00:00:08
Boa tarde,
00:00:09
Eu sou Rita Von Hunty e diretamente
dos estúdios da UNEB
00:00:15
eu dou início ao primeiro tempero
Drag de 2025.
00:00:21
Menina, seja muito bem vinda!
00:00:23
Vou começar com um boa tarde.
00:00:25
É importante da boa tarde porque eu lanço
o vídeo mais ou menos quando é meio dia, né?
00:00:29
Chega com uma educaçãozinha tem um cuspe, não
é camisinha com cerol entrando sem avisar.
00:00:34
Então, muito boas tardes
00:00:36
vamos dar início aqui
a nossa primeira transmissão do ano.
00:00:40
Eu estava pensando
00:00:41
sobre o que é que eu falava, e aí
eu fiquei pensando assim um desses temas
00:00:45
eu poderia falar, por exemplo,
que a Terceira Guerra Mundial já começou.
00:00:49
Você está vendo o número de conflitos
armados ao redor do planeta é o maior
00:00:53
desde que a Segunda Guerra Mundial rolou.
00:00:57
Aí eu falei não, magina, começar o ano
falando isso pra tu.
00:01:00
Aí eu falei já sei,
Vou falar dos ataques neoliberais
00:01:03
do governo Lula Alckmin
ao pobre corte do BPC
00:01:07
fazer com que o salário mínimo
não possa mais crescer de verdade.
00:01:11
E essa reforma dos ricos fica para
quando o Congresso tiver afim de falar.
00:01:15
Ou seja, vamos se f*d*r outra vez. Né
Aí falei, não, isso não é bom.
00:01:19
Aí pensei o ataque
00:01:20
especulativo do dólar
que a gente chegou a ter o dólar a 6 reais
00:01:24
no Brasil, então, tá tá tranquilo,
imagina para quem compra comida?
00:01:28
Tá fácil, está tranquilo, tá favorável.
00:01:30
Aí falei Não, não posso começar o ano
assim com uma notícia.
00:01:33
Aí pensei eu vou fazer um vídeo
então sobre a virada,
00:01:39
a extrema direita da meta,
00:01:41
como a que surpresa das primeiras décadas
00:01:44
do século XXI, o fascismo ressurge
e os grande capitalistas
00:01:49
estão de novo de mãos
dadas com os fascistas.
00:01:52
Aí pensei Não, não é.
00:01:54
Não é de bom, de bom agouro fazer isso
do começo do ano. Não é um bom presságio.
00:01:58
Aí eu estava pensando e se eu falasse
sobre como os setores do agronegócio
00:02:04
estão montando
em cima de setores da educação para fazer
00:02:08
com que os materiais didáticos no Brasil
sejam favoráveis ao agronegócio?
00:02:17
O tema?
00:02:19
Feliz Ano Novo.
00:02:24
Bom, como vocês já deve ter visto em
00:02:26
algum local desta tela,
o tema do vídeo de hoje é.
00:02:32
Feliz ano Novo!
00:02:33
Sinceramente, o útero para vocês
00:02:37
Feliz ano novo
00:02:40
Bem vindes ao fim do mundo!
00:02:43
Ai, que delícia de tema
pra abrir o ano, molecada!
00:02:47
Vamos lá!
00:02:47
Peguei meu roteiro aqui, já tomei meu
clonazepan, meu diazepan,
00:02:51
meu Rivotril,
meu Rivotrex, meu clonazetol.
00:02:54
Porque eu acredito que qualquer
desempenho
00:03:00
nocivo da nossa saúde mental
é responsabilidade do indivíduo.
00:03:05
Não tem nada a ver com o que a gente está
vendo.
00:03:07
Imagens de Gaza em tempo real
sendo destruídas, a economia indo
00:03:11
pro buraco, o fascismo gritando a plenos
pulmões, o meio ambiente sendo.
00:03:15
Não. É tudo um desequilíbrio cerebral
que a gente pode corrigir com o remédio.
00:03:20
Consulte seu médico
00:03:22
e inclusive esse vídeo
é patrocinado por uma grande farmacêutica.
00:03:30
E eu vou tentar começar assim escopo geral.
00:03:34
Não existe ano novo para o Planeta né bicha.
00:03:39
É só essa pedra
girando do meio do nada que a gente,
00:03:43
pedaços de carne apodrecendo mora
que deu mais uma voltinha.
00:03:47
E aí, Feliz ano novo!
00:03:48
Não tem nada, só a pedra girando.
00:03:51
Então não tem um ano novo
pra crise climática.
00:03:55
Aliás, com o maior negacionista climático
da história presidindo
00:04:01
o maior país destruidor do meio ambiente,
então não tem nada de novo.
00:04:07
Mas se a gente pudesse imaginar um ano
novo, vale
00:04:11
que a gente começasse, por exemplo,
com um relatório climático.
00:04:16
O Instituto Copernicus lançou esse relatório
00:04:20
nos informando 2024 Segura, segura
porque vai doer.
00:04:25
Foi o primeiro ano da história
00:04:29
em que a gente teve
a temperatura do planeta um grau e meio
00:04:34
acima dos níveis pré industriais,
lembra as nossas projeções
00:04:40
e nossas
Assim, comunidade científica ocidental
00:04:44
que diziam que a gente se não obedecesse
00:04:47
o Acordo de Paris que terminou
o não foi obedecido.
00:04:50
Eu acho que é chocante.
00:04:52
Se a gente não obedecesse
o Acordo de Paris,
00:04:55
a gente ultrapassaria lá pra 2030.
00:04:58
Então meio que foi. Agora é 24.
00:05:01
Mas assim, está tudo bem,
continua trabalhando, tá tudo tranquilo.
00:05:05
Volte,
termina esse vídeo e volta a trabalhar,
00:05:07
inclusive tem uma entrevista muito boa
do Luiz Marques para o Joio e o Trigo.
00:05:10
Falando sobre,
vou deixar aqui na descrição.
00:05:13
Pode ser novidade esse vídeo para você.
00:05:14
E aí na descrição do vídeo
tem toda a referencia que eu ralei.
00:05:19
preparando a pesquisa
para fazer essa b*sta desse
00:05:23
roteiro para apresentar esse lixo
desse vídeo para você.
00:05:26
E se você me assistir enquanto você lava
louça, faz faxina em casa
00:05:29
pra eu descobrir onde você mora e quebrar
uma barra de ferro na sua nuca é um, dois.
00:05:34
Senta, pega papel e caneta
e presta atenção nessa m*rda.
00:05:38
Eu estou dando aula de graça
para você fazer revolução brasileira.
00:05:41
Voltando.
00:05:42
Então é passado isso que a gente tem
reeleito
00:05:46
o maior negacionista climático do planeta
para presidir o país, que deveria
00:05:51
é liderar
a transição energética do Ocidente.
00:05:56
É o Fale que eu te mostre
00:05:59
uma imagem do McDonald’s
envolto em chamas.
00:06:05
E assim, nem nos nossos
00:06:06
sonhos mais selvagens
a gente imaginava, né?
00:06:11
E teve uma frase que circulou a internet
00:06:14
é que a situação do capitalismo
é tão hedionda
00:06:18
que ela supera em anos luz
00:06:21
as nossas imaginações de distopia
do fim do mundo.
00:06:25
Ou seja, a gente ia
imaginar que o McDonald’s
00:06:30
pegando fogo com ventos e tufões
num cenário de destruição de uma cidade,
00:06:36
era a cena de abertura
de um filme de fim de mundo.
00:06:39
Terminou que a cena de abertura de 2025
não tô dando ideia.
00:06:44
Queima quengaral
00:06:51
Outra coisa que circulou
às redes era uma frase
00:06:55
da galera dos estudos culturais
de que a crise climática
00:06:59
seria percebido como um evento de cultura
através das telas nas nossas mãos.
00:07:05
A crise climática
seria culturalmente percebida
00:07:09
como uma série de vídeos apocalípticos
00:07:12
em lugares
acontecendo cada vez mais perto de você
00:07:16
até que fosse você o celular
gravando o evento Apocalipse.
00:07:21
Bom, parece que mais uma vez os estudos
de cultura estavam com alguma razão.
00:07:25
De forma mais flagrante.
00:07:27
O que a gente está vendo acontecer
é a derrubada de um dos principais
00:07:32
mitos
que sustentam a civilização ocidental.
00:07:35
Qualé? De que
00:07:36
do iluminismo para cá,
nós somos civilizações
00:07:41
guiadas, pautadas, projetadas,
00:07:45
respaldadas pela ciência.
00:07:48
Nós somos racionais, iluministas,
00:07:51
e a crise climática nos revela
que o único interesse
00:07:55
que mantém a nossa sociedade
operando é o do capital.
00:07:59
Agora que a gente tem que escolher entre
salvar o planeta ou salvar as economias,
00:08:06
os cientistas estão sendo mandados
calar a boca.
00:08:09
Eles são alarmistas
e faz alguma coisa como 30 anos
00:08:15
que a gente vem sendo
sistematicamente avisado
00:08:18
sobre a importância
de fazer transição energética.
00:08:23
Mas como a Chevron vai acumular
00:08:25
milhares de milhares de dólares
se a gente fizer isso?
00:08:29
Tadinhos, gente.
00:08:31
Aaaaaaa tadinhos
Tadinha, que barra.
00:08:34
Então, entre o planeta e a economia, salva
se a economia
00:08:37
e fod*se a ciência nunca fomos iluministas.
00:08:40
O Adorno e Horkheimer
sempre estiveram certos.
