Documentário: Guerra de Canudos | História do Brasil

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https://www.youtube.com/watch?v=Qi1mesXHuq8

Summary

TLDRA Guerra de Canudos, ocorrida entre 1896 e 1897 no Brasil, foi um violento conflito entre um grupo de sertanejos liderados por Antônio Conselheiro e o Exército Brasileiro. Conselheiro, um líder carismático, ganhou popularidade entre os pobres do sertão, criando a cidade de Belo Monte, um refúgio que promovia igualdade e ajuda mútua, sem cobrança de impostos. Essa cidade rapidamente tornou-se uma ameaça para as oligarquias que governavam a nova República, levando a um série de expedições militares que culminaram em um massacre. O evento reflete as profundas desigualdades sociais da época e a luta dos oprimidos, sendo estudado como uma mancha na história do Brasil.

Takeaways

  • 📖 A Guerra de Canudos ocorreu entre 1896 e 1897.
  • ✝️ Antônio Conselheiro liderou sertanejos em busca de justiça.
  • 🏠 Belo Monte era uma cidade sem impostos, baseada na igualdade.
  • ⚔️ O Exército Brasileiro enviou expedições para reprimir o movimento.
  • 🚨 Resultou em um massacre, com milhares mortos e a cidade destruída.
  • 📚 'Os Sertões' de Euclides da Cunha muda a percepção sobre o conflito.
  • 💔 Reflete a desigualdade da República Velha e a luta dos oprimidos.
  • 🌾 Belo Monte foi um exemplo de autossuficiência e solidariedade.
  • 🚧 O governo via Conselheiro e os canudenses como uma ameaça.
  • 😢 A história de Canudos é um lembrete das brutalidades sofridas pelos marginalizados.

Timeline

  • 00:00:00 - 00:05:00

    A guerra de Canudos foi um conflito entre sertanejos pobres liderados por Antônio Conselheiro e o exército brasileiro, ocorrido entre 1896 e 1897 na Bahia. O contexto histórico revela uma república ainda embrionária, que trazia mudanças pouco compreendidas pela população.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    A república no Brasil surgiu de um golpe militar, mantendo desigualdades anteriores à monarquia, devido à influência das oligarquias agrárias e ao desencanto com a abolição da escravatura. O contexto econômico desigual impulsionou revoltas camponesas, refletindo uma continuidade das tensões sociais já existentes na monarquia.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    O nordeste brasileiro, abalado por secas e desigualdade, era um terreno fértil para revoltas, agregando pobreza e religiosidade, como exemplificado pela guerra de Canudos. Alinhado a isso, o banditismo social também emergiu como resposta à exploração durante o período.

  • 00:15:00 - 00:20:00

    A independência da igreja do estado, após a república, gerou desconfiança nas lideranças religiosas, que perderam influência política, enquanto líderes messiânicos como Conselheiro ganharam espaço, alimentando revoltas e antagonismos contra a elite agrária.

  • 00:20:00 - 00:25:00

    Antônio Conselheiro, inicialmente professor e pregador, tornou-se líder carismático no sertão, pregando uma terra prometida e atraindo pobres e descontentes, formando uma comunidade em Belo Monte que prosperava sob princípios de igualdade e solidariedade.

  • 00:25:00 - 00:30:00

    A cidade de Belo Monte, com forte apoio popular e pouco avanço político da elite agrária, representava uma ameaça ao regime republicano, demonstrando uma alternativa de autossuficiência e resistência frente à opressão vigente.

  • 00:30:00 - 00:35:00

    As tentativas do governo de eliminar Belo Monte e Conselheiro culminaram em várias expedições militares, todas frustradas, evidenciando a força dos seguidores de Conselheiro e a falta de compreensão das condições locais por parte do exército.

  • 00:35:00 - 00:40:00

    Após derrotas sucessivas, um ataque final ao arraial resultou em um massacre brutal e na destruição de Belo Monte, com relatos de crianças e mulheres sendo vítimas de violentos atos militares, evidenciando a brutalidade do conflito.

