram a ideia de
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existir um Dia Internacional da Mulher E
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por fim do no movimento anarquista um
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grande nome que vale a pena ser lembrado
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é o da Ema
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Goldman Segunda onda feminista Essa
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ocorre em 1960 e vai mais ou menos até
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1980
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Direitos conquistados na maior parte dos
00:14:15
países as mulheres eram iguais aos
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homens perante a lei só que elas
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começaram a notar que na prática essa
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igualdade não ocorria Então esse
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movimento se preocupa sobretudo em
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compreender por que ainda existe
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submissão das mulheres Será que elas
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seriam naturalmente inferiores aos
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homens por isso que elas não alcançavam
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na prática essa igualdade então várias
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feministas passam a se questionar a
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respeito da ideia de mulher de
00:14:45
feminilidade Ou seja o que vai reger
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este movimento é o ideal é a pergunta: o
00:14:51
que é ser mulher o que significa ser
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mulher e para compreender esse movimento
00:14:56
eu vou trazer aqui três pensadoras que
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eh ajudaram bastante colaboraram
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bastante para pensar essa questão do que
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é ser mulher que é a Simone de Bevoá
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a Carol Hanich e a Bet Freedom Vamos lá
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falar de cada uma
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delas Simone de Bevoá foi uma filósofa
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francesa que escreveu uma grande obra
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que trouxe várias reflexões para o
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movimento feminista que é a obra segundo
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sexo que traz justamente esse
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questionamento O que que é ser mulher
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existiria uma essência feminina e por
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que que o mundo se constitui pelo
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androcentrismo ou seja por meio da
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perspectiva masculina E essa obra vai
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fazer muito sucesso vai repercutir até
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hoje dentro do movimento trazendo vários
00:15:44
questionamentos A outra pensadora
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importante foi a Bet Freedoman que é uma
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americana e que vivia nos Estados Unidos
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lá na década de 60 70 aonde era possível
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perceber que o americano estava
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desenhando uma figura de mulher que era
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aquela mulher dona de casa aquela que
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iria consumir os produtos da indústria
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de massa E a Bet Freedoman a partir
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dessas vivências que ela tem como dona
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de casa inclusive ela passa a se
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questionar o que seria esse tipo de
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mulher que os Estados Unidos estava
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pintando como essência feminina como
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mulher americana E isso ela passou a
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denominar mística feminina Assim a obra
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dela é denominada A mí Mística Feminina
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em que ela vai investigar justamente
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isso Então por que que as mulheres são
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colocadas como aqueles seres misteriosos
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intuitivos que estão muito mais próximo
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da natureza do que os homens que não
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conseguem transceder para a cultura por
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que que as mulheres teriam esse instinto
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submisso então era toda essa visão de
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mulher que os Estados Unidos trazia
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naquele momento muito também em busca de
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vender lá os seus eletrosdomésticos
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paraas donas de casa e também como uma
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reação patriarcal tentando trazer as
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mulheres de volta pra vida privada tirar
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elas da vida pública a partir da
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conquista de direitos retornando pra
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vida privada depois principalmente da
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Segunda Guerra Assim a Bet Freedom passa
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a questionar essa mística feminina e
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chega à conclusão que por causa dessa
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mística as mulheres estariam adoecendo
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Então várias mulheres com muita
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ansiedade depressão diversos problemas
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psíquicos que entende a Bet Freed que
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tem a ver com essa mística que
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inventaram a respeito da mulher deixando
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ela reservando para ela reduzindo o
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mundo dela à vida
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doméstica
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Outra importante ativista do movimento
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feminista que também trouxe aí várias
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questões pras mulheres refletirem foi a
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Carol Hanich também americana vivendo aí
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no período de 60 e 70 que lá nos Estados
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Unidos é um movimento de contracultura
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lembra movimento RIP eh movimento contra
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a guerra do Vietnã movimento pacifista E
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elas se envolvem em vários desses
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movimentos e junto com outras mulheres
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elas tentam trazer a demanda das
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mulheres para esse movimento Ou seja
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passam a discutir também as questões eh
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femininas as questões que estão
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relacionadas à vida das mulheres lá nos
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Estados Unidos para o movimento Só que
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ela começa a perceber que para os homens
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que participam desses movimentos essas
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questões são sempre secundárias Eles
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consideram essas questões secundárias
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Assim a Carol Hanich desiste de
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participar das reuniões com os homens e
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passa a formar um movimento só de
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mulheres porque ela passa a compreender
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que todos os homens se beneficiam desse
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sistema patriarcal de modo que eles não
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conseguem enxergar o problema que as
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mulheres passam Assim ela funda um
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movimento de mulheres que vai ser o
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feminismo radical E é por isso que não
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se aceitam homens por isso que eles não
