POR QUE A GERAÇÃO Z NÃO QUER MAIS A CLT?
Resumen
TLDRO vídeo discute a realidade da geração Z no Brasil, focando na precarização do trabalho e na insatisfação com a CLT. O apresentador critica a forma como o governo apresenta dados sobre emprego, ressaltando que muitos jovens estão em subempregos ou sem emprego formal. Ele destaca a falta de direitos trabalhistas e a percepção da geração Z sobre o trabalho, que muitas vezes busca alternativas ao emprego tradicional. O vídeo enfatiza a importância da organização e conscientização dos jovens sobre suas condições de trabalho, sugerindo que a solução para os problemas enfrentados pela classe trabalhadora está na mobilização e na luta por direitos.
Para llevar
- 💬 A geração Z enfrenta precarização no trabalho.
- 📉 Dados de emprego do governo podem ser enganosos.
- ⚖️ A CLT é vista como insuficiente por muitos jovens.
- 🔍 A informalidade não significa mais empregos formais.
- ✊ A organização é crucial para a luta por direitos.
Cronología
- 00:00:00 - 00:05:00
O falante expressa sua frustração com a falta de fluência em inglês e como isso afeta sua percepção da realidade, especialmente em relação a tendências de mercado que envolvem a geração Z. Ele menciona a exploração dessa geração e a necessidade de discutir suas dificuldades no mercado de trabalho, especialmente em relação a jornadas exaustivas e a falta de apoio governamental.
- 00:05:00 - 00:10:00
O falante critica a forma como o governo apresenta dados sobre a empregabilidade dos jovens, destacando que a ocupação não é sinônimo de emprego estável. Ele aponta que a redução da informalidade não significa necessariamente um aumento na qualidade do emprego, e que muitos jovens estão em situações de subemprego ou sem emprego.
- 00:10:00 - 00:15:00
O falante discute a precarização do trabalho e como isso afeta a percepção da geração Z sobre a CLT. Ele argumenta que a geração está ciente da exploração, mas muitas vezes busca soluções que não abordam as raízes do problema, como o empreendedorismo digital, em vez de lutar por melhores condições de trabalho.
- 00:15:00 - 00:23:14
O falante conclui enfatizando a importância da organização e da conscientização entre os jovens sobre seus direitos trabalhistas. Ele critica a visão de que a CLT é um obstáculo e defende que a luta por direitos trabalhistas é essencial para melhorar as condições de trabalho e a vida da classe trabalhadora.
Mapa mental
Vídeo de preguntas y respuestas
Qual é a principal crítica feita ao governo no vídeo?
A crítica principal é que o governo apresenta dados de emprego de forma enganosa, sem considerar a precarização do trabalho.
O que é mencionado sobre a geração Z e o trabalho?
A geração Z enfrenta precarização no trabalho e muitos jovens estão insatisfeitos com a CLT, buscando alternativas como o empreendedorismo.
Como o apresentador vê a relação entre informalidade e emprego?
Ele argumenta que a diminuição da informalidade não significa aumento de empregos formais, mas sim uma precarização do trabalho.
Quais são os principais problemas enfrentados pela classe trabalhadora, segundo o vídeo?
Baixos salários, jornadas exaustivas e falta de direitos trabalhistas.
Qual é a solução proposta para os problemas da geração Z?
A solução envolve organização e conscientização dos jovens sobre suas condições de trabalho.
Ver más resúmenes de vídeos
Felca da RESPOSTA A BIANQUINHA sobre a divulgação das bets
Aprenda a FALAR MAIS RÁPIDO em QUALQUER IDIOMA
EMISSÃO 47 - Portugal no novo quadro internacional
Comissão COP 30 Unifesp - Financiamento Climático para uma Transição Energética Justa
UNIVESP | Vídeo de Revisão - PES320 | CONTROLE ESTATÍSTICO E GESTÃO DA QUALIDADE
Como funciona um circuito de refrigeração?
- 00:00:00Eu não falo inglês, uma grande falha da
- 00:00:03minha formação, mas quero dar um recado
- 00:00:06aqui para o mundo popcorn. Eh, chat,
- 00:00:09vocês tão tendo um bom dia? Da primeira
- 00:00:12vez que vocês ouviram o Bolsonaro falar
- 00:00:14isso, vocês acharam que popcorn, vocês
- 00:00:16acharam que era? Assim, é [ __ ] que mesmo
- 00:00:19eu que tenho bastante familiaridade com
- 00:00:20as coisas da internet, tenho questionado
- 00:00:21a minha própria realidade às vezes. E eu
- 00:00:23achei que era i por Deus que a única
- 00:00:27palavra da primeira vez que eu vi, a
- 00:00:28única palavra que eu entendi foi
- 00:00:30popcorn. O Sealers me quebra demais,
- 00:00:32sabe? Tipo o Sealers realmente ele tenta
- 00:00:35falar sellers, o sealers acaba com toda
- 00:00:37a inteligidade.
- 00:00:39Popcornice cream
- 00:00:42seers for centet também é [ __ ] Setet é
- 00:00:47é complicado. E assim, o Bolsonaro não
- 00:00:49chegou para alguém que fala inglês e
- 00:00:50falou: "Você pode falar essa frase aqui,
- 00:00:51por favor, só para eu ouvir como é?" Eu
- 00:00:54não achei que era eu tinha certeza,
- 00:00:56[ __ ] Como que os espelhos são reais
- 00:00:57se os nossos olhos não são reais, né? O
- 00:01:01cult. Eu não, como é que ele fala? Eu
- 00:01:04não falo inglês. Eu não falo inglês.