00:08:43
Ponto dois: O caso a ser analisado.
Nesse vídeo
00:08:47
Eu vou tentar a partir dos aspectos
gerais, pegar um ponto
00:08:52
que são os incêndios que estão
destruindo Los Angeles, na Califórnia.
00:08:57
Ai que delícia, né?
00:08:59
Porque é um bando de ricos se fud*ndo.
00:09:01
Pela primeira vez na história
a gente tem multimilionário
00:09:06
ator e atriz de Hollywood,
gente do Vale do Silício
00:09:10
que tem a casa em Malibu perdendo tudo
00:09:13
se f*dend0, primeira vez que não é racismo
ambiental.
00:09:16
Desterrando lavadeira, cobrador de hotel
00:09:20
é os milionários se f*dend0, então
eu estou achando ótimo.
00:09:23
Só que não posso falar
isso no vídeo. Voltando.
00:09:26
Mas dona Rita, eu não sei o que é
00:09:28
Malibu, West Hollywood, Hollywood, Rio.
00:09:32
Por que você é pobre.
00:09:34
Eu quero que você deixe aqui
agora nos comentários se você é pobre.
00:09:38
Eu tinha duas casas lá agora
eu perdi tudo.
00:09:41
a gente tem acontecendo
uma série de incêndios muito tristes
00:09:47
que estão sendo devastadores,
que tem muitas vidas sendo perdidas
00:09:51
e e coisas destruídas.
00:09:54
E aí eu vou dedicar esse vídeo
apenas para isso
00:09:57
ou para outras coisas, você
só vai saber assistindo até o final. Bora lá.
00:10:00
Isso que a gente está atravessando.
00:10:02
Então, o fato de que a praia de Malibu,
00:10:05
onde tinham mansões e casarões,
não tem mais nada.
00:10:09
A Roxelly vai pôr na tela um pedaço
00:10:11
com vídeo enquanto eu estou falando
os bairros mais chiques
00:10:15
da indústria de cultura estadunidense
00:10:19
foram arrasados em três dias de incêndio.
00:10:23
Nos revela uma coisa
00:10:26
que, para quem se debruça sobre isso,
já era explícito.
00:10:30
Só que é importante aparecer
como um dado passível de apreensão
00:10:35
pela população geral,
pela cultura como um todo
00:10:39
o de que não existe planeta B.
00:10:42
O de que seremos todos
refugiados climáticos em algum momento.
00:10:48
Não há como sobreviver
tendo algum dinheiro.
00:10:53
Teve uma coisa muito curiosa
que aconteceu.
00:10:55
Vou pôr na tela
o tuíte de um multimilionário americano
00:11:00
postando na rede
se alguém sabia de um serviço de bombeiros
00:11:06
particular que ele pagaria o que fosse,
00:11:09
que as casas ao redor da casa dele
estavam pegando fogo.
00:11:13
Te lembra a cena na qual,
com o Titanic afundando,
00:11:17
uma vagab*, perdão.
Uma moça
00:11:20
da classe dominante sentada
na primeira classe, pergunta
00:11:24
se os botes salva vidas serão preenchidos
de acordo com ranqueamento de classe.
00:11:30
Esse episódio não vai nos revelar
que, enquanto os bilionários estão
00:11:35
construindo bunkers e hotéis espaciais,
00:11:39
ou a gente
se engaja como classe trabalhadora
00:11:42
para reverter a destruição climática
00:11:46
ou esse ano começa nos revelando
uma bela trajetória para a qual
00:11:51
estamos todas indo. Tente imaginar meus anjo
que BC, sabe nois vai descer para a BC.
00:11:58
Pensa que Balneário Camboriú,
onde tem as torre mais alta dos ricos,
00:12:02
mais cafona, pegou fogo do dia para noite.
00:12:05
Eu fico muito triste com uma notícia dessa.
00:12:08
E aí, o que foi? O que aconteceu?
00:12:10
Você tem um incêndio
de proporções astronômicas
00:12:14
que só tomou tais proporções
00:12:17
devido à mudança climática
que a gente está atravessando
00:12:22
e a ação humana
que fez com que os incêndios
00:12:25
tivessem a proporção do pior incêndio
da história da Califórnia.
00:12:30
E eu vou tentar, antes de ir para lá
também dizer o seguinte
00:12:34
para os dados em si.
00:12:35
Em comparativo, o que aconteceu
com o Brasil no ano passado?
00:12:39
O incêndio da Califórnia é
nada, estou deixando na tela, a Roxelly
00:12:45
vai por na tela um comparativo das imagens
00:12:48
da mancha de carbono
dos incêndios brasileiros
00:12:52
com a mancha de carbono
dos incêndios da Califórnia.
00:12:57
Você conseguiu ter dimensão.
00:12:59
Então, tudo o que você vai ouvir
agora sobre o relato da Califórnia
00:13:04
é um pedaço do que aconteceu no Brasil
no ano passado
00:13:09
e, magicamente,
o que aconteceu no Brasil no ano passado
00:13:12
não fez tanta manchete ao redor do planeta
como o que aconteceu na Califórnia vai fazer.
00:13:18
Chegamos aos números do incêndio
e a Roxelly vai por um vídeo na tela e eu
00:13:22
vou tentar ir mostrando o vídeo para vocês
enquanto estou lendo os números.
00:13:27
No dia 7 de janeiro,
que é o primeiro dia do incêndio,
00:13:30
a área queimada foi equivalente
a 11 quilômetros quadrados.
00:13:36
No dia seguinte, 11 de janeiro,
o que. Tinha se confundiu
00:13:40
e quis dizer 8 de janeiro.
00:13:42
Eram 60 quilômetros quadrados.
00:13:45
Ai, dona Rita,
não sei o que são 60 km, Macapá.
00:13:50
A cidade de Macapá pegou fogo inteira
e foi
00:13:53
pouco perto do que aconteceu no Brasil
ano passado.
00:13:57
Vamos seguir, no dia 9 de janeiro,
00:13:59
Eram 76 quilômetros quadrados.
00:14:03
No dia 10 de janeiro, 85
quilômetros quadrados
00:14:08
no dia 11 de janeiro,
91 quilômetros quadrados.
00:14:13
E é quando eu encerro a pesquisa
para apresentar o vídeo para você.
00:14:16
Pode ser que quando o vídeo vá ao ar,
o cenário seja ainda pior.
00:14:20
De acordo com o IBG,
a gente tem 427 municípios no Brasil,
00:14:25
com uma área menor do
que 100 km quadrados.
00:14:29
Então você precisa entender
que é como se qualquer uma dessas
00:14:33
quase 500 cidades brasileiras
00:14:36
tivesse desaparecido pela queimada.
00:14:39
Liechtenstein, que é um paisinho que fica
entre a Suíça e a Áustria,
00:14:44
tem uma dimensão parecida com a
que esse incêndio dizimou.
00:14:49
Então a gente está falando
de um país do planeta
00:14:52
que deixou de existir do dia para noite
por causa de ação humana,
00:14:56
que aumentou a potência
de um incêndio natural.
00:14:59
E eu estou dizendo a ação humana,
porque a gente já tem artigos publicados,
00:15:04
inclusive um que foi publicado na Science,
00:15:08
que faz a análise de como de 2020 para cá
00:15:12
esses incêndios estão se proliferando,
se alastrando
00:15:16
quatro vezes mais rápido
do que acontecia nos anos 80, por exemplo.
00:15:22
A gente vai deixar o artigo recomendado
para vocês lerem na descrição do vídeo.
00:15:27
Bom, isso nos leva para o nosso ponto
número três a ação humana.
00:15:32
Bom, o termo ação humana,
ele é bastante amplo
00:15:35
e vou tentar nesse ponto três te dar
00:15:39
algumas notícias da ação humana.
00:15:42
A primeira delas
é no sentido de conter o fogo.
00:15:47
Terminar com esse incêndio,
00:15:49
conter esse incêndio
é uma ação humana.
00:15:52
E aí a gente tem um fato
que une o Brasil e os Estados Unidos.
00:15:57
Se durante os incêndios no Brasil
00:16:01
a gente tinha a maior parte das brigadas
lutando contra incêndio
00:16:06
compostas por pessoas quilombola
e pessoas indígenas,
00:16:11
nos Estados Unidos, 30%
00:16:14
de toda a força combatendo os incêndios
00:16:18
são de pessoas
do sistema prisional da Califórnia.
00:16:23
Então eu vou tentar
00:16:24
agora é dar um passo para dentro.
00:16:27
Veja se você me entendeu.
00:16:29
De cada dez bombeiros
lutando contra o fogo,
00:16:33
três desses bombeiros
00:16:36
são pessoas
que estão presas na Califórnia.
00:16:39
A Ruth Wilson Gilmore, uma grande marxista
00:16:43
que trabalha com abolicionismo penal
00:16:46
e que é a autora de Califórnia Gulag,
para você saber.
00:16:50
É Gulag era o termo que a
gente usava no Ocidente
00:16:55
para falar dos horrores
da União Soviética.
00:16:59
Então, durante o stalinismo
as pessoas eram presas
00:17:02
e a sua mão de obra
era super explorada nas prisões.
00:17:06
Isso está acontecendo na Califórnia.
00:17:09
Isso vai acontecer na terra da liberdade,
no bastião da democracia.
00:17:14
A Ruth trabalha isso
neste livro específico.
00:17:17
Voltando para os incêndios
de cada dez combatentes, três são pessoas
00:17:22
em situação de privação de liberdade.
00:17:26
Então, pessoas em presídios.
00:17:28
Não preciso te explicar que são homens
negros.
00:17:31
Não preciso te explicar que essas pessoas
não tiveram o mesmo
00:17:34
treinamento dos combatentes.
00:17:37
E o que acontece?
00:17:39
Segundo as notícias,
elas estão quatro vezes mais
00:17:42
propensas a lesões
por causa do trabalho de
00:17:46
conter o incêndio,
oito vezes mais propensas a desenvolverem
00:17:51
doenças, por exemplo,
respiratórias, na lida com incêndio,
00:17:56
porque elas estão pior equipadas
00:18:00
do que o sistema oficial de combate
aos incêndios.
00:18:04
Vai te contar
é que essas pessoas em situação de cárcere
00:18:09
estão fazendo esse trabalho por
5 dólares por dia.
00:18:13
Nos melhores cenários, são 10 dólares dia.
00:18:18
A gente está falando de uma nova faceta
do trabalho escravo no século XXI.
00:18:24
Para além das pessoas
em situação de privação de liberdade,
00:18:27
os Estados Unidos está sendo ajudado
00:18:30
por combatentes do México e do Canadá,
00:18:34
os dois países
que o Trump acabou de ofender.
00:18:38
Na última coletiva de imprensa dele,
a coletiva de Mara Lago,
00:18:43
que foi onde o Trump disse que
00:18:45
anexaria o Canadá aos Estados Unidos
como um novo Estado
00:18:49
e que o Golfo do México deveria
se chamar o Golfo da América,
00:18:54
que o som é muito melhor.
00:18:55
Essa é a curiosidade dos Estados Unidos.
00:18:58
Eles não querem saber de latinos
no seu país,
00:19:02
a não ser que o seu país esteja
pegando fogo
00:19:05
e a sua força de combate de incêndio
não seja suficiente
00:19:09
para combater o fogo
por causa de um corte neoliberal.
00:19:14
Esse do capeta, esse lixo.
00:19:17
É isso mesmo que você ouviu
a prefeita de Los Angeles, que se chama
00:19:22
Karen Bass, que é uma mulher negra
do Partido Democrata.
00:19:28
E aí, só para te explicar,
00:19:29
o Partido Democrata significa
ela não come cocô no café da manhã.
00:19:34
É uma pessoa com quem você poderia ter
uma conversa.
00:19:36
Ela fez um corte
no último ano de 17 milhões e meio de dólares
00:19:43
do Departamento de Combate de incêndio.
00:19:46
O principal setor afetado foi o setor
de recrutamento contratação de pessoal.
00:19:54
Estão faltando pessoas
para combater o incêndio.
00:20:16
Esse dinheiro foi realocado
para a Secretaria de Segurança
00:20:21
para que a polícia fosse mais eficiente
em prender pessoas.
00:20:25
Tá entendendo
o funcionamento de uma indústria.
00:20:27
Quanto mais pessoas pretas e pobres presas
na Califórnia
00:20:31
por serem pretas e pobres,
mais mão de obra trabalhando,
00:20:36
arriscando a própria vida por 5 dólares ao dia,
você tem. Califórnia Gulag,
00:20:43
o livro da Ruth discorre sobre isso
00:20:47
porque será que é de uma autora marxista
e não de um liberal.
00:20:51
Para além de conter
o fogo, tem ação humana em fazer o fogo.
00:20:56
A gente pode pensar como a ação humana
está produzindo o fogo em quatro ideias.
00:21:02
A primeira delas são espécies invasoras.
00:21:06
Eu disse lá no começo do vídeo
a flora da região.
00:21:10
Ela tem milênios de adaptação
00:21:13
aos ventos de Santana,
que são os ventos que espalham as chamas.
00:21:18
Você tem inclusive espécies nativas
que precisam do fogo pra auto regeneração.
00:21:24
O que acontece agora, no entanto,
00:21:27
é que paisagistas decidiram plantar
00:21:30
uma outra arvorezinha aqui e ali,
00:21:33
é que novas espécies
foram trazidas com a colonização,
00:21:38
é que os povos originários
que cuidavam da região foram dizimados.
00:21:43
E aí, o que você tem?
00:21:45
Uma série de plantas que não é do lugar
empesteando
00:21:49
o lugar de material orgânico
00:21:52
que se acumula no solo
e que vira combustível pro incêndio.
00:21:57
O próximo ponto de ação humana para fazer
o fogo
00:22:02
é que o padrão da chuva foi alterado
pela mudança climática na Califórnia.
00:22:08
Então é importante que você saiba
a Califórnia, é um Estado seco, Los Angeles
00:22:11
em especial é uma região seca,
a cidade é seca. O período de chuva deles
00:22:17
normalmente começa em outubro
e vai até janeiro.
00:22:21
Normalmente de outubro a janeiro.
