Como nos Tornamos Humanos - Ep. 2/3 (Documentário-2009)

Os humanos são considerados os animais mais inteligentes do planeta, mas estamos ligados às nossas raízes como primatas. O ancestral Homo erectus, que viveu há quase 2 milhões de anos, revela a transição crucial que levou à humanidade, sendo os primeiros a deixar a África e formar sociedades. Novas descobertas estão trazendo esses ancestrais à vida, mostrando suas inovações e habilidades como caçadores e fabricantes de ferramentas.

Na Grande Ribeira de Rift, na África, surgiram os primeiros ancestrais humanos, surpreendentemente semelhantes a nós. O Homo erectus foi um viajante do mundo, fabricante de ferramentas e caçador, com qualidades humanas que surgiram muito antes do Homo sapiens. Essa linha do tempo da evolução humana abrange milhões de anos e marca o início da nossa ancestralidade mais complexa.

Com o surgimento de novos hominídeos, como o Homo erectus, houve um avanço significativo na evolução, resultando em corpos mais semelhantes aos nossos e maior capacidade cerebral. Pesquisadores, como os Leakey, descobriram fósseis significativos que revelaram muito sobre a vida de nossos ancestrais, como o fabuloso 'Turaboy', que iluminou nossa compreensão da transição de primatas para humanos.

O esqueleto de Turaboy, encontrado na região do Lago Turkana, é o mais completo já descoberto, permitindo grandes avanços em nosso entendimento sobre a aparência e a biologia do Homo erectus. Ele tinha características físicas notavelmente humanas, com uma estatura de 5'3" e uma construção mais próxima da humana do que da de um primata, indicando a evolução em direção a nossa forma atual.

Uma parte fascinante da pesquisa foi examinar a juventude de Turaboy, que, apesar de sua altura avançada, revelou-se ser muito mais jovem do que se pensava. O estudo de seus dentes mostrou que ele tinha apenas 8 anos na época de sua morte, sugerindo um crescimento rápido, semelhante ao de chimpanzés, e trazendo à tona a questão sobre a evolução do desenvolvimento humano infantil e seu impacto ao longo do tempo.

O crescimento acelerado de Turaboy pode estar relacionado ao tamanho do cérebro humano, que demanda um período de infância mais longo para se desenvolver adequadamente. Isso levanta questões sobre a vantagem de ter crianças que crescem lentamente em um ambiente complexo e social, permitindo que aprendam sobre suas comunidades, contribuindo para a sobrevivência do grupo.

Estudos indicam que o Homo erectus já tinha características cognitivas que permitiam a comunicação, o que é sugerido por evidências do desenvolvimento da área de Broca, que está associada à linguagem. As ferramentas de pedra encontradas reforçam a noção de que esses ancestrais eram inventivos e capazes de pensar criativamente, essencial para sua sobrevivência na savana.

Os Homo erectus eram dependentes não apenas de ferramentas, mas também da partilha de experiências e alimentação dentro de suas comunidades. Comprovadamente, o crescimento do cérebro requer uma dieta rica em proteínas, e evidências sugerem que eles desenvolveram habilidades de caça inovadoras para obter carne, que era uma fonte crucial de nutrição, permitindo um estilo de vida mais complexo e cooperativo.

A vida social do Homo erectus também foi revolucionária, promovendo a coabitação e o cuidado mútuo. Novos estudos afirmam que esses humanos começaram a construir laços sociais mais complexos, potencialmente em torno do fogo, levando a um aumento na interação social e a uma vida comunitária mais rica, estabelecendo as bases para a sociedade moderna.