  • 00:40:00 - 00:47:03

    O rescaldo da guerra trouxe reflexões críticas, principalmente por parte de intelectuais como Euclides da Cunha, que reavaliaram a perspectiva sobre os sertanejos e criticaram a atuação do governo, trazendo à tona a narrativa das vítimas e a repressão na República Velha.

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Video Q&A

  • O que foi a Guerra de Canudos?

    Foi um conflito entre sertanejos pobres liderados por Antônio Conselheiro e o Exército Brasileiro entre 1896 e 1897.

  • Quem foi Antônio Conselheiro?

    Um líder religioso e carismático que atraiu seguidores em torno de suas pregações sobre justiça e esperança.

  • O que aconteceu em Belo Monte?

    Belo Monte se tornou uma cidade onde não havia cobrança de impostos e todos eram bem-vindos, representando um modelo de igualdade.

  • Qual foi a resposta do governo à cidade de Belo Monte?

    O governo enviou expedições militares, resultando em um massacre e destruição da cidade.

  • Como o conflito foi percebido na época?

    Inicialmente, muitos viam os habitantes de Belo Monte como bárbaros, mas a perspectiva mudou com a publicação de obras como 'Os Sertões'.

  • Qual a importância de 'Os Sertões' de Euclides da Cunha?

    A obra documenta a realidade do povo canudense e critica a brutalidade do Exército, mudando a percepção sobre o conflito.