- 00:01:09Chat do meu coração. Vocês gostam muito
- 00:01:11quando eu quando eu não falo inglês, né?
- 00:01:14Quando eu não falo inglês. Quando eu não
- 00:01:15falo inglês. Que que eu quero dizer com
- 00:01:17isso? Quando eu trago pautas a respeito
- 00:01:19de novas tendências de mercado, né? E o
- 00:01:22que que essas tendências de mercado tm
- 00:01:24em comum? Geralmente elas falam da
- 00:01:25geração Z. Tem uma outra que fala dos
- 00:01:27millennials, que é a minha geração. A
- 00:01:29maior parte fala da geração Z. Geração Z
- 00:01:32tá aderindo ao badcaping, ao Tesking, ao
- 00:01:35quiet queing, ao quiet vacationing, ao
- 00:01:38enfim, não sei. Só que a gente nunca
- 00:01:40falou sério da geração Z aqui, né? Não
- 00:01:43sei se nunca, mas faz tempo que a gente
- 00:01:44não fala, pelo menos. Hoje a gente vai
- 00:01:46falar a sério da geração Z, né? Vamos
- 00:01:48falar um pouco sobre a geração que
- 00:01:50talvez seja a geração mais explorada
- 00:01:54desde a redemocratização, provavelmente,
- 00:01:56né? É a que eu acho que é a primeira vez
- 00:01:58na história do país, que é uma geração
- 00:02:00que tá mais [ __ ] que os pais, a
- 00:02:03geração como um todo. Não tenho certeza,
- 00:02:05tá? Tô falando meio de de cabeça assim,
- 00:02:07mas a gente sabe que também a geração Z,
- 00:02:09as gerações mais novas sempre são as
- 00:02:10primeiras vítimas de uma crise do
- 00:02:12capital. Então é sobre isso que a gente
- 00:02:13quer falar agora, gente. Primeiro de
- 00:02:15maio, semana passada, a gente foi pra
- 00:02:17rua junto com os nossos grandes
- 00:02:18camaradas da OP, a gente foi reivindicar
- 00:02:20o fim da escala 6x1, né? O fim de
- 00:02:23jornadas exaustivas de trabalho, como é
- 00:02:26de pra no dia primeiro, porque o dia
- 00:02:29primeiro existia inclusive por conta de
- 00:02:30manifestações paraa redução da jornada
- 00:02:32de trabalho, certo? E é importante a
- 00:02:35gente entender quais são os principais
- 00:02:37problemas que a classe trabalhadora tá
- 00:02:39enfrentando, tá? não só do ponto de
- 00:02:40vista individual, quais são os meus
- 00:02:41problemas, mas quais são os principais
- 00:02:43problemas da classe trabalhadora. A
- 00:02:44gente sabe que depois do desmonte feito
- 00:02:47pelo Temer, continuado pelo Bolsonaro e
- 00:02:49agora não questionado pelo governo Lula,
- 00:02:52a gente não tá tendo um governo que
- 00:02:54atende as demandas da classe
- 00:02:56trabalhadora, tá? Eu quero dizer isso
- 00:02:57por conta de uma pesquisa do site GOV
- 00:03:00aqui, ó, que está apresentada no site
- 00:03:02GOV. Deixa eu mostrar. Jovens ganham
- 00:03:04espaço no mercado de trabalho e
- 00:03:05impulsionam queda no desemprego e na
- 00:03:07informalidade. Estudos do MTE, do
- 00:03:10Ministério do Trabalho, né, revela
- 00:03:11crescimento da ocupação entre jovens de
- 00:03:1414 a 24 anos e redução histórica dos
- 00:03:17Nem. Maioria dos empregados ainda
- 00:03:19enfrenta baixos salários e funções
- 00:03:21repetitivas. Vamos lá. Eu vou começar
- 00:03:23com uma coisa que é bastante perigosa,
- 00:03:25mas eu acho que vale a pena falar nesse
- 00:03:26caso. Vocês aí que são na maioria de
- 00:03:29esquerda aí do meu chat, quando vem o
- 00:03:31governo se vangloriar de estar
- 00:03:33aumentando a empregabilidade e
- 00:03:35aumentando a massa salarial e tal, já se
- 00:03:37questionaram onde? Tipo onde? Porque
- 00:03:40olhando ao nosso redor, tá todo mundo
- 00:03:41muito [ __ ] Pessoal, assim, anedota,
- 00:03:44meus amigos que cresceram comigo, não
- 00:03:46tem um que tá estável. Todo mundo ou tá
- 00:03:48com subemprego, ou tá sem emprego, ou tá
- 00:03:50com emprego muito volátil. Então, a
- 00:03:52impressão que dá, e novamente, anedota
- 00:03:54não é dado, tá? Mas a gente vai trazer
- 00:03:56os dados para corroborar com isso. A
- 00:03:57impressão é que dá é que a gente vê as
- 00:03:58notícias falando: "Nossa, a
- 00:04:00empregabilidade está melhorando muito,
- 00:04:02nossa, como o desemprego está baixo". A
- 00:04:03gente olha ao nosso redor e tá todo
- 00:04:05mundo [ __ ] velho. Todo mundo. Então
- 00:04:08eu quero, para além das nossas
- 00:04:10impressões, eu quero analisar essa
- 00:04:12questão. O que [ __ ] que o governo tá
- 00:04:15falando e o que que tá acontecendo. Por
- 00:04:16que que o governo tá falando do jeito
- 00:04:18que tá falando e o que que tá
- 00:04:20acontecendo na real? Por que que dá essa
- 00:04:21impressão de que a gente tem dados que
- 00:04:23dizem uma coisa e a gente olha pra
- 00:04:24realidade e vê outra coisa? Vamos lá.
- 00:04:26Ministério do Trabalho divulgou esse
- 00:04:27estudo que apontou um crescimento
- 00:04:29expressivo no número de jovens de 14 a
- 00:04:3124 anos ocupados no Brasil no último
- 00:04:33trimestre de 2024, o que contribui pra
- 00:04:35redução das taxas de desemprego e
- 00:04:38informalidade. Então, antes de
- 00:04:39continuar, dois pontos muito
- 00:04:41importantes. O primeiro, pessoa ocupada
- 00:04:44e pessoa empregada são coisas
- 00:04:46diferentes. Oupação e emprego são coisas
- 00:04:48diferentes. Como diz o Ricardo Antunes,
- 00:04:50no capitalismo tardio, o trabalhador não
- 00:04:52tem emprego. Ele tem trabalho, tem muito
- 00:04:54trabalho, mas não tem emprego. Quando a
- 00:04:56pesquisa fala de ocupação de jovens, ela
- 00:04:59tá incluindo nisso muitas coisas,
- 00:05:01inclusive aquele PJ num [ __ ] de um
- 00:05:04subemprego. Então assim, todo mundo é
- 00:05:06trabalhador, nem todo mundo tem emprego.
- 00:05:08O segundo ponto é um desenlace do
- 00:05:09primeiro. Diminuição de informalidade
- 00:05:13não significa mais gente com carteira
- 00:05:15assinada, chat. Eu sei que parece um
- 00:05:16contrassenso. Diminuição de
- 00:05:17informalidade não significa mais gente
- 00:05:19com carteira assinada. não significa
- 00:05:21mais gente trabalhando com emprego
- 00:05:23estável, com direito trabalhista. E é
- 00:05:26por isso que me incomoda muito quando o
- 00:05:28governo faz um certo malabarismo para
- 00:05:31dar uma maquiada nesses dados de
- 00:05:33empregabilidade. E é uma crítica à
- 00:05:36maneira como o governo aborda a
- 00:05:37situação, mas é uma crítica ao
- 00:05:38capitalismo, tá gente? A gente vive no
- 00:05:39capitalismo. Isso aqui é um desenlace do
- 00:05:41capitalismo, beleza? De forma bem
- 00:05:44resumida, assim, não é porque diminuiu a
- 00:05:46informalidade que o trabalho formal
- 00:05:47aumentou necessariamente. Eu eu vou
- 00:05:50falar de novo, não é porque diminuiu a
- 00:05:52informalidade que aumentou a
- 00:05:53formalidade. Aan, você tá maluco, você
- 00:05:55tá chapando, você cheirou líquido de
- 00:05:58limpar a lente de câmera e tá muito
- 00:06:00louco. Então vamos lá, né? É aqui que
- 00:06:02acontece a confusão. O Ministério do
- 00:06:05Trabalho tem critérios. Para ser
- 00:06:07considerado o trabalho formal, tem que
- 00:06:08ter um vínculo empregatício com carteira
- 00:06:10assinada. Dois, direito trabalhista
- 00:06:12garantido, férias, 13º, INSS, etc.
- 00:06:15Terceiro, registro no sistema do governo
- 00:06:17ou eocial, por exemplo, né? Ao mesmo
- 00:06:19tempo, o Ministério do Trabalho
- 00:06:21considera que trabalhador informal é
- 00:06:23aquele que atua sem registro, ou seja,
- 00:06:26sem carteira assinada. CLT, prestem
- 00:06:29atenção nisso, sem
- 00:06:31CNPJ, sem contribuição pro INSS e sem
- 00:06:35nota fiscal. Ou seja, um trabalhador ao
- 00:06:38mesmo tempo pode ser formal e informal
- 00:06:40ao mesmo tempo. Vocês estão entendendo?
- 00:06:42Porque um trabalhador que tem CNPJ e
- 00:06:44emite nota não entra na estatística de
- 00:06:47informalidade, mas ele não é um
- 00:06:49trabalhador CLT, ele não tem direitos
- 00:06:51garantidos, ele não tem estabilidade,
- 00:06:53ele não tem vínculo. Vocês estão
- 00:06:55entendendo qual é o problema aqui? E
- 00:06:58vocês estão entendendo que a impressão
- 00:06:59de vocês não era não fundamentada?
- 00:07:01Calma, meu CNPJo. Vamos voltar pra
- 00:07:03pesquisa. Abre aspas aqui. O
- 00:07:05levantamento também revalou que o número
- 00:07:07de jovens que não estudam nem trabalham,
- 00:07:08os chamados neném, caiu pro menor nível
- 00:07:11dos últimos 12 anos, no segundo semestre
- 00:07:13de 2024. De novo, eles estão
- 00:07:15considerando qualquer tipo de trabalho.
- 00:07:17E tá falando aqui 12 anos, porque 12
- 00:07:19anos atrás a gente teve uma [ __ ] de uma
- 00:07:20crise, além do gigantesco desmonte do
- 00:07:23governo Temer, que aumentou o desemprego
- 00:07:25para caramba. Não há emprego estável
- 00:07:26mesmo no CLT. Vamos chegar lá. Calma, eu
- 00:07:28vou falar sobre isso. Então, de novo,
- 00:07:30pro dado, eles estão considerando
- 00:07:31qualquer tipo de trabalho, não estão
- 00:07:32considerando emprego. Abre aspa, segundo
- 00:07:34levantamento, no último trimestre de
- 00:07:352024, o Brasil registrou 14,5 milhões de
- 00:07:38jovens ocupados, superando 14,2 milhões
- 00:07:42observados no mesmo período de 2019,
- 00:07:44antes da pandemia. Foi de 14,2 para
- 00:07:4614,5. Aumentou? Aumentou, mas assim, e
- 00:07:51não é negócio a caixa pant, tá? Taxa de
- 00:07:54desemprego entre jovens caiu de
- 00:07:5725,2% para
- 00:07:5914,3%. Enquanto a informalidade passou
- 00:08:02de 48% para 44. Prestem atenção nesses
- 00:08:05dados. A taxa de desemprego caiu bem
- 00:08:07mais do que a taxa de informalidade.
- 00:08:08Isso aqui é só entre jovens, tá? Então
- 00:08:10vocês estão entendendo? A
- 00:08:11empregabilidade tá aumentando por conta
- 00:08:13da informalidade, tá aumentando através
- 00:08:15de meios neoliberais de precarização. E
- 00:08:19tem um recorte aqui, só para deixar bem
- 00:08:21claro, que eu não tô levando a classe
- 00:08:23trabalhadora toda como uma mesma coisa.
- 00:08:24Abre aspas aqui. Paula Montagner
- 00:08:26destacou, Montanheir deve ser, destacou
- 00:08:29que a redução no número de jovens de 18
- 00:08:30a 24 anos que não estudam nem trabalham
- 00:08:33representa um avanço importante. No
- 00:08:35entanto, observou que as mulheres ainda
- 00:08:37são a maioria nessa condição. No último
- 00:08:39trimestre de 2012, o país registrava 2,1
- 00:08:42milhões de meninos e 4,2 milhões de
- 00:08:45meninas nessa situação. É exatamente o
- 00:08:47dobro de mulheres, tá? Já no mesmo
- 00:08:49período de 2024, os números caíram para
- 00:08:511,9 milhão e 3,3 milhões,
- 00:08:54respectivamente. Gente, por que por que
- 00:08:57as mulheres compõem a maior parte dos,
- 00:09:00entre aspas, nem? Por quê? Porque as
- 00:09:02mulheres fazem a maior parte do trabalho
- 00:09:05não remunerado da sociedade capitalista.
- 00:09:07O trabalho de cuidado. O trabalho de
- 00:09:10cuidado, que é o trabalho de cuidar do
- 00:09:13irmão, cuidar do avô, cuidar dos pais e
- 00:09:16cuidar dos filhos. Beleza? Então esse
- 00:09:19recorte é muito importante também. E
- 00:09:21isso a gente tem que lembrar que não
- 00:09:22existe política pública de apoio para
- 00:09:25essas mulheres. Por isso que o trabalho
- 00:09:28fica relegado a elas ainda com aquele
- 00:09:30argumento ridículo de é da natureza
- 00:09:32feminina cuidar dos outros. E apesar de
- 00:09:35não ter sido um ponto de destaque do
- 00:09:36Ministério do Trabalho, a pesquisa
- 00:09:38aponta sim uma queda na qualidade das
- 00:09:41ocupações assumidas, que é a parte que a
- 00:09:42gente vê do porém, né? O porém abre
- 00:09:45aspas. De acordo com dados do novo
- 00:09:46Cajed, metade dos 7,7 milhões de jovens
- 00:09:49com carteira assinada está concentrada
- 00:09:51em apenas 15 ocupações caracterizadas
- 00:09:53por tarefas repetitivas e com alto
- 00:09:55potencial de automação. Além disso,
- 00:09:5767,1% desses trabalhadores recebem
- 00:10:00salários abaixo da média nacional, que
- 00:10:02foi de 1854 e 1 centavo. E aí, qual que
- 00:10:05é o ponto? Não adianta aumentar a
- 00:10:07empregabilidade com trabalho merda. A
- 00:10:09gente não quer só o aumento dos dados de
- 00:10:11empregabilidade. A gente quer que a a
- 00:10:13classe trabalhadora não tenha emprego
- 00:10:15merda. Isso não é pedir muito. Por isso
- 00:10:17que esses dados do governo incomodam
- 00:10:19tanto, porque não adianta ter emprego
- 00:10:21merda, isso não resolve o problema.
- 00:10:23Direitos ou precariedade, o que está por
- 00:10:24trás da crítica da geração Z a CLT, que
- 00:10:27é o que faz a gente ver matéria de quiet
- 00:10:28quitting, de bad rotting, de tesking da
- 00:10:31[ __ ] que o pariu, falando sobre a
- 00:10:33geração Z ser preguiçosa e não gostar de
- 00:10:35trabalhar. Se vocês estão ligados na
- 00:10:37linguagem dos jovens, vocês devem ter
- 00:10:40percebido que a CLT virou piada entre
- 00:10:41eles, né? Vocês já devem ter ouvido:
- 00:10:43"Ah, o jovem não quer CLT, não. O jovem
- 00:10:44quer dinheiro, o jovem raça CLT, ninguém
- 00:10:47mais quer CLT. Eu não nasci para
- 00:10:48trabalhar como CLT, aquela musiquinha,
- 00:10:50né? vocês sabem disso. Então vamos
- 00:10:52debater um pouco quais são as causas
- 00:10:54reais disso para além do do discurso da
- 00:10:56direita que enfim acho que tardou muito
- 00:10:58pra gente da esquerda começar a falar um
- 00:11:00pouco sobre isso, né? Primeiro de tudo,
- 00:11:01os jovens repararam bem rápido que o
- 00:11:04Brasil paga salários de fome
- 00:11:05simplesmente. Mas não só isso, que além
- 00:11:08do Brasil pagar salário de fome, os
- 00:11:09direitos supostamente garantidos pela
- 00:11:11CLT não são suficientes. Saúde,
- 00:11:14alimentação, transporte, essas coisas
- 00:11:16assim, não são garantidos. E a gente tem
- 00:11:19críticas à CLT, muitas, só que a gente
- 00:11:21não pode esquecer que a CLT de agora é
- 00:11:24resultado da precarização dos direitos
- 00:11:26trabalhistas depois do governo Temer. Se
- 00:11:29vocês forem ver a CLT, ela tá toda
- 00:11:31riscada agora. Então, primeiro de tudo,
- 00:11:33a CLT de agora é uma CLT muito muito
- 00:11:37precarizada. Já aí daí que vem, ah, a
- 00:11:39geração Z não gosta de trabalhar, quem
- 00:11:41primeiro, quem que gosta, né? Ruim é ter
- 00:11:43que trabalhar. Não existe trabalho ruim.
- 00:11:45Ruim é ter que trabalhar. Mas assim,
- 00:11:46segundo é o que a gente sempre brinca
- 00:11:48quando a gente lê essas matérias em
- 00:11:49inglês. Gente, na boa, o salário é
- 00:11:52horrível e o salário costuma ser pior
- 00:11:54para quem é mais novo. Então, em outras
- 00:11:56palavras, a geração Z tá criando
- 00:11:58consciência da exploração, que sofre
- 00:11:59muito rápido. E aí que fique claro que é
- 00:12:01uma consciência da exploração, não é
- 00:12:04consciência de classe. Não achem que
- 00:12:06automaticamente, porque a geração Z tá
- 00:12:08percebendo a exploração que ela cria
- 00:12:10consciência de classe, tá? é uma
- 00:12:11consciência de que as condições de
- 00:12:14trabalho oferecidas são desumanas. E por
- 00:12:16que que eu tô dizendo que isso não é
- 00:12:17consciência de classe? Porque a solução
- 00:12:20que muitas vezes esses jovens acreditam
- 00:12:22é uma solução muito complicada, muito
- 00:12:24problemática. Para eles, por exemplo, a
- 00:12:27solução não é lutar por uma CLT, digamos
- 00:12:29assim, né? Pode ser outro nome, mas
- 00:12:30enfim, que garanta mais direitos, que
- 00:12:32valorize o salário mínimo e que a CLT
- 00:12:34seja respeitada com mais direitos. A
- 00:12:37solução foi demonizar a CLT e dizer que
- 00:12:40a saída é o empreendedorismo, sobretudo
- 00:12:42empreendedorismo digital, eh aprender a
- 00:12:45aprender com ferramentas digitais e
- 00:12:47fazer o teu e enfim, isso aqui cai como
- 00:12:49uma luva paraa agenda econômica
- 00:12:52neoliberal que a gente conhece muito
- 00:12:53bem. Então vocês entendem que o discurso
- 00:12:55dos jovens tá partindo de um problema
- 00:12:56real, tá partindo de um problema real,
- 00:12:59mas às vezes desemboca numa solução
- 00:13:01falsa. Porque se antes a gente tinha
- 00:13:03precarização do trabalho informal, agora
- 00:13:05a gente tá tendo precarização do
- 00:13:06trabalho formal. Gente, isso dá a
- 00:13:09impressão para quem trabalha de CLT que
- 00:13:10CLT é pior do que ser autônomo. Porque
- 00:13:12trabalhar com registro sendo mal
- 00:13:15remunerado e perdendo direito, a pessoa
- 00:13:16pensa: "Eu vou trabalhar sem registro,
- 00:13:18então [ __ ] vou ganhar mais dinheiro
- 00:13:19trabalhando sem registro. para trabalhar
- 00:13:21com região bosta isso aqui. E aí a
- 00:13:23direita captura isso com um discurso
- 00:13:25discurso muito bem propagado para dizer
- 00:13:27que trabalho formal é coisa
- 00:13:29ultrapassada, para dizer que é uma coisa
- 00:13:31do passado, para dizer que os jovens não
- 00:13:33se adequam mais a o formato de trabalho
- 00:13:36formalizado, principalmente com discurso
- 00:13:38de modernização, que você sabe que cta
- 00:13:39muito jovem, né, dizendo que o
- 00:13:41capitalismo contemporâneo tem a saída
- 00:13:44para o sucesso individual. E que fique
- 00:13:46claro que é sempre sobre uma ótica
- 00:13:47individual, não de classe. E a gente não
- 00:13:50pode cair na armadilha de achar que a
- 00:13:52direita tá vencendo isso porque ela sabe
- 00:13:54se comunicar melhor. Vamos deixar isso
- 00:13:56muito claro. Eu falei sobre comunicação
- 00:13:57aqui, mas a questão não é essa. Esse
- 00:13:59discurso da direita só cola porque
- 00:14:02existe uma realidade material real o
- 00:14:06trabalho formal consegue ser precarizado
- 00:14:09tanto quanto um frila qualquer. Então
- 00:14:11vou repetir, se não houvesse a situação
- 00:14:13real da precarização real do trabalho
- 00:14:15formal, o discurso da direita de que o
- 00:14:18capitalismo moderno vai resolver esse
- 00:14:19problema não colava. Existe sim agitação
- 00:14:22e propaganda por parte da direita. Ela
- 00:14:24captura isso e se comunica com essas
- 00:14:26pessoas desvirtuando. Mas existe o
- 00:14:28problema real que faz com que os jovens
- 00:14:31absorvam esse discurso, tá bom? Não é só
- 00:14:34currículo escolar, não é pastor, não é a
- 00:14:36[ __ ] do primo rico só que vai convencer
- 00:14:39as pessoas disso, é a dor real que elas
- 00:14:41sentem no mundo do trabalho real, tá? Eu
- 00:14:43quero reiterar isso muitas vezes. Vamos
- 00:14:45abrir aspas aqui pra matéria do Brasil.
- 00:14:47De fato, o peso da precarização do
- 00:14:48trabalho formal na assimilação do
- 00:14:50discurso de desprezo pela CLT já se
- 00:14:52expressa em dados. A mesma pesquisa
- 00:14:54apontou os principais motivos que levam
- 00:14:56jovens de 14 a 24 anos a pedir
- 00:14:58desligamento voluntário no emprego
- 00:14:59formal. Vamos aos dados aqui.
- 00:15:01Adolescentes de 14 a 17 anos, os baixos
- 00:15:04salários foram citados 29% das vezes.
- 00:15:06Entre quem tem 18 e 24 anos, salário
- 00:15:09baixo foi motivo de demissão em 36% das
- 00:15:11vezes. Falta de flexibilidade na jornada
- 00:15:14foi motivo para 20% entre idades de 18 e
- 00:15:1724. E aí você fala: "Tá vendo, tá vendo,
- 00:15:20seu comunistinha de merda? O jovem não
- 00:15:22se adapta à CLT porque a CLT é muito
- 00:15:25fechada, ela não dá liberdade para você
- 00:15:27empreender. Talvez, talvez seja só o
- 00:15:31fato de que no Brasil a jornada 6 por um
- 00:15:35é legalizada e que talvez essas pessoas
- 00:15:37quando falam de falta de flexibilidade é
- 00:15:40porque elas falam de escravidão moderna
- 00:15:42no McDonald's que faz trabalhar seis
- 00:15:45dias por semana e de folgar só um.
- 00:15:47Talvez seja isso. Só talvez seja isso.
- 00:15:50Então não vem com esse papo de que é a
- 00:15:52CLT. Além disso, adoecimento mental por
- 00:15:56estress no trabalho afetou 21% dos
- 00:15:57jovens de 14 a 17 e 26% dos 18 a 24.
- 00:16:01Paraa surpresa de absolutamente ninguém,
- 00:16:02abre aspas, na lista de respostas
- 00:16:04entraram também as dificuldades de
- 00:16:05mobilidade entre casa e trabalho. Hora,
- 00:16:08hora, meu chat do meu coração. Quem
- 00:16:10diria que existe um atrativo para home
- 00:16:13office quando você tem que pegar 2 horas
- 00:16:15de via mobilidade para chegar no seu
- 00:16:18trampo? Quem diria que o transporte
- 00:16:20público ser
- 00:16:22insuportável nas grandes metrópoles ia
- 00:16:24fazer os jovens não quererem mais esse
- 00:16:26tipo de trabalho? Abre aspas, também
- 00:16:28foram apontadas outras questões como
- 00:16:29falta de reconhecimento, questões éticas
- 00:16:31com a forma de trabalho das empresas e o
- 00:16:33problema com a chefia imediata. São
- 00:16:35problemas de sempre esses aqui, né?
- 00:16:36Enfim, isso tudo faz com que tentar
- 00:16:38arriscar um home office autônomo, PJ,
- 00:16:41frila, fique mais atrativo pros jovens.
- 00:16:44E aí, imagina chat, que louco seria se a
- 00:16:47CLT garantisse salário justo, jornada
- 00:16:49razoável, se tivesse transporte que
- 00:16:52garantisse acesso às pessoas, se tivesse
- 00:16:54política de moradia perto do trabalho
- 00:16:57das pessoas. Então assim, a CLT pode ser
- 00:16:59objeto de crítica, mas tem que ser
- 00:17:00crítica certa, né? Tem que ser crítica
- 00:17:02certa e não crítica do a CLT impede o
- 00:17:05empreendedor de gerar emprego porque tem
- 00:17:07muita carga. Sabe o que que as cargas
- 00:17:09afetam, gente? Lucro. É isso que as
- 00:17:11cargas afetam. Tudo que o empreendedor,
- 00:17:14vamos colocar na palavra deles, tem que
- 00:17:15pagar por conta da CLT, afeta uma coisa
- 00:17:18e apenas uma coisa: lucro. Ou você acha
- 00:17:22que se não tivesse os direitos da CLT
- 00:17:25garantidos, você ia est recebendo mais
- 00:17:27salário? Você acha mesmo isso? Você acha
- 00:17:30mesmo que o o capitalista ia pegar toda
- 00:17:32a grana que ele gasta pagando os
- 00:17:34direitos obrigatórios, ia passar pro seu
- 00:17:36salário? Você acha mesmo isso? Você acha
- 00:17:38que ele não ia embolsar? Você acha que
- 00:17:39ele não ia lucrar com esse valor? Não,
- 00:17:41né? Você não acha que ele ia investir em
- 00:17:42me expandir o negócio dele? Não. Ia pro
- 00:17:43seu salário? Sim. Ia sim. É. Enfim. O
- 00:17:46grande problema disso é que o reflexo
- 00:17:48real material junto com a comunicação da
- 00:17:51extrema direita fez com que toda uma
- 00:17:52geração crescesse enxergando a CLT como
- 00:17:55algo problemático, como se fosse a causa
- 00:17:57de algum problema. E pior ainda, como se
- 00:18:00a CLT no começo tivesse sido um presente
- 00:18:03da classe política pra classe
- 00:18:04trabalhadora. O grande problema disso é
- 00:18:06que a classe trabalhadora mais jovem não
- 00:18:09enxerga direito trabalhista como
- 00:18:11conquista de luta. É uma geração inteira
- 00:18:14que não aprendeu que férias, que
- 00:18:15aposentadoria, que qualquer direito
- 00:18:17trabalhista, assim, foi resultado de
- 00:18:19luta. Nunca foi dado de mão beijada, nem
- 00:18:22por político, nem por capitalista
- 00:18:24nenhum. É uma geração que cresceu desde
- 00:18:27da mais temra infância já com discurso
- 00:18:29neoliberal bombardeado por todos os
- 00:18:30lados. Então essa é uma das razões pelas
- 00:18:33quais essa geração enxerga o problema,
- 00:18:35mas não enxerga a solução, entende? E
- 00:18:38pior de tudo, acaba no final das contas
- 00:18:40achando que o insucesso no trabalho é
- 00:18:42culpa individual, que você só é um
- 00:18:45fracassado no trabalho porque você não
- 00:18:47empreendeu o suficiente, você não foi
- 00:18:49criativo que nem o seu amigo que fez uma
- 00:18:51[ __ ] dança da hora no TikTok, agora tá
- 00:18:52ganhando AdSense lá. Então assim, gente,
- 00:18:54comunicação é importante. Comunicação é
- 00:18:56importante. Eu falei que tem raízes
- 00:18:57reais, mas a gente tem que começar a
- 00:19:00disputar a consciência dessa juventude.
- 00:19:01Como que a gente faz isso? Organização,
- 00:19:03movimento secundarista, movimento
- 00:19:05estudantil. A gente inclusive aqui na
- 00:19:07soberana tem o CESPEN, que é uma frente
- 00:19:08de massas de professores. Se você é
- 00:19:09professor ou professora, inclusive
- 00:19:11procure o CPEN, organize-se conosco.
- 00:19:13Inclusive tá aqui, ó, o nosso
- 00:19:14panfletinho, tá aqui que a gente
- 00:19:16distribui nas ruas, porque é importante
- 00:19:17pra gente conscientizar essa galera
- 00:19:20jovem que tá entrando no mercado de
- 00:19:22trabalho agora a entender as não só as
- 00:19:24raízes do seu problema, mas as soluções,
- 00:19:25né? Como organizar trabalhadores
- 00:19:27informais muito mais difícil. É isso que
- 00:19:28a gente tá fazendo. Muitos dos
- 00:19:30professores que a gente organiza, por
- 00:19:31exemplo, no CESPEN são trabalhadores
- 00:19:32informais, são PJ. a gente tem disputado
- 00:19:35esse tipo de forma organizativa
- 00:19:37utilizando as ferramentas contemporâneas
- 00:19:39que são as ferramentas digitais, certo?
- 00:19:42É um desafio que a gente tá disposto a
- 00:19:43enfrentar e construir. A gente não
- 00:19:45constrói frente de massa sozinho, tá?
- 00:19:46Não é não é uma coisa que só para deixar
- 00:19:48claro para vocês, esse tipo de
- 00:19:50organização não partiu da nossa cabeça
- 00:19:51genial da soberana e a gente aplicou na
- 00:19:53realidade. A demanda veio ao contrário,
- 00:19:55tá gente? foi gente que começou a se
- 00:19:57organizar na internet por conta dos
- 00:19:59espaços que a gente estava criando e
- 00:20:01começou a nos perguntar a respeito de
- 00:20:03organização. Então, os profissionais
- 00:20:05começaram a se todas as frentes de
- 00:20:07massas foram assim: os profissionais
- 00:20:08começaram a se organizar sozinhos e
- 00:20:10pediram ajuda pra gente contribuir com
- 00:20:13essa organização, porque a gente milita
- 00:20:15há anos fazendo esse tipo de coisa e
- 00:20:17inclusive utilizando ferramentas
- 00:20:18digitais. Então assim, a gente acredita
- 00:20:20de verdade que as soluções estão no seio
- 00:20:22da classe trabalhadora. As soluções vem
- 00:20:24dos trabalhadores. O que a gente precisa
- 00:20:27é de centralizar essas soluções, é de
- 00:20:30fazer com que essas soluções sejam
- 00:20:32exequíveis. Todo marxista acredita
- 00:20:34nisso, tá gente? É do povo ao povo
- 00:20:36sempre, como ensina o Mausedong pra
- 00:20:37gente. Todas as nossas frentes de massas
- 00:20:39estão sendo e serão porque a gente tá
- 00:20:41formando mais. Da mesma forma, geração Z
- 00:20:44dá mais valor pro TikTok que pro livro
- 00:20:45de de história. Beleza, eu vou
- 00:20:47destrinchar esse comentário que parece
- 00:20:49que saiu diretamente da boca do meu tio
- 00:20:51mais fraco, tá? Primeiro de tudo, isso é
- 00:20:54a mesma coisa que comparar manifestação
- 00:20:56política com o show da Lady Gaga. Ah,
- 00:20:58não. Brasileiro gosta muito mais de
- 00:20:59carnaval do que manifestar pelos seus
- 00:21:00direitos. Talvez porque um seja uma
- 00:21:03manifestação política e a outra seja
- 00:21:06entretenimento. Então, comparar
- 00:21:08entretenimento com alguma coisa
- 00:21:10política, alguma forma de trabalho,
- 00:21:12mesmo que seja trabalho intelectual, é
- 00:21:14uma comparação descabida. Beleza? Se for
- 00:21:18comparar as coisas, comparem coisas
- 00:21:20parecidas, pelo menos. Compare o TikTok
- 00:21:24com Instagram, compare o show da Lady
- 00:21:26Gaga com show do Wesley Safadão. Isso
- 00:21:28são coisas comparáveis. Agora, por que
- 00:21:30que o jovem não dá valor pra história?
- 00:21:33Deve ser por causa da cabeça do jovem,
- 00:21:35né? Deve ser porque o jovem hoje em dia
- 00:21:37tá impossível. Ou deve ser porque o
- 00:21:39jovem não tem a menor perspectiva de
- 00:21:42estudar para ter algum espaço no mercado
- 00:21:45de trabalho. E ele vê muito mais valor
- 00:21:47em dominar ferramentas digitais para ter
- 00:21:49alguma garantia de sobrevivência no
- 00:21:52capitalismo do que fazer o ensino
- 00:21:54superior, fazer uma trajetória acadêmica
- 00:21:56para ter o mesmo destino de ter que
- 00:21:58trabalhar com as redes sociais. Então,
- 00:22:00talvez e só talvez o jovem que tá [ __ ]
- 00:22:02e sofre uma pressão desgraçada da
- 00:22:04família para trazer renda para casa, não
- 00:22:07veja valor numa escola precarizada, com
- 00:22:10os professores super explorados e ainda
- 00:22:12morando em regiões que são violentas e
- 00:22:13não tem infraestrutura. Mas talvez o
- 00:22:16problema seja o funk [ __ ] na cabeça
- 00:22:18desse jovem, né? Talvez seja o
- 00:22:19tralaleiro tralalá no TikTok que tá
- 00:22:22fazendo ele dar mais valor para isso do
- 00:22:24que pro livro de história. Então assim,
- 00:22:25parem com esse discurso de nossa, o
- 00:22:28jovem hoje em dia não tem como, o jovem
- 00:22:30não quer trabalhar, o jovem não valoriza
- 00:22:32a o estudo, o jovem a culpa é do jovem,
- 00:22:36nossa, o jeito, as coisas estão do jeito
- 00:22:37que estão, porque o jovem hoje em dia,
- 00:22:38nossa, tá impossível. Ele só quer saber
- 00:22:40de [ __ ] e bailão. Muito fácil colocar
- 00:22:43culpa no indivíduo, principalmente o
- 00:22:45indivíduo que tá o mais [ __ ] de todos,
- 00:22:47tá? O jovem no Brasil não é levado a
- 00:22:49sério, como diria Alexandre Magnorão,
- 00:22:51quando ele já tinha 40 anos. Eu largando
- 00:22:54o diploma de biologia e tentando fazer
- 00:22:55vídeo pro TikTok e pro Instagram para
- 00:22:57quem e sabe virar editor. Olha só, o
- 00:22:59jovem hoje em dia quer saber muito mais
- 00:23:01do Instagram e do TikTok do que do livro
- 00:23:02de biologia, né? Bom, é isso. A minha
- 00:23:04dica de hoje, né? É, não sejam liberais.
- 00:23:06Essa é é a minha dica para sempre.
- geração Z
- precarização do trabalho
- CLT
- direitos trabalhistas
- emprego
- informalidade
- organização
- conscientização
- jovens
- trabalho