00:22:24
Você teria algo como
12 centímetros de chuva
00:22:28
neste período,
ou seja, de outubro de 2024 até janeiro
00:22:32
agora de 2025 não choveu
em Los Angeles,
00:22:37
vou dizer de novo. Um dia
não choveu em Los Angeles.
00:22:41
Em compensação, no ano anterior
00:22:44
você teve inundação e chuva torrencial.
00:22:49
Os cientistas climáticos
00:22:51
eles vão chamar isso de whiplash
00:22:54
da chicotada climática, que é como a gente
00:22:57
percebe mais imediatamente
que o jogo mudou, que a coisa mudou.
00:23:02
Você tem um ano de inundação e enchente
e você tem um ano no qual não choveu.
00:23:07
Claro, o território mais seco
ajuda a propagação do incêndio.
00:23:12
O próximo ponto é a mudança
no padrão dos ventos.
00:23:17
Lembra que eu te falei agora
um pouquinho dos ventos de Santana?
00:23:20
Então, eles são eventos históricos,
documentados,
00:23:23
a galera fala disso nas ciências
climáticas, na geografia e etc.
00:23:27
E esses ventos passam por ali,
são ventos velozes.
00:23:31
No entanto, este ano esses ventos
tiveram a dimensão de furacão.
00:23:36
Esses ventos eles correram
com a velocidade de 160 quilômetros
00:23:42
por hora, porque o aquecimento climático
00:23:46
e a ação humana
estão alterando o padrão dos Jet Streams
00:23:51
o que é isso?
00:23:52
Os rios de vento que existem no mundo
e que regulam
00:23:57
uma série de fenômenos climáticos
00:24:00
ou, nesse caso, desregula.
O que você tem
00:24:04
é a associação,
então, de uma espécie de tufão,
00:24:08
de uma espécie de tornado
e de um incêndio.
00:24:11
E chegou um momento
em que o incêndio estava se alastrando
00:24:16
a cinco campos de futebol
00:24:18
por minuto, e os cientistas climáticos
00:24:22
precisaram desenvolver
00:24:23
uma nova unidade de medida
porque eles não tinham registro
00:24:27
para dimensionar
o que estavam acontecendo.
00:24:29
O último ponto de ação humana que colabora
00:24:33
com a propagação de incêndio
é o citiamento urbano.
00:24:37
Então, lá em São Paulo,
o lixão de onde eu vim,
00:24:40
você teve uma acordão
da indústria imobiliária
00:24:45
dando as mãos para a Câmara de Vereadores
em São Paulo eaí magicamente,
00:24:51
um novo código de loteamento
é aprovado na cidade e magicamente,
00:24:56
esse novo código
atende a todos os interesses
00:24:59
das incorporador
e construtoras de São Paulo.
00:25:02
Uma coisa mais ou menos semelhante
acontecendo em Los Angeles
00:25:06
e uma série de áreas
que não deveriam ser populadas
00:25:11
estão com empreendimentos
de construção de casa para milionário lá.
00:25:15
Essas casas utilizam paisagismo
com espécies que não são nativas
00:25:20
e a maioria dessas casas
utiliza madeira como isolante térmico.
00:25:26
Como a região
tem alterações bruscas de temperatura,
00:25:29
muito calor de dia, muito frio à noite.
00:25:32
A madeira é o isolante térmico chique
que os ricos gostam de usar.
00:25:37
Por um acaso.
00:25:38
Também é o que o fogo mais rápido
se alastra.
00:25:42
E aí, moçada,
A gente chega no ponto quatro Perspectivas
00:25:47
entre interrogações de futuro.
00:25:51
Com esse vídeo eu estou
00:25:52
tentando te dar alguma dimensão
do que está acontecendo.
00:25:56
Estou usando o caso estadunidense
porque, devido ao fato
00:26:00
de ser hegemônico,
ele será muito retratado.
00:26:04
Estou te mostrando similaridades
com coisas que estão acontecendo no Brasil
00:26:08
e te dizendo a dimensão no nosso país.
00:26:11
No ano passado foi pior.
00:26:13
Uma coisa que é importante dizer
é que a gente está tratando de um
00:26:17
de um número de refugiados climáticos
e assim, o número de casas
00:26:22
que teve de ser evacuada,
as que não foram completamente destruídas.
00:26:26
Como você viu as imagens do vídeo
é na casa da dezena
00:26:29
de milhar das centenas de milhar.
00:26:33
Na última vez que eu vi os dados
para preparar o vídeo.
00:26:36
Só que a maioria dessas pessoas
é milionária.
00:26:39
Não é como se elas fossem ter dificuldade
de encontrar outro lugar para se mudar.
00:26:44
É muito diferente do que aconteceu,
por exemplo, em Porto Alegre,
00:26:49
no Rio Grande do Sul.
00:26:50
E a gente já fez vídeos sobre isso
vai aparecer em algum lugar da tela.
00:26:52
Quando a catástrofe,
a hecatombe climática,
00:26:57
se abate sobre as classes mais
prejudicadas, sobre a classe trabalhadora.
00:27:02
Nesse caso, a gente está vendo extratos
da classe média e da classe dominante
00:27:07
se f*dend0
00:27:09
Agora, isso nos consola.
00:27:11
Eu espero que isso nos abra o olho
00:27:13
para que o nosso tempo de agir
é agora ou não terá o que
00:27:16
fazer ou nosso cenário de mais otimismo
00:27:20
vai ser torcer
para a genética do Elon Musk ser boa.
00:27:24
e ele repovoar a terra. É isso
00:27:26
que você quer para você?
Não é né.
00:27:28
Então será que não é hora de pegar
em armas e m*t4r?
00:27:31
Não posso falar isso né. Eu ia falar,
pegar em 4rmas e m*t4ar, imagina que louca!
00:27:36
Não sei de onde eu tiro essas ideias.
00:27:40
Eu quero retomar o ponto de que não somos
e nunca fomos uma civilização
00:27:45
guiada pela ciência de que a locomotiva
da nossa civilização é o capital.
00:27:52
Neste momento histórico, aqui no Brasil
00:27:55
a gente passou por tragédias ambientais,
00:27:58
não importa quem esteja pilotando
a locomotiva do capital
00:28:02
no Brasil.
A gente teve Belo Monte com a Dilma.
00:28:06
A gente está debatendo ferro, grão
00:28:09
que vai destruir terras indígenas,
que vai trazer um impacto inimaginável
00:28:14
para transportar via
transporte ferroviário.
00:28:18
Os grãos que o agronegócio produz.
É benéfico a todos.
00:28:23
E a gente tem
00:28:23
o atual ministro de Minas e Energia,
esse rapaz
00:28:27
dizendo que o Ibama vai trabalhar
00:28:30
a favor do Ministério de Minas e Energia.
00:28:34
Ele quis dizer de um jeito chique,
que o Ibama está a serviço da Petrobrás e,
00:28:40
portanto, o Ibama vai liberar a exploração
de petróleo na foz do Rio Amazonas.
00:28:46
A gente já fez um vídeo sobre isso aqui
00:28:49
e poços perfurados agora
começaram a produzir barris de petróleo.
00:28:55
Daqui a dez, 20 e 30 anos.
00:28:59
Quantos anos você
imagina que neste curso de desenvolvimento
00:29:04
nós temos?
Os mais ricos do planeta
00:29:07
em dez dias de janeiro,
00:29:10
consumiram sua cota de carbono do ano
a partir de agora,
00:29:15
todo o resto que eles estão produzindo
é destruição planetária.
00:29:19
Os países mais responsáveis
pela destruição planetária
00:29:23
no que diz respeito à mudança climática
são do norte global.
00:29:28
Então eles não estão mudando nada.
00:29:31
E aí,
como eles não mudam, não mudaremos também
00:29:34
Se eles podem continuar
usando petróleo, perfuremos os mais poços.
00:29:53
Não te parece genial como ideia
para preservar a vida no planeta?
00:29:58
E o que sobra para nós, camponesas?
Organização e luta.
00:30:04
Mas eu estou falando isso desde
o primeiro vídeo dessa m*rda desse canal,
00:30:07
então já não sei mais
para que é que eu venho aqui.
00:30:09
Você sabe quanto tempo demora pra
eu me maquiar?
00:30:11
Bom, enfim, vou voltar.
00:30:12
Eu vou tentar te dar como
diretriz final do vídeo
00:30:16
caminhos de luta e intelectuais
que estão falando sobre isso,
00:30:20
para que você possa se instrumentalizar
e mutar. O primeiro deles
00:30:24
se chama Como explodir um gaseoduto.
00:30:28
Não estou dando ideia, nem o autor
How to blow up a Pipeline
00:30:33
é um livro de 2021 do Andreas Malm
00:30:38
e ele é um sueco marxista,
00:30:40
professor de ecologia
na Universidade de Lund.
00:30:44
Sobre o que ele fala no livro dele,
que a gente chegou num determinado
00:30:48
momento, que o ativismo climático
00:30:51
sem um flanco radical não serve para nada.
00:30:55
E aí ele faz uma análise histórica
do movimento de luta das mulheres
00:31:00
sem mulheres
quebrando loja e pondo fogo em coisa.
00:31:04
Não ia ter conquistado nada.
00:31:06
Movimento dos Direitos Civis
para a População racializado
00:31:09
nos Estados Unidos, sem os Pantera Negra
não iam ter conseguido nada.
00:31:14
É claro que a análise dele
é mais sofisticada.
00:31:17
Eu tô tentando resumir no vídeo.
00:31:19
Ele vai dizer o seguinte
a ação do flanco radical
00:31:23
faz com que a sociedade veja o flanco,
00:31:26
não o radical, como passível de crédito.