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    [Música]
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    de um lado do conflito sertanejos pobres
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    que seguiam um líder religioso de outro
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    o exército brasileiro servindo a causa
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    de uma república
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    recém-nascida e que trazia mudanças que
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    parte considerável do povo não
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    compreendi
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    a guerra de Canudos foi um conflito que
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    ocorreu entre novembro de
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    1896
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    a outubro de 1897
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    que colocou sertanejos pobres que se
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    organizaram em torno da figura de
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    Antônio Conselheiro que era um líder
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    religioso em rota de colisão com o
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    exército brasileiro e o palco desse
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    embate foi o interior do Estado da Bahia
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    o conflito está encaixado no contexto da
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    república velha e a compreensão das
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    características gerais desse período são
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    fundamentais para a compreensão sobre o
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    que realmente representou esse evento
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    meio conflito meio massacre que marcou a
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    nossa história
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    a República no Brasil nasce de um golpe
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    militar dado em uma monarquia que não
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    mais agradável como regime político a
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    Poderosas camadas da sociedade
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    brasileira
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    diante disso O setores militares e
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    oligarquias agrárias se uniram para dar
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    início a uma república que por muito
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    tempo
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    manteria as mesmas condições desiguais
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    no campo que eram vistas durante a
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    monarquia
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    se é bem verdade que a influência
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    republicana Francesa e as ideias
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    positivistas no meio militar ajudam a
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    entender o sentimento
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    profundamente Republicano de muitos
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    militares brasileiros que ampliam sua
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    importância social após a Vitória na
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    guerra do Paraguai não é possível
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    entender a derrubada da monarquia sem
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    compreender a insatisfação da Elite
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    agrária brasileira por causa da perda de
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    controle da monarquia sobre o contexto
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    abolicionista que culmina com o fim da
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    escravidão em 1888
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    em boa medida tudo que vimos explodir no
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    início da república como as revoltas
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    camponesas mantém as mesmas tendências
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    que já estavam dadas desde o período da
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    monarquia
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    uma vez que se algumas mudanças trazidas
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    pelo regime republicano
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    contribuíram para as revoltas a verdade
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    é que a maioria da desigualdade que
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    promoveu a revolta dos pobres no país
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    vinha sendo alimentada desde o período
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    da monarquia
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    com uma economia pautada no latifúndio
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    voltado para exportação de produtos
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    agrícolas o Brasil apresentava uma
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    desigualdade enorme no meio rural
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    com gigantescas parcelas da sociedade
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    Vivendo em péssimas condições
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    e mal inseridas produtivamente na
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    sociedade
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    enquanto o governo composto pelos
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    próprios fazendeiros se voltava apenas
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    para satisfazer as elites agrárias que
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    governavam a república brasileira
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    sistema de privilégios não muito
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    diferente daquele do período da
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    monarquia
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    enquanto o migrantes vinham para o
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    Brasil com uma lógica de livre trabalho
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    e adaptados a um sistema assalariado
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    Ainda que os fazendeiros super
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    explorassem essa mão de obra estrangeira
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    muitos dos nativos dessa terra viviam a
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    margem de qualquer desenvolvimento
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    econômico
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    principalmente com enormes contingentes
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    descendentes de escravos
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    muitos dos quais com poucas ferramentas
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    para se adaptar ao ambiente de suposta
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    concorrência
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    se a república prometia por força da
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    própria palavra uma maior inserção
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    cidadã na política e na economia o que
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    se viu concretamente foi a manutenção de
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    uma intensa exploração do trabalhador
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    rural e o ambiente que reprimia qualquer
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    tentativa popular de questionamento das
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    péssimas condições de vida do povo
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    o nordeste do século XIX já não
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    apresentava o mesmo crescimento
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    econômico de outros tempos e sucessivas
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    secas abalaram profundamente as
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    condições produtivas da região
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    O que representou um duro golpe para o
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    território que dependia basicamente da
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    agricultura e da pecuária e que tinha um
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    enorme contingência de sertanejos pobres
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    e não inseridos devidamente na sociedade
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    Além do mais a marca de uma região que
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    teve seu ápice econômico
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    fundado sobre um regime escravocrata e
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    Justamente por isso
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    alicerçado sobre bases profundamente
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    desiguais era o ambiente perfeito para
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    explosão de inúmeras revoltas que foram
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    sentidas
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    intensamente ao longo do século XIX e
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    que também marcariam presença no período
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    da República Velha fruto do cruzamento
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    de pobreza rural com religiosidade forte
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    encontramos os mais variados movimentos
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    messiânicos que apontam no interior do
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    país e do qual o conflito de Canudos é
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    um forte exemplo
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    embora também fosse muito comum
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    encontrarmos o banditismo social como
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    saída para as condições de extrema
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    pobreza e exploração do período
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    não à toa o Nordeste também viveu o
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    contexto do Cangaço que era composto por
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    Pistoleiros salteadores que também
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    faziam trabalhos de jagunço para os
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    fazendeiros
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    o advento da República no Brasil separou
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    igreja e estado fazendo com que
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    lideranças religiosas e enormes
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    contingentes populacionais no país
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    tivessem uma enorme desconfiança em
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    relação ao regime republicano que surgir
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    Além disso também é importante observar
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    que muitas localidades tinham na figura
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    do padre local um dos poucos meios de
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    influência política
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    para além dos coronéis que mandavam nas
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    regiões
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    é desse misto de pobreza Rural secas
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    abandono super exploração e
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    religiosidade que nasce o que conhecemos
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    como Guerra de Canudos o confronto entre
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    de um lado oligarquias rurais
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    e setores urbanos que não entendiam o
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    Brasil profundo e de outro sertanejos
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    pobres guiados por um misto de revolta e
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    fé profunda em um líder messiânico
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    em um país com Ampla população
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    analfabeta
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    abandonada e marcada por muitos anos da
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    imposição do catolicismo como religião
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    oficial
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    as revoltas aglutinadas em torno de
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    figuras religiosas
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    brotam quase que naturalmente
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    sobretudo porque as elites agrárias que
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    governam o país voltam cada vez mais a
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    sua política para os seus interesses de
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    enriquecimento a partir da agricultura
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    de exportação
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    enquanto o povo mais pobre se vê
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    açoitado pela pobreza pela fome e pela
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    imposição de um estado que cobra
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    tributos sem dar nada em troca
  • 00:09:06
    [Música]
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    O interessante é que a Igreja Católica
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    sabia exatamente da força que o
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    messianismo poderia representar como
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    força transformadora
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    tanto que o Papa Pio nono na década de
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    1860
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    iniciou um movimento para combater a
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    influência de pregadores leigos sobre a
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    população mais pobre de pequenas
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    localidades
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    o que era bastante comum no Nordeste e
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    em tantos outros rincões do nosso Brasil
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    profundo
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    conforme a história vai nos demonstrar a
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    igreja não chegou cedo o suficiente para
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    impedir que um pregador leigo tivesse
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    influência sobre o sertanejos do
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    interior da Bahia
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    e é justamente por isso que podemos
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    falar sobre um evento histórico chamado
  • 00:10:05
    de Guerra de Canudos
  • 00:10:28
    no dia 13 de Março de 1830
  • 00:10:31
    nasce Antônio Vicente Mendes Maciel
  • 00:10:35
    filho de um comerciante em uma província
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    do Ceará
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    figura que começou sua vida profissional
  • 00:10:42
    como professor com a morte do pai e por
  • 00:10:46
    causa de problemas no seu casamento já
  • 00:10:49
    que sua mulher o traiu com o sargento
  • 00:10:51
    passa a mudar se constantemente e a
  • 00:10:55
    trabalhar em diferentes funções
  • 00:10:56
    profissionais
  • 00:10:58
    com o tempo açoitado pela vergonha da
  • 00:11:02
    traição da esposa que o abandona
  • 00:11:04
    definitivamente
  • 00:11:06
    1860 e pelo insucesso de sua vida
  • 00:11:09
    profissional
  • 00:11:11
    Antônio Vicente
  • 00:11:13
    perde-se pelos erros do Sertão e
  • 00:11:16
    abandona sua identidade original
  • 00:11:19
    errando pelos caminhos a pregar e reunir
  • 00:11:22
    seguidores em torno de suas críticas
  • 00:11:25
    políticas religiosas e sociais o que vai
  • 00:11:30
    desaguar no ajuntamento de uma grande
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    quantidade de seguidores
  • 00:11:36
    composta por sertanejos pobres
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    jagunços e fanáticos empobrecidos que
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    tinham ódio do Regime Republicano
  • 00:11:46
    na década de 1870 Antônio Vicente já é
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    conhecido como Antônio Conselheiro
  • 00:11:54
    figura que vaga pelos sertões a pregar e
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    a propor sermões de cunho político e
  • 00:12:00
    religioso
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    tendo como um de seus temas centrais a
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    questão da esperança e uma terra
  • 00:12:07
    prometida
  • 00:12:08
    questão que se materializará no futuro
  • 00:12:11
    em uma jornada e na consolidação da
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    localidade de Belo Monte
  • 00:12:16
    Conselheiro conseguiu forte apoio já que
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    mantinha um sistema de compaderio em
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    várias localidades uma vez que seu grupo
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    contribuía com a organização de eventos
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    para a arrecadação de fundos para igreja
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    e também trabalhavam na construção e na
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    reforma de obras públicas
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    o que era muito bem recebido pelo menos
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    no início por lideranças religiosas e
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    por coronéis dos mais variados lugares
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    em meados da década de 1870 Conselheiro
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    já é citado em alguns jornais locais
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    como um risco para a ordem pública por
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    causa de seu carisma e da liderança
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    política que exerce tendo sido preso na
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    Bahia em
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    1876 para ser novamente solto e
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    recomeçar sua jornada de pregação e
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    contribuição Com obras públicas
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    por causa de uma seca monstruosa de
  • 00:13:20
    1877 o contingente de famílias
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    empobrecidas e que vagam pelo Sertão
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    aumenta
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    imensamente
  • 00:13:30
    muitas das quais irão compor o grupo de
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    seguidores de Antônio Conselheiro que
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    justamente por causa de sua influência
  • 00:13:37
    crescente é proibido de pregar em
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    igrejas no ano de 1882
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    Conselheiro reunