uma breve história da LÍNGUA PORTUGUESA

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https://www.youtube.com/watch?v=LglrT4U7N64

Resumo

TLDRA língua portuguesa tem uma rica trajetória que começou na Lusitânia com o latim dos romanos. Sua evolução foi assegurada pela interações culturais, e durante as grandes navegações, espalhou-se por diversas partes do mundo. A variedade de sotaques e expressões reflete a diversidade cultural do Brasil. A tecnologia tem imposto novas dinâmicas de aprendizado e uso da língua, prometendo um futuro dinâmico e adaptável. A literatura e a oralidade continuam a desempenhar um papel fundamental na identidade da língua, enquanto seu caráter resiliente garante que se mantenha viva e capaz de se reinventar a cada nova geração.

Conclusões

  • 🌍 A língua portuguesa tem raízes na Lusitânia.
  • 📜 O latim clássico influenciou o desenvolvimento do português.
  • 🚢 As grandes navegações levaram o português ao redor do mundo.
  • 📖 Autores como Pessoa e Lispector enriquecem a literatura em português.
  • 🎤 A diversidade de sotaques reflete a mistura de culturas no Brasil.
  • 🗣️ O português é uma língua viva e em constante evolução.
  • 📲 A tecnologia está moldando a forma como aprendemos e usamos a língua.
  • ✨ Antropofagia linguística caracteriza o português brasileiro.
  • 🔄 A língua evolui com as mudanças sociais e tecnológicas.
  • 🕰️ O português moderno é resultado de séculos de adaptação e reinvenção.

Linha do tempo

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    O vídeo destaca a capacidade humana de se organizar através da linguagem, apresentando a riqueza demográfica e geográfica do Brasil, onde o português é o único idioma oficial. A discussão aborda a origem da língua portuguesa, que remonta à Lusitânia, onde os habitantes estabeleceram uma identidade cultural e linguística antes da invasão romana. O latim clássico e vulgar, trazido pelos romanos, desempenhou um papel crucial na formação do português atual.

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    Explorando a expansão do latim, o vídeo explica que a língua se diversificou em várias línguas românicas, incluindo o português. A evolução do latim é discutida, destacando como as variáveis regionais e sociais influenciaram o desenvolvimento da língua. O patrocínio da Babbel Live é mencionado, enfatizando a importância de aprender outras línguas e as semelhanças entre o português e o espanhol.

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    Os linguistas analisam a evolução do português em três períodos: o latim pré-histórico, o latim proto-histórico e o português moderno. Durante a era das grandes navegações, o português se espalhou por outros continentes, fazendo do Brasil o lar de milhões de falantes e estabelecendo o português em outras nações. O impacto da colonização sobre a diversidade cultural da língua é destacado, traçando as raízes históricas do português em um contexto global.

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    O vídeo finaliza refletindo sobre a dinâmica do português, destacando a diversidade de sotaques e expressões no Brasil resultantes de influências culturais e sociais. Uma discussão sobre o futuro da língua portuguesa é apresentada, abordando o impacto da tecnologia e a adaptação rápida do idioma em resposta a mudanças sociais. A resiliência da língua e sua capacidade de evolução ao longo do tempo são enfatizadas, celebrando a contínua jornada do português.

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Vídeo de perguntas e respostas

  • Qual é a origem da língua portuguesa?

    A língua portuguesa originou-se no território da Lusitânia, influenciada pelo latim trazido pelos romanos.

  • Como o português se espalhou pelo mundo?

    Durante as grandes navegações, Portugal colonizou mais de cinquenta territórios, levando o português a diversos continentes.

  • Quais países falam português além do Brasil?

    Além do Brasil, falam português países como Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, e Macau na China.

  • O que influencia a variação do português no Brasil?

    A variação do português no Brasil é influenciada por diversas línguas indígenas, africanas e pela interação de diferentes grupos étnicos e sociais ao longo da história.

  • Qual é o papel da tecnologia na evolução da língua?

    A tecnologia influencia a língua portuguesa através de novas formas de comunicação e expansão de vocabulário, acelerando mudanças e adaptações.

  • Qual é a importância da literatura na língua portuguesa?

    A literatura, com autores renomados, contribui para a valorização e reconhecimento do português como uma língua rica e diversificada.

  • Como os sotaques influenciam o entendimento da língua?

    Os sotaques criam variações melódicas que permitem o entendimento, refletindo a diversidade cultural e histórica dos falantes.

