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simplesmente se gera uma ilusão da
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variedade para que você tenha ilusão de
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que você está escolhendo. Exatamente.
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Que a maior parte das coisas na vida é
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assim. Se você pega, na verdade a gente
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tem duas opções. Opção do metafísico e
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do físico. A opção do ser ou do ter.
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Isso é poderoso que você tá falando. E
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dentro desse mundo do ter, as inúmeras
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opções são muito pequenas, na verdade
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reduzem a pouquinhas coisas. é o prazer
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sexual, é o prazer do apetite. Você tem
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aí alguns prazeres, esses prazeres,
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milhares de coisas muito parecidas sendo
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oferecid, muito parecidas, tá? Muito
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pouca opção, na verdade.
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Livro sete do Diálogo à República, né?
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Sétimo capítulo. E esse mito, ele
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basicamente você falou um pouco dele,
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vários prisioneiros dentro de uma
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caverna correntados, né? presos essa
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caverna, de tal maneira que até a
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liberdade de movimentos para olhar para
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trás eles não tinham. E atrás deles um
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muro e por trás desse muro uma fogueira.
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Entre essa fogueira e esse muro passam
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pessoas carregando objetos e essas
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sombras desses objetos batem lá na
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parede para onde os acorrentados estão
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olhando. E também as vozes desses que
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passam através de um efeito de eco vai
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bater lá. Então, para os que estão
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acorrentados, aquelas sombras são reais,
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são elas que falam, elas são a única
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coisa que existe. No determinado
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momento, há um mais inquieto que rompe
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essas correntes, vai se remexendo, rompe
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essas correntes, olha para trás e vê que
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tudo aquilo ali é um
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engano. Pai, então olha pra saída da
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caverna, vê uma luz muito mais intensa
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do que aquela da fogueira e procura
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então sair da caverna e vai tropeçando,
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levantando, caindo até chegar lá, vê as
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coisas iluminadas pela luz do sol,
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coloridas, intensas, tridimensionais.
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Isso. A luz do sol para Platão é a ideia
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do bem. Vamos comentar isso já já. Uhum.
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Tá. E então esse homem que chega lá fora
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e se liberta pelo seu próprio mérito,
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seria um filósofo, um buscador da
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sabedoria. Mas se além de se libertar,
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ele quer levar também consigo a
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humanidade paraa luz, ele voltaria e
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tentaria libertar esses prisioneiros que
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ficaram. Ele se tornaria um
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político. Imagina você o que era o
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conceito de um político.
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É aquele que sem nenhum interesse
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pessoal, porque ele mesmo já superou
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essa experiência e volta atrás, ele
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poderia ter guardado para si e
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desfrutado. Ele ainda pensa nas outras
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pessoas. diz que quando uma pessoa
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deseja um posto de governo, é sinal de
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que ela não é o político. Um político
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teria que fazer um sacrifício de voltar
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atrás para conduzir as pessoas para fora
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da caverna se deseja porque isso é algo
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que está acima dele, então não é ele,
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tá? Então basicamente esse mito da
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caverna que se aplica várias coisas na
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realidade, né? Mas no seu plano mais
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sutil, ele falaria a respeito do
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materialismo, da realidade material onde
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nós estamos. Se você considera a maneira
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como nós vivemos, o que é real para nós,
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são coisas palpáveis, coisas
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perceptíveis através de sentidos. Mas se
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nós considerarmos um critério de
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realidade, que é a permanência, o que é
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real é aquilo que permanece, todas essas
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coisas seriam sombras que são
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tremendamente transitórias. A gente pega
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um copo como esse, ele está aqui. É
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probabilidade de daqui a 50 anos ele
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está é quase nenhuma. 50 anos atrás,
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muito menos. Então ele parece estar
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aqui, mas ainda agora não estava. Daqui
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a pouco não vai estar mais. Isso é o
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comportamento de uma sombra. Você
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projeta ela na parede, ela aparece,
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daqui a pouco desaparece, ela não tem
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permanência. Então as coisas do mundo
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material, passageiras impermanentes
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seriam como sombras, né? E o homem
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viveria acorrentado, essas correntes da
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ignorância, né? sendo manipulado pelos
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amos da caverna, olhando sombras e tendo
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como realidade. Até que num determinado
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momento o ser humano esgota essa
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experiência, começa a ter uma inquietude
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para começa a ter dúvidas que a vida
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seja realmente isso. Aí é que é
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interessante, porque essa dúvida não vem
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de um plano racional. A razão só via as
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sombras e considerava que as sombras
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eram realidade. É como se ele tivesse
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uma intuição de que a vida não era só
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aquilo, que a vida deveria ser mais do
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que aquilo. E começa a ter essa
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inquietude existencial que, por final,
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faz com que ele arrebente as correntes.