00:31:30
Então, imagine o seguinte
você tem ativistas climáticos, falando.
00:31:34
Precisamos de uma transição energética e
as pessoas falando, Tá bom, Greta, senta lá.
00:31:40
Ai, que lindinhas adolescentes
lutando pelo clima.
00:31:42
Me deseja sucesso!
Obrigada!
00:31:44
E agora você tem terroristas
do movimento ambiental que vão explodir
00:31:49
prédios, destruir gaseodutos
e atacar a infraestrutura dos mega ricos.
00:31:55
De repente ouvir a Greta
não parece tão mal assim.
00:31:58
O próximo autor nos dá um sentido
00:32:03
de futuros ancestrais, exatamente
00:32:06
como os maiores intelectuais do Brasil
de povos originários nos apontam.
00:32:11
Talvez se tiver na boca de um marxista
branco dos Estados Unidos vocês escutem.
00:32:17
E essa parte é uma alfinetada
num camarada marxista
00:32:20
que eu tenho das redes, que falou
que eu estava caminhando para a pós
00:32:25
modernidade porque eu estava citando
intelectuais indígenas.
00:32:28
Então, quem sabe
00:32:29
com o argumento na boca de um véio branco
que ele gosta de lamber as bola,
00:32:32
ele escuta.
00:32:34
Então vamos lá.
00:32:35
Você tem um ativista climático e geólogo
00:32:38
marxista nos Estados Unidos
chamado Mike Davis.
00:32:42
Tadinho, já foi de arrasta pra cima
00:32:43
em 2022 estava com 76 anos de idade.
00:32:46
Eu vou trabalhar aqui
para encerrar dois livros dele,
00:32:50
um deles que eu quero ler um trecho
00:32:53
de uma entrevista com vocês.
00:32:56
O primeiro livro é dos anos 90 e se chama
00:33:00
A Cidade do Quartzo, The City of Quartzo,
00:33:04
que ele explica Los Angeles ao mesmo tempo
como uma utopia
00:33:10
e uma distopia.
00:33:11
Utopia no sentido de ideias
que circulavam ali
00:33:15
que seriam de progresso, de emancipação,
00:33:18
de distribuição de outra forma de vida
e distopia por exploração,
00:33:24
de recurso natural, destruição da natureza,
00:33:27
desigualdade, etc, etc, etc.
00:33:30
Mais detidamente
eu queria te dizer sobre o livro dele
00:33:34
de 98 chamado Ecologia do Medo.
00:33:38
O capítulo três argumentos
para que a gente deixe de Malibu queimar
00:33:44
Página 141.
00:33:46
O que ele vai nos dizer
é mais ou menos o seguinte,
00:33:49
a civilização que se assentou aqui
00:33:52
se assentou aqui em cima da destruição
00:33:55
e do dizimamento de povos originários.
00:33:59
A civilização que aqui se assentou
acreditou que o que os povos originários
00:34:04
produziam não era conhecimento
e que eles não tinham nenhuma contribuição
00:34:09
para os modos de vida
dessa nova civilização.
00:34:12
Ao dizimar os indígenas,
00:34:15
a colonização europeia
produziu o caminho do seu enforcamento.
00:34:20
Talvez então, na boca do marxista branco
estadunidense,
00:34:24
alguém perceba o que o Krenak
está apontando como um futuro ancestral.
00:34:30
Agora, mais do que nunca,
é a hora da gente
00:34:33
compreender que os povos
que têm a maior tecnologia
00:34:38
de sobrevivência em harmonia com o cosmos
00:34:44
são os povos que os europeus dizimaram.
00:34:46
Numa entrevista The Guardian,
um pouco antes de falecer, Mike Davis
00:34:50
nos disse o seguinte
O que nos mantém de pé, em última análise,
00:34:56
é a nossa capacidade de amar
uns aos outros,
00:35:00
de estabelecer laços de afetos
uns com os outros.
00:35:05
Eu não preciso te dizer isso.
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Ninguém protege aquilo que não gosta,
ninguém defende aquilo que não ama.
00:35:12
E a nossa recusa em abaixar a cabeça
para aqueles que mandam
00:35:19
e acreditam que suas palavras
são vereditos finais.
00:35:24
Os todo poderosos.
00:35:26
É isso que as pessoas comuns têm que fazer
00:35:31
defender umas às outras,
00:35:34
amarem umas às outras.
00:35:36
É assim que a gente luta.
00:35:38
Vou encerrar por aqui.
00:35:40
Todo o material que eu utilizei
está na descrição.
00:35:43
Espero que você se organize politicamente,
porque a nossa raiva
00:35:49
sem um destino político organizado
00:35:52
é um fogo que nos queima por dentro.
00:35:57
Até semana que vem.
Beijinho, tcha-au.