  • O que é antropofagia linguística?

    Antropofagia linguística refere-se à capacidade do português brasileiro de assimilar e adaptar elementos de outras línguas e culturas.

  • Quais são os períodos da história do português?

    Os períodos são o latim pré-histórico, o latim proto-histórico e o português moderno, cada um refletindo mudanças linguísticas e sociais.

  • Qual o futuro da língua portuguesa?

    O futuro da língua portuguesa será moldado por adaptações tecnológicas e culturais, continuando sua evolução dinâmica.

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    Você já pensou como é incrível a capacidade humana de se organizar enquanto grupo através
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    da linguagem?
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    Para um pouco e analisa: nós, os brasileiros, somos hoje quase duzentos e quinze MILHÕES
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    de pessoas, divididos em vinte e seis estados!
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    Temos uma área de mais de oito MILHÕES de metros quadrados, o Reino Unido todo caberia
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    dentro do estado de São Paulo, enquanto a Bahia é pouca coisa menor que a França.
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    E enquanto historicamente essas duas regiões - Inglaterra e França - viveram em guerra,
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    dentre outros motivos pela falta de união linguística talvez, nós por aqui não.
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    Nós, com todo esse nosso tamanho geográfico e com essa imensa população, falamos apenas
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    um idioma oficial: o português!
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    Mas como surgiu a nossa língua?
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    De onde vem o nosso jeito de falar?
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    Tudo bem que Portugal chegou aqui e isso com certeza influenciou, mas como ela, a língua
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    portuguesa, apareceu no reino de Portugal?
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    Qual a origem e a história da nossa língua portuguesa?
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    (vinheta) Tudo começa com a necessidade intencional
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    e muito humana de se comunicar.
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    Dando um grande salto na história, não se sabe que espécie humana exatamente começou
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    a articular palavras e isso com certeza ficaria para outro vídeo.
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    Mas uma coisa é certa, precisamos adiantar mais uns cinquenta mil anos depois das primeiras
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    palavras e chegar até à Lusitânia.
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    A Lusitânia foi o nome dado à parte oeste da atual Península Ibérica que se localiza
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    no sudoeste do continente Europeu.
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    É hoje constituída principalmente pelos territórios de Portugal e Espanha.
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    Esse lugar, a Lusitânia, antes ainda da chegada dos Romanos, tem seus primeiros registros
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    apontados no ano de quinhentos e vinte antes de Cristo.
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    Foi um um poema chamado Ode Marítima, que falando sobre os “Lucis” apontou a mais
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    antiga referência aos habitantes do território que um dia foi conhecido como Lusitânia.
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    Pois era nesse lugar, a Lusitânia, onde viviam o que podemos chamar de antepassados dos portugueses,
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    aqueles que colonizaram o Brasil.
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    A expansão dos exércitos de Roma levou a cultura e a língua dos romanos pra todo canto.
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    Eles chegaram na Península Ibérica por volta do século três antes de Cristo trazendo
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    com eles sua língua nativa, o latim clássico, também chamado de “literário” ou ainda
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    latim propriamente dito.
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    Era essa a língua falada pelos poetas, pensadores, juristas e pessoas importantes em contraponto
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    ao latim vulgar, a língua falada corriqueiramente pelas pessoas comuns que viviam suas vidas
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    longe dos termos oficiais do estado.
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    Ou seja, o latim era então uma língua viva, que pouco a pouco foi se modificando e se
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    transformando em diversas variações que ficariam conhecidas como línguas românicas.
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    Dentre elas, o nosso português.
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    Antes de chegar à Lusitânia, o Latim era falado na cidade de Roma e na província de
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    Lácio, ali por volta do século primeiro antes de Cristo.
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    O latim era então um modesto dialeto de pastores que fundaram Roma e que viveram nessa pequena
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    região de Lácio, às margens do rio Tibre…
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    Não confundir com o rio TIGRE da Mesopotâmia.
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    Esses pastores falantes do latim tiveram que lutar para vencer muitas dificuldades vindas
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    de uma terra insalubre e pantanosa e, pouco e pouco, foram dominando as comunidades vizinhas
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    e preparando o grandioso destino de Roma no mundo antigo.
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    A língua latina, ou o latim, estendeu-se por todo o território onde hoje é a Itália
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    e parte da Europa ocidental.
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    Essa expansão deu origem às chamadas línguas românicas ou línguas neo-latinas, agrupando
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    um total de dez idiomas diferentes que são eles: o português, o francês, o italiano,
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    o romeno, o galego, o occitano, o rético, o catalão, o dalmático e é claro, o espanhol,
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    que eu estou tentando aprender usando Babbel Live, que está patrocinando esse vídeo.
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    Sim eu estou aprendendo porque eu não queria ficar só no portunhol nessa viagem.