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Aí uma vez que ele arrebenta as
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correntes e vê que a grande luz está lá
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em cima, ele começa a buscar essa grande
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luz, que é um símbolo da sabedoria, né?
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O buscador da sabedoria é o filósofo.
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Então aquele que começa a escalar a
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caverna para sair. Quando chega lá fora,
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ele vê as coisas iluminadas pela ideia
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do bem. Olha que
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interessante. Quando eu olho as coisas
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dentro da caverna, eu vejo as coisas
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iluminadas como se fosse para uma
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lanterna muito fraquinha que ilumina só,
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é, ou uma vela, ilumina só um aspecto
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desse objeto, que é o que me interessa.
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Ex. Eu vejo das coisas só o que me
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interessa. Há uma frase de Tóia,
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inclusive, que ele diz: "Há quem passe
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por uma floresta e só veja lenha para
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sua fogueira. Eu fragmento as coisas, só
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vejo o que me interessa. Eu olho com os
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olhos do meu interesse, eu bebo água
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nisso daí". Isso. Ou seja, ele existe só
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para me servir. Por ele mesmo, não.
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Aham. Quando você sai da caverna, você
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olha as coisas iluminadas pela ideia do
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bem. Que que significa isso? olhar para
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isso considerando o que é o bem desse
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objeto em si, independente dele me
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servir ou não, pelo direito que ele tem
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ao bem que ele é próprio. Eu ajudo,
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interfiro no caminho das das coisas para
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que elas caminhem para o seu bem
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próprio, sem querer nada para mim.
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Entende isso? Entendi. Imagine você uma
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situação em que a gente tá economizando
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água, tá? E aí tem um lema que diz:
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"Sabendo usar não vai faltar". Que que
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significa isso? A água não tem
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importância em si, ela tem importância
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porque ela pode faltar para mim,
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entende? A água como um ser da natureza
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que merece, tem o direito de estar aqui
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tanto quanto nós, que tem que ter o seu
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a sua capacidade de fluir, de realizar
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aquilo que ele é próprio, de umedecer a
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terra, ela em si não tem valor para nós.
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Ela tem valor a partir do momento que
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ela me serve. Ou seja, eu não vejo as
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coisas como seres que merecem tanto
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respeito quanto eu. Vejo como algo que
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me serve e eu só me interesso por aquilo
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que me serve, tá? Então, ver as coisas
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iluminadas paraa ideia do bem é querer o
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bem das coisas sem querer tirar nada
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para si, respeitar as coisas pelo que
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elas são, as coisas em si mesmas. Uhum.
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É fantástico isso. E como que é recebida
00:06:42
essa ideia, esses livros do de Platão na
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época?