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são bem-vindos porque ela passou por
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esse processo e compreendeu que isso é
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um problema peculiar singular das
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mulheres Outros nomes importantes junto
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com a Carol Hanish é a Kate Milit e a
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Sulamid Fireestone que faz parte também
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do movimento do feminismo radical mas
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vai ser uma frase ditada pela Carol que
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vai fazer toda a diferença nas
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conclusões e nas reflexões que a o
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feminismo radical vai trazer que é a
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frase: "O pessoal também é político" Por
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essas mulheres elas se reúnem e passam
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às vezes até a falar sobre a vida delas
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a desabafar falar quais são as opressões
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que elas sofrem fora e dentro de casa E
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aí elas começam a perceber que as
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opressões que elas sofrem dentro de casa
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são muito parecidas entre si Ou seja não
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é mera coincidência Provavelmente o que
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elas sofrem dentro de casa deriva do
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problema que existe na vida pública
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Então a vida privada e a vida pública
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estão intimamente relacionadas embora as
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pessoas queiram separar Até hoje tem uma
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frase de de que as pessoas falam que em
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briga de marido mulher não se mete a
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colher que é uma forma de entender que
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aquilo lá é um problema privado por
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exemplo que a violência doméstica seria
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um problema privado Mas a Carol vai
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dizer que não isso não é um problema
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privado O problema privado também é um
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problema público Ou seja nós precisamos
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mudar a estrutura pública para que a
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estrutura privada as relações que as
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mulheres sofrem em sua vida privada
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também sejam
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transformadas Terceira onda feminista
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Essa terceira onda ocorre a partir de
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1990 e ela vem a partir da ideia de que
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as mulheres são diversas e que
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necessitam de demandas específicas Então
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vai existir um recorte muito maior na
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terceira onda É aí que nasce na verdade
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que se desenvolve com maior força um
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movimento negro e também um movimento
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paraas mulheres lésbicas pras mulheres
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trans pros homens trans E a gente vai
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ter um monte de movimento que tá traz um
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recorte seja de classe seja de raça ou
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seja de sexualidade É nessa onda também
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que muitas das teorias feministas passam
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a receber uma leitura
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pós-estruturalistas ou seja
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fundamentadas nas ideias lá daqueles
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franceses do Foucault do Derrida e do
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Del Leuse Então espero que vocês tenham
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entendido aí as três ondas A primeira
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onda buscava igualdade com os homens
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Elas buscavam ser iguais sobretudo em
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relação a direitos casamento e educação
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Nessa onda também temos um movimento
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operário lutando sobretudo por direitos
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trabalhistas com as mulheres dentro do
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próprio movimento operário Na segunda
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onda temos uma reflexão acerca do que é
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ser mulher do que constitui a suposta
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essência feminina E na terceira onda nós
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temos esses recortes trazendo aí o
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feminismo negro um feminismo também
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voltado para as mulheres lésbicas pras
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mulheres trans e pros homens trans
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também Então é isso agora vamos estudar
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um pouquinho das vertentes feministas a
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partir dessas ondas Vamos lá
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Então a partir dessas três ondas que a
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gente estudou é possível já identificar
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algumas vertentes do feminismo Feminismo
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existem várias vertentes mas aqui a
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gente vai identificar essas que derivam
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das três ondas porque daí fica mais
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fácil da gente compreender já que a
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gente já estudou aqui um pouquinho das
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ondas Então em relação à primeira onda
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que era uma onda que buscava por
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igualdade com os homens é que surge o
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feminismo liberal Lembrando que foi uma
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onda que surgiu na Revolução Francesa
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que trazia os ideais liberais também
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Essa onda até hoje ela busca apenas se
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tornar igual ao homem ter as mesmas
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condições com os homens Aliás às vezes
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as feministas liberais lutam inclusive
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para andar sem blusa igual os homens É o
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que elas querem alcançar Assim elas não
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querem mudar a estrutura elas querem
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apenas trazer condições parecidas com as
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dos homens Também dentro dessa primeira
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onda a gente já consegue identificar o
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movimento feminista marxista que também
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tem a sua origem aí na primeira onda Na
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segunda onda a gente consegue
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identificar o feminismo radical E o
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feminismo radical aliás a palavra
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radical não significa extremismo
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significa origem E é exatamente isso que
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o feminismo radical busca compreender
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qual é a origem da opressão que se dá
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contra as mulheres e a partir disso
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lutar contra esta origem Ou seja
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enquanto no feminismo liberal existe uma
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mudança mais superficial no feminismo
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radical elas lutam por uma mudança da
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estrutura para que as mulheres não
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alcance exatamente igualdade mas para
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que as mulheres possam escrever a
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própria história possam se constituir
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como sujeito ao lado dos homens mas não
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necessariamente serem iguais aos homens
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E na terceira onda a gente consegue
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identificar os movimentos relacionados
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aos recortes Então o importante
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movimento que vai surgir aí com muita
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força é o feminismo negro que vem muito
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a partir daquela reflexão feita pela Sou
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Journey que as mulheres negras vão tomar
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consciência que a demanda delas em
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muitos casos será diferente da demanda
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das mulheres brancas Feminismo negro Eu
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tenho dois nomes claro existem vários
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nomes mas eu tenho dois aí para sugerir
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muito bons de mulheres brilhantes e
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excelentes que é a filósofa americana e
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militante também do Pantera Negra foi
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militante do Pantera Negra que é Angela
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Davis que vai trazer reflexões
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importantíssimas a respeito da de gênero
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de classe e de raça Então ela vai fazer
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esses três recordes E junto com a Angela
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Davis também temos a Bel Hooks que traz
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reflexões importantíssimas pra gente
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pensar nas demandas das mulheres negras
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hoje das diferenças que existe entre as
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demandas de mulheres brancas e as e a de
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mulheres negras E por fim nós temos aí
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também uma leitura
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pós-estruturalista que vai se concentrar
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sobretudo na na comunidade LGBT ou seja
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sobretudo na questão das mulheres
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lésbicas e da dos homens trans e das
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mulheres trans Um nome importante pra
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gente pensar nisso é a Judit Butler que
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traz a teoria queir Então segundo a
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Judit Butler a o gênero é uma construção
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social e esse ideal já está presente no
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feminismo radical da segunda onda Só que
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ela traz uma novidade Ela passa a dizer
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que a biologia também é uma construção
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social Não que ela negue uma natureza
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Obviamente que ela não nega uma natureza
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mas ela compreende que a biologia também
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é um discurso que foi traçado em
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determinada época e com determinados
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interesses Assim o discurso da biologia
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tenta conformar a ideia de gênero com a
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sexualidade ou seja com o sexo biológico
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e com o desejo sexual Então dentro desse
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novo discurso da biologia o sexo
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feminino por exemplo tem que se
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conformar ao gênero feminino ou seja a
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genitária feminina se comporta com a
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forma como a mulher supostamente se
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comportaria né com o ser mulher e se
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comportaria com o desejo pelo sexo
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oposto que seria o homem e no homem o
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contrário De modo que tudo aquilo que
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sair dessa normalidade vai ser
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considerado aberração vai ser
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considerado anormal É daí que ela
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fundamenta a teoria quir e por isso que
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chama quirk que quer dizer eh tem um
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sentido pejorativo quer dizer meio que
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aberração enfim não dá para
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fazer a tradução correta aqui pro
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português mas tá relacionado a isso
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Então a Judit Butler passa além de
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questionar o gênero passa também a
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questionar esses discursos de
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normalidade de anormalidade pensando
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todos aqueles que não se encaixam nessa
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sexualidade colocando produzindo esses
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que não se encaixam nessa normalidade
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como seres eh doentes ou como seres
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anormais Então termina aí essas três
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vertentes Tem muito mais vertentes né a
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gente poderia trazer mais aqui mas é
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porque essa é possível identificar a
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partir das ondas por isso que elas foram
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escolhidas Então espero que vocês tenham
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gostado da aula A gente viu então um
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pouquinho de cada onda Eu sugeria aí
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alguns nomes talvez eu tenha falado em
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tantos nomes que vocês ficaram confusos
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mas o importante é que se vocês gostaram
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de alguma teoria gostaram de alguma
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ideia vocês possam ir atrás e aprofundar
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mais o tema caso vocês ainda não
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conheçam E falei um pouquinho então do
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das vertentes e das ideias né dei só uma
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uma ideia básica uma ideia geral sobre
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cada uma das vertentes que é o feminismo
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liberal feminismo marxista que faz um
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recorte de classe o feminismo negro que
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faz sobretudo um recorte de raça e o
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feminismo fundamentado na no
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pós-estruturalismo na leitura
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pós-estruturalista que é o feminismo
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LGBT
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Então fico por aqui Espero então que
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vocês aprofundem mais esse tema que
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vocês eh façam perguntas aí enfim e que
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vocês apertem aqui no link aqui embaixo
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nesse nesse nominho que tem aqui embaixo
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porque daí vocês vão encontrar um
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material extra que a gente preparou com
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todo o carinho para que vocês pudessem
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aprofundar nesse tema tão interessante e
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tão cobrado nos
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vestibulares Beijo para vocês e até o
00:29:07
próximo vídeo
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[Música]