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    E olha eu vou te dizer que espanhol é uma língua muito parecida com português, afinal
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    ambas vieram do latim, mas existe uma certa diferença.
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    Eu senti na prática que eu realmente preciso melhorar meu espanhol, e vi como eu poderia
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    fazer isso.
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    Graças à Babbel Live.
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    A Babbel Live é uma plataforma que você pode participar de aulas ao vivo em diversas
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    línguas diferentes como Espanhol, alemão, francês, italiano e é claro, inglês.
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    Sim, é isso mesmo!
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    Se você está precisando dar uma melhorada no seu inglês pro seu trabalho ou pra algum
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    outro objetivo.
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    Os professores são nativos e eles conseguem dar bastante atenção individual aos alunos
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    já que existe um limite de seis alunos por aula.
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    E além de você poder fazer na hora e dia que você achar melhor, as aulas são muito
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    bem feitas, você pode escolher o nível dela e o assunto que mais se encaixa com seus objetivos.
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    No meu caso eu escolhi aprender a linguagem informal.
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    nova língua!
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    E as línguas, de uma forma geral, são organizadas em famílias, em decorrência de sua possível
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    origem comum.
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    E isso pode ser visto nas línguas românicas se a gente comparar algumas palavras que evoluíram
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    com o tempo e de acordo com o lugar onde são faladas.
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    Mas certa similaridade acaba permanecendo na raiz da grafia – o jeito de escrever
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    ou da pronúncia.
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    É o caso da palavra latina MAGIS, ou PLUS, que em português dá origem a Mais, em espanhol
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    más, no italiano più e no francês plus.
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    Outro bom exemplo é o latim FORMOSUS, ou BELLUS, que vira formoso em português, hermoso
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    em espanhol, bello em italiano, beau em francês e finalmente Frumos na língua romana.
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    Depois dessas comparações, parece até que nem é tão difícil aprender outros idiomas!
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    …parece?
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    Uma vez que o Latim era o idioma oficial do antigo Império Romano, era natural que ao
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    dominar outros lugares e povos, essa língua se tornasse a língua oficial dos lugares
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    dominados.
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    Os novos governos, as novas instituições jurídicas e educacionais, e tudo que fosse
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    ligado ao novo estado deveriam se submeter aos caprichos de Roma.
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    Também era natural que com tantas pessoas e locais diferentes, a língua fosse sendo
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    adaptada e transformada, até criar esses outros idiomas cuja base é o latim.
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    Então imagine o seguinte.
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    Seu povo foi dominado pelos romanos… sinto muito!
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    E com isso veio a imposição do latim, todos eram obrigados a falar essa língua, mas apenas
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    oficialmente, ou seja, o que acontecia na prática era diferente.
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    As pessoas comuns poderiam até saber falar latim quando preciso em situações formais,
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    com quando eles precisavam pedir algo ao estado.
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    Mas, digamos, na vida real, com os pés na areia, no meio de uma feira popular, as pessoas
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    se sentiam livres pra falar da maneira que elas quisessem.
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    Existia uma espécie de língua do dia-a-dia que era muito mais falada.
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    E se a gente lembrar que naquela época não existiam meios de comunicação em massa eficientes
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    o suficiente pra impor uma mesma língua em um território tão grande quanto o domínio
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    romano, então uma coisa fica clara.
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    O poder central de Roma poderia ser grande, mas ele tinha suas limitações, e não era
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    capaz de conter a força das massas, e a sua vontade indomável de falar como quisessem.
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    Com isso, quando Roma caiu, diversas regiões ganharam independência e finalmente não
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    precisaram mais se submeter à língua dos dominadores.
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    Eles estavam livres e espontaneamente tornaram suas línguas do cotidiano em línguas oficiais.
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    Foi isso que aconteceu na Lusitânia com português.
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    Idealmente, os estudiosos dividem a história do português em três períodos ligados à
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    história política da Roma antiga: no primeiro deles, tem-se o chamado Latim pré-histórico
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    que vai do século um, em Lácio, até o século nove.
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    Nessa época, ainda não se tinham registros da língua, bom, ou pelo menos os arqueólogos
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    não encontraram nenhum tipo de escrita que comprovasse exatamente a forma desse Latim
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    pré-histórico.
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    Já o segundo período da história do português, têm-se o chamado latim proto-histórico,
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    que vai do século nove ao século doze.
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    Durante essa época apareceram os primeiros documentos contendo o registro dessa língua.
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    Palavras que hoje, quase dez séculos depois, ainda somos capazes de reconhecer: estrata,
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    conelio, artigulo, que significa estrada, coelho e artigo.
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    E finalmente o terceiro período vai do século doze para frente até hoje!
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    E aqui vale destacar o importante século dezesseis onde aspectos essenciais da língua
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    conhecidos nos dias de hoje, como a oralidade e a escrita tornam-se mais corriqueiros, parecidos
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    com as ocorrências atuais.
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    Então resumindo, os Romanos invadiram a Lusitânia, levaram o seu latim culto que foi assimilado
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    pela população através do latim vulgar.
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    Nesse local, bem depois, foi constituído o Reino de Portugal, falante de português,
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    que é uma variação do latim.
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    Só que depois do português ter se tornado o português ainda houve um evento muito marcante
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    que vai mudar ela pra sempre.
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    Portugal começa as grandes navegações!
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    Na época das grandes navegações, o que começa a acontecer ali pelo século quinze,
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    Portugal velejou pelo mundo e colonizou mais de cinquenta territórios!
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    O que sobrou disso na modernidade?
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    Bom, como eu disse lá no comecinho do vídeo, eu falei que hoje somos quase duzentos e quinze
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    milhões de falantes do português.
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    Mas isso, veja bem, É SÓ no Brasil.
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    Ao todo, ao redor do mundo, somos quase trezentos milhões de falantes desse idioma.
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    Além do Brasil, mais oito países ao redor do globo acabaram falando português até
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    os dias de hoje: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
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    Macau, na China, apesar de não ser um país tem o português como idioma oficial.
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    Isso faz com que a língua portuguesa esteja presente, oficialmente, em QUATRO dos seis
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    continentes do mundo: América, África, Europa e Ásia.
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    O Português é falado ainda hoje nesses países por causa de algo muito importante na história
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    do Reino de Portugal, algo que já falamos: as navegações.
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    Portugal, que já era um reino unificado no século doze e estava localizado em uma posição
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    geográfica privilegiada.
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    Simplesmente tinha acesso ao oceano Atlântico e ao mar mediterrâneo.
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    E por essas e outras ele se aventurou pelos oceanos saindo na frente de todas as outras
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    nações europeias que ainda eram regiões pequenas e desarticuladas, com muitas guerras
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    entre si.
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    Portugal buscava novas rotas de comércio, novas terras, outras riquezas e por isso,
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    por essa sede de aventura e também ganância, verdade seja dita, os Portugueses saíram
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    na frente e protagonizam a descoberta de “novos mundos”.
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    Com isso, seu idioma oficial se espalhou e se diversificou em vários ritmos e melodias
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    pelo mundo.
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    Com isso vamos ver que a língua portuguesa cresce sua influência e vai se destacar dentre
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    outras razões pelas primorosas e famosas obras literárias, onde a poesia tem um lugar
  • 00:11:12
    de destaque.
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    Autores como Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Florbela Espanca ganham reconhecimento.
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    E em paralelo a isso suge uma diversificação de sotaque e gírias.
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    Tem quem diga que ao visitar outros locais do Brasil dá quase para pensar que não falamos
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    o mesmo idioma.
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    Um turista do sul que às vezes chega no nordeste pode até pensar que está em outro país.
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    Mas para além da distância, o que explica essas diferenças na língua?
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    Os sotaques, as gírias, de onde vem?
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    O jeito de falar é a forma como um idioma se desenvolve à medida que seus falantes
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    evoluem com o tempo ou no lugar em que vivem.
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    E é principalmente na língua falada que essas mudanças mais aparecem, para depois,
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    só depois, a gramática e a escrita assimilar as normas.
  • 00:12:00
    Ou seja, existe a norma culta, mas existe também o português coloquial, do dia a dia.
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    E isso não quer dizer que quem não fala exatamente como se escreve, está errado.
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    É supernormal e aceitável falar “cê” ao invés de você.
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    Está tudo certo.
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    E mais do que isso, as gírias que você usa é uma forma de expressão política e social.
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    Escolher falar parça, vetin, varão, mona, mano ou macho, pode transmitir sua identidade
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    política e social.
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    Pode comunicar seus valores morais, sua classe social, se você acredita em Deus, ou de onde
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    você é.
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    As gírias fazem tudo isso, assim como o sotaque!
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    O sotaque é uma forma de regionalizar um idioma, e isso é um fenômeno em diversas
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    línguas, e não foi diferente para o português.
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    Se a gente pensar de novo sobre o latim, a sua forma “vulgar” se adaptou e gerou
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    o espanhol, o português, o italiano.
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    Bom, com sotaques funciona mais ou menos do mesmo jeito.
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    Pensa um pouco na pronúncia da letra “erre”, por exemplo.
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    Dependendo do lugar em que você mora, você fala essa palavra jogando a língua para trás
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    na hora que chega o “erre”, arranhando a garganta ou pode também pressionar a língua
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    atrás dos dentes para emitir o som que aprendeu a fazer desde criança - na base da imitação.
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    De acordo com as pesquisas, no início da colonização portuguesa, o “erre”, assim
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    como o “efe” e o “ele” não eram sons presentes nas línguas indígenas.
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    Ao forçarem a alfabetização da população originária, a dificuldade de ensinar o “erre”
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    falado pelos portugueses fez com que surgisse o “erre” retroflexo, que você provavelmente
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    deve conhecer como “erre” caipira.
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    Ele tem esse nome – retroflexo - porque a língua faz um movimento para trás chamado
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    retroflexão.
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    E ele ficou conhecido como “erre” caipira porque foi levado pelos bandeirantes para
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    o interior do Brasil, à medida que adentraram as terras de São Paulo, Minas Gerais e Goiás
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    e por aí vai.
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    Mas em algumas cidades da região Sul do país e na capital São Paulo é comum ouvir uma
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    versão mais seca desse “erre”, não porta mas porta, como em “carro”.
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    E isso já foi fruto da influência italiana nessas regiões.
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    Já no Recife ouve-se um “erre” bem marcado, herança dos tempos em que os holandeses,
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    que originalmente são germânicos, invadiram e ocuparam Pernambuco, expandindo-se até
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    a Paraíba e Sergipe no século dezessete.
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    Já no Rio de Janeiro, o “erre” é falado arranhando a garganta.
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    A explicação, supostamente, vem lá do ano de mil oitocentos e oito, quando a corte portuguesa
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    mudou-se para o Brasil, especificamente o Rio de Janeiro.
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    Na corte, os integrantes da realeza imitavam o “erre” falado pelos franceses, a grande
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    referência cultural e intelectual europeia naquela época.
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    Em pouco tempo, a elite local também passou a copiar esse jeito de falar e não foi só
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    o “erre” francês que ficou, mas o “S” chiado português também virou identidade
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    carioca: aquele chiado da “esquina da escada” sabe?
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    Pois é, vem daí.
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    Mas esse “esse” chiado, apesar de ser marca registrada do “carioquês” também
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    é ouvido e falado em outras regiões que tiveram a presença massiva dos portugueses,
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    como em Florianópolis e Manaus.
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    Aliás, o sotaque falado na capital do Amazonas tem ainda a influência de línguas indígenas
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    e dos nordestinos que migraram para lá na década de mil novecentos e quarenta, durante
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    o ciclo da borracha.
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    Ou seja, isso é um puro suco de Brasil!
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    Os sotaques são isso daí, variações melódicas de uma mesma língua que ainda assim permitem
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    o entendimento por seus falantes nativos.
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    E claro tem também os sotaques de quem fala outra língua e tem dificuldades em articular
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    o português nativamente.
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    Dependendo de onde é o estrangeiro, se ele for na padaria tentar pedir pão, talvez o
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    padeira entenda outra coisa, e fique meio atiçado.
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    Os sotaques no Brasil são muito diversos por causa da diversidade de povos e tradições
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    que temos e já tivemos no país.
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    Os linguistas acreditam que quando aconteceu invasão portuguesa nas terras indígenas
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    do Brasil, haviam ao menos quatro grupos linguísticos distintos espalhados pelo litoral, interior,
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    norte e sul.
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    Isso quer dizer no mínimo quatro grandes idiomas diferentes!
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    E com certeza cada um desses grupos influenciou o português de cada região.
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    A língua portuguesa foi instituída oficialmente como uma forma de controlar os habitantes
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    da colônia então todos tiveram que aprender, foram obrigados por Portugal.
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    É natural que ao misturar línguas indígenas com a língua portuguesa, muitas diferenças
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    tenham surgido.
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    Isso sem falar de todas as línguas africanas que vieram depois, com a escravidão, e obrigaram
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    os africanos a passar pelo mesmo processo.
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    Variação linguística, sotaque, nomes diferentes para a mesma coisa – mandioca e aipim, por
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    exemplo – são pedaços da história de cada lugar, das pessoas que edificaram o que
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    hoje são as cidades e estados brasileiros que conhecemos.
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    Todas as línguas são organismos vivos e dinâmicos.
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    Influenciadas pelo tempo, pelas mudanças geográficas e, claro, pela tecnologia.
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    Por isso, cabe aqui uma pergunta: qual o futuro da língua portuguesa?
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    Será que os emojis vão dominar a escrita e serem assimilados à norma culta daqui há
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    cem anos?
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    Será que teremos emojis em dicionários?
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    Eu acho que não… espero que não.
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    Muito provavelmente um brasileiro de duzentos anos atrás que voltasse hoje no tempo e sentasse
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    aí com você, para digamos, ver esse vídeo não entenderia muita coisa.
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    Então, o que vai acontecer com o nosso português?
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    O que sabemos é que em comparação com o português de Portugal, o português brasileiro
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    é bem mais receptivo às mudanças.
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    Podemos dizer que aqui, a língua é mais receptiva, não temos muito problemas com
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    importar e adaptar palavras e assim vamos mantendo a nossa língua uma “senhora”
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    sempre jovem.
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    Talvez essa seja uma característica brasileira, uma espécie de antropofagia linguística:
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    assimilamos para facilitar, para agilizar, para – como bons brasileiros que somos – aceitar
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    todos os costumes!
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    Fato é que as mudanças, influenciadas pela tecnologia, tem acontecido cada vez mais rápido:
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    as contrações na escrita da internet, a profusão de áudios e vídeos, a possibilidade
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    de aumentar a velocidade dessas mídias, tudo isso influencia no que ouvimos e consequentemente
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    no que falamos.
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    Tá ligado?
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    TLGD?
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    E o chatGPT?
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    O google tradutor?
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    Alguém precisará aprender português para vir ao Brasil se com um celular e um microfone
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    pode-se traduzir tudo o que se quer dizer?
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    Bom, não funciona cem por cento e muitas vezes essas ferramentas provocam confusões
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    imensas com seus erros de interpretação.
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    Mas é inegável que os avanços da inteligência artificial quando se trata de línguas são
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    impressionantes principalmente quando vemos a rapidez com que essas ferramentas assimilam
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    erros, acertos, se reinventam e acabam por nos ensinar, muitas vezes, a “forma correta”
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    de escrever.
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    Quem aqui consegue elaborar um texto sem usar o corretor de texto, por exemplo?
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    Eu possivelmente iria cometer muitos erros!
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    A influência da tecnologia vai mudar os rumos da nossa língua, de todas as línguas, de
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    quase tudo o que a gente faz.
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    O que isso vai trazer para a nossa humana e milenar capacidade de articular sons, para
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    a nossa última flor do Lácio e sua melodia poética, bom, isso só o tempo vai mostrar.
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    Ao refletir sobre nossa trajetória linguística, entendemos que a língua portuguesa, assim
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    como toda forma de expressão humana, é resiliente e adaptável.
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    Ela atravessou mares, enfrentou conquistas, assimilou culturas, ressoou em guerras e paz,
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    e floresceu em poesias e canções.
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    Dessa vasta tapeçaria histórica, construímos o mosaico de palavras e expressões que utilizamos
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    hoje.
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    A longa jornada da língua portuguesa, desde as margens do Tibre, passando pela antiga
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    Lusitânia e se espalhando pelos quatro cantos do mundo, demonstra a infindável capacidade
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    de reinvenção da humanidade.
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    A linguagem é nosso eterno legado, e com ela tecemos nossa história e projetamos nosso
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    futuro.
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    E assim, a língua portuguesa segue, navegando mares desconhecidos e desbravando novos horizontes,
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    sempre se adaptando, sempre viva, sempre ecoando a essência de um povo que não tem medo de
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    mudar e evoluir.
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    E é justamente nessa jornada constante que reside sua verdadeira beleza.
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    Que venham os próximos capítulos dessa magnífica odisséia linguística!
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    A da origem, ascensão e vida da nossa língua portuguesa.
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