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Ele já tem um impacto na época ou só
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depois? Ele ele tem um um grande número
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de discípulos, né? Ele constitui uma
00:06:53
escola que é academia, tá? Um dos seus
00:06:56
discípulos, inclusive vai ser
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Aristóteles, né? Agora, não era uma
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maioria na sociedade, nunca foi, mas era
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um grupo significativo. A academia
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reunia um grupo significativo de jovens
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que se dedicavam a buscar o conhecimento
00:07:09
através de diálogos. Uhum. Mas hoje em
00:07:14
dia, é é muito atual, né, esse esse mito
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da caverna e toda todo esse pensamento
00:07:20
do de Platão. Você acha que
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que serve para pra gente em que sentido
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esse mito da caverna? É isso de não ver
00:07:29
as coisas só como como alguma coisa para
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servir. Eu vi que você tem um vídeo
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sobre sobre o meio ambiente também, né?
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Qual a relação da filosofia, por
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exemplo, ao meio ambiente, ao que nos
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cerca, né? Eu não sei se eles tinham
00:07:41
esse pensamento, se eles se eles
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pensavam sobre a natureza e se o ser
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humano já tava usando a natureza da
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forma que a gente usa e que eles
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imaginavam que um dia podia acabar isso.
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Há um grande respeito pela natureza, mas
00:07:54
ainda não havia esse problema do homem
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como um predador da maneira intensa que
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nós temos hoje em dia. Mas nós podemos
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dizer que o comportamento que nós temos
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em relação à natureza é muito do
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usuário. Ela me interessa porque ela me
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dá um monte de coisas. E só, né? É um
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fim X. Exato. Ela é tomada como meio,
00:08:14
como meio, né? Para um por para um fim
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X. Exato. Como um ser em si que merece
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respeito por ela mesma. Não. E por isso
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somos predadores. A partir do momento
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que consideramos que as coisas existem,
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tem tanto direito de estar aqui quanto
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eu. Eu respeito pelo que ela é e não
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pelo que ela pode me servir. Nós não
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seríamos tão predadores. Então, tudo
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está a nosso serviço. Tudo está para nós
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dispormos da maneira que quisermos. Isso
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é a base do homem predador.
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O que isso acarreta na cabeça das
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pessoas quando você tem uma infinidade
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de opções e ao mesmo tempo você fica
00:08:54
naquela atenção, uma ansiedade de será
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que eu tô perdendo alguma coisa? Eu
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escolhi uma coisa. Quando você faz uma
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escolha, você tá deixando todas as
00:09:03
outras para trás. E aí?
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É, na verdade, eu acho que tem um pouco
00:09:08
de ilusão da gente pensar que existem
00:09:10
tantas opções
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assim. Recordo que uma vez eu vivi um
00:09:14
fato muito prosaico, mas muito
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interessante. Uma vez eu cheguei num
00:09:18
balcão do supermercado e queria comprar
00:09:20
uma um creme dental, tá? É aquele monte
00:09:23
de na teoria tem um monte de marca, né?
00:09:25
Um monte de marca. Gente, que será que é
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realmente a diferença entre uma e outra?
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Como é que eu escolho? Tem alguma
00:09:31
diferença entre elas? Uma com uma caixa
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de um jeito, outra do outro? falando
00:09:34
isso, falando aquilo, eu resolvi naquela
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época ainda enxergava bem, né? Fio
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dental, você vai comprar fio dental já
00:09:40
é, cara, é tanto fio dental, um com
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sabor, outro formato diferente. Eu fui
00:09:45
ler as letrinhas pequenininhas, todos
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eram do mesmo fabricante. Ah, é.
00:09:49
Simplesmente se gera uma ilusão da
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variedade para que você tenha ilusão de
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que você está escolhendo. Exatamente.
00:09:56
Que a maior parte das coisas na vida é
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assim. Você pega, na verdade, a gente
00:10:00
tem duas opções. Opção do metafísico e
00:10:02
do físico, a opção do ser ou do ter.
00:10:05
Isso é poderoso que você tá falando. E
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dentro desse mundo do ter, as inúmeras
00:10:10
opções são muito pequenas, na verdade
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reduzem a pouquinhas coisas. É o prazer
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sexual, é o prazer do apetite, é o do
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entretenimento. Do entretenimento,
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porque você abre hoje em dia, sei lá,
00:10:22
tem seis, sete streamings, Netflix,
00:10:26
Prime, Apple, ixe, Rulo, Bo, Rulo, tal.
00:10:30
Aí você fala: "Meu Deus, o que eu vou
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assistir?"
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Você tem aí alguns prazeres, esses
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prazeres, milhares de coisas muito
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parecidas sendo oferecidas, muito
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parecidas, tá? muito pouca opção, na
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verdade. Mas como que como que faz para
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para essa ansiedade que você teve lá no
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supermercado ou que a gente tem quando
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tem que escolher um filme? Antigamente
00:10:51
era assim: "O que tá passando no
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cinema?" Tipo, tem dois filmes passando
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no cinema, você vai lá e escolhe um.
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Hoje em dia você pode estar no cinema,
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pode estar jogando videogame, pode estar
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assistindo um podcast, pode estar
00:11:00
assistindo stream, pode assistindo TV
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aberta. Cara, é muita opção. É, mas
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quando você vai ver,
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90% prende a tua atenção pelo quê?
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violência ou sensualidade ou os dois
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juntos. Então não tem muita opção. Ou é
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humor ou é violência ou ou sensualidade,
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né? São as três coisas que mais atraem,
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né? O humor tá muito baseado na
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sensualidade. Na maior parte dos casos,
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você pegar um humorista hoje que faz
00:11:24
graça sem falar de sexo, é raríssimo.
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Mas eu tô falando mais de gatinho e
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caindo, coisas assim. O pessoal também
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atrai também essa coisa do do É, mas em
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filmes no cinema, em geral, eles estão
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bem nessa polaridade. Ou é violência ou
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é sensualidade de algum tipo, tá? Tá.
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Então você pensa que tem muitas opções e
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tem poucas chega diante do cinema e diz
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que opção eu tenho que vai me fazer
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refletir sobre o sentido da vida, sobre
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a minha identidade, sobre o que se
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espera de mim, você vai contar nos dedos
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de uma mão que você já teve ao longo da
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vida. Exato. Aí é muito pouco mesmo.
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Então você não tem muitas opções, são
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variações sobre o mesmo tema. É, né?
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Inúmeras variações sobre o mesmo tema.
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Os dois polos extremos, né? que é a
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extrema sensualidade que chega a ser um
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pouco violenta, a extrema violência que
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chega a ser um pouco sensual. Ah, é
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mesmo. Elas elas elas fecha o círculo na
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lá embaixo.
00:12:21
Mas a República de Platão, com certeza
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tem um pouco de tudo. É um diálogo
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maravilhoso. Você pode pegar os analetos
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de Confúcio, são fundamentais. vai pegar
00:12:30
um damapada budista, um bagavaguita
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indiano. Que mais que eu poderia falar?
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Uma voz do silêncio que se fazia no
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pensamento tibetano. Ah,
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falando de livros e que que eu penso que
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são altamente estruturantes, um
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Hamayana, que é um clássico indiano
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sensacional. Fala o quê? Sobre o quê?
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Ramaiano é um épico indiano que conta a
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história de um príncipe que teve a sua
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esposa roubada e vai combater para
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recuperar a sua esposa. Só que ele é
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todo simbólico e ele fala de do ser
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humano, de todas as suas fraquezas de
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existência. Eu tenho no YouTube uma
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palestra sobre ele, se você tiver
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interesse. Muito, muito bonito esse
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épico. É de uma beleza impressionante. É
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um dos livros mais belos que eu já li.
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Que mais que ficou? Fal, estamos seis
00:13:14
aí. Faltam quatro aí. Coloca alguma
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ficção aí no meio também para ajudar a
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gente que você leu e que você achou que
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que vale a pena assim. Ficção. É bom. É
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lógico que a gente tem que ir pros
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lugares comuns, inevitáveis, né? Você
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tem que ir para um donky shot. Falamos
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junto. Donky shot. Não tem como escapar
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dele de jeito nenhum. É sensacional. Tá.
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Você pode mobick. Mob Dick é fantástico.
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Ainda tenho vontade de fazer uma
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palestra sobre Mob Dick. Você pode pegar
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um dos dramas shakespeanos também que
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vale muito a pena, tem muita reflexão
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sobre a natureza humana. Reiler ou
00:13:51
o qual que vamos colocar nessa lista aí?
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Eu colocaria hotelo. Hotelo. Acho tão
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sofrida aquela experiência do hotelo.
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Acho uma coisa maravilhosa.
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Que mais? Falta um.
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Você quer que eu fale de ficção ou de
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não ficção? Tanto faz. Agora agora tanto
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faz.
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Pega um taute king. Que que é taute
00:14:11
king? É o livro sagrado do tauísmo,
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pensamento de Lautsé. É. E o que que
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qual que é esse pensamento? São máximas
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são aforismos que falam sobre a vida,
00:14:21
sobre a realidade da vida. Entendi.
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Muito interessante, muito bonito. Nossa,
00:14:25
fortíssimo. É mesmo. Fechamos 10 aí.
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Olha, já tem 10 livros. O pessoal nos
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comentários pode colocar isso pro
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pessoal ler. Coloquem nessa ordem aí os
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livros, os 10 que a gente falou. E o que
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eu vejo, professora, também
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muito nos livros de ficção e nos mitos
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que a gente conhece, é que sempre tem a
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figura de um herói, né? A figura da
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jornada do herói. A gente falou quando
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você tava explicando o mito da caverna
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de Platão, me pareceu muito um pouco da
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da dessa jornada do herói, né? do cara
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que sai, ele é escolhido por algum
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motivo, ele não aceita o o desafio, ele
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sai do da da onde ele tá, vai para uma
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missão grandiosa, para um para uma coisa
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que é muito maior do que ele, vai passar
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por várias provações e vai
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voltar pra aldeia ou pro povo que ele
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vai ter ajuda de um ancião normalmente,
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né, de uma pessoa mais velha e tal, e
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volta para o lugar onde ele partiu,
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trazendo esse conhecimento, esse esse
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Monomito de Campbell, basicamente o
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monomito de Camp. Você acha que ele vale
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ainda? Por que que ele é tão poderoso
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até hoje e a gente vê tanto filme, tanto
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livro que que segue essa linha, né?
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Porque no fundo tá contando a nossa
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história. É, e a gente se reconhece. Aí
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você vai perceber que tem certas coisas
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que são inacreditáveis. Por que que se
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faz tanto? Porque que ainda hoje se
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monta tragédias gregas no teatro? Exato.
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Tem um significado, tem algo mais
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profundo ali. Você pegar, por exemplo,
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na mitologia grega, Cronos devorando
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todos os seus filhos, é o tempo
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devorando todos nós, tá? Se você pega,
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por exemplo, no mito arturiano, Greenver
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traindo Artur com Lancelot, é a nossa a
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nossa psiquê traindo a nossa essência
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com as coisas passageiras do mundo, com
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as coisas fugazas. Então, esses mitos,
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essas histórias tradicionais, esses
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grandes épicos, tão contando a história
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do ser humano. A música do Santo Graal,
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isso. Eh,
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inundações, reconstrução. Depois dessa
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inundação, exatamente porque a água é
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muito símbolo do mundo material pela
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horizontalidade. Se você pega um copo
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como esse, de todo jeito que você vira
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ele, a água tá sempre horizontal. Se eu
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pegasse uma tocha, de todo jeito que eu
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viro, o fogo tá sempre vertical. Então,
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se a cruz do mundo representa o mundo
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material e o mundo espiritual. Então,
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muito disso de estar engolido pelas
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águas, mergulhado nas águas, é uma
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pessoa ter caído no materialismo.
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Entendi. Que aí depois emerge vitorioso,
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sai dali. Até mesmo um Pinóquio de Carlo
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Colódio tem essa menção. O Jonas, né, na
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na dentro da baleia, entrar no mundo
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material e saber passar por cima dele,
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ser vitorioso, ir além, voltar, tá,
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voltar para seu ponto de origem. Todas
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as
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histórias de personagens eh heróicos ou
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míticos, ele tem essa coisa dele ir pro
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mais profundo pra sombra e ressurgir,
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né, pra luz? Não digo todas, eu digo que
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algumas clássicas. Clássico não é
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sinônimo de antigo. Pode ser uma coisa
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até nova. Falei de Pinóquio de Carlo
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Colodes, por exemplo. Pode ser até uma
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coisa nova, mas que segue uma estrutura
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baseada realmente na experiência humana.
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Porque tem histórias contemporâneas
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nossas que não tem sentido nenhum. É,
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não tem sentido, não obedece. É sentido
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nenhum. E por que a gente tem essa
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fixação com a figura do herói?
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peri uma pessoa que que ela deixa de de
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pensar no bem próprio e e vai eh parece
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com um pouco do Platão, mas ele se
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referindo aos políticos, mas é o
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político idealizado, mas essa ideia do
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cara que se sacrifica pela maioria, pelo
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pela humanidade, né? Na verdade, se você
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considerar, por exemplo, a estrutura das
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religiões, todas as religiões têm lá um
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um mestre que para elas é o máximo, né?
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no budismo no confusionismo confú assim
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por diante. Mas se você se coloca diante
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de um ser desse, muitas vezes ele está
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numa distância muito grande,
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inalcançável, inalcançável. Você não se
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sente em condições de ser igual a Buda
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ou qualquer coisa do tipo. Um herói, ele
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é uma pessoa que está dentro do contexto
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da humanidade em geral. poderia ser, eu
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poderia ser qualquer pessoa ao seu lado.
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E de repente numa conjunção de fatores,
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numa circunstância que acontece na vida
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dele, ele vai muito acima do que o ser
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humano mediano vai. Ou seja, você olha e
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diz: "Fulano, ah, não, se fano pode, eu
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também". Portanto, o herói, ele relembra
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quão grande o ser humano pode chegar a
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ser. Ele aumenta o teto de
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possibilidades da humanidade. Entendi.
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Então ele é algo que tá, ele está no
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comum e de repente vem até aqui. Você
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diz: "Se ele pôde, eu também posso."
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Então ele devolve ao homem a crença em
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si próprio. Ele inspira isso. Devolve a
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crença em si próprio e mostra o quão
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grande nós poderíamos chegar a ser. E aí
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pessoal, que bom ter vocês por aqui em
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mais um vídeo do nosso canal. Espero de
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coração que tenham curtido o conteúdo
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que preparamos com tanto carinho. Como
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sempre, todos os créditos e links pro
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vídeo completo estão na descrição para
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que vocês possam explorar ainda mais
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esse tema fascinante. Se você, assim
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como nós, é apaixonado por
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autoconhecimento, busca se conectar com
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sua espiritualidade, anseia por
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sabedoria e está trilhando sua própria
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jornada de crescimento pessoal, então
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você está no lugar certo. Nosso canal é
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um espaço dedicado a compartilhar
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conhecimento, reflexões e ferramentas
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que podem te auxiliar nessa caminhada.
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Para não perder nenhum dos nossos
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próximos vídeos, te convido a se
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inscrever no canal, deixar seu
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comentário com suas dúvidas e sugestões,
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ativar o sininho para receber as
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notificações e compartilhar esse
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conteúdo com seus amigos e familiares.
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Juntos podemos construir uma comunidade
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de pessoas que buscam evoluir e se
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conectar com o que há de melhor em si
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mesmas. Agradeço imensamente a sua
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presença e apoio. Sua participação é
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fundamental para que possamos continuar
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produzindo conteúdo relevante e
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inspirador. Até o próximo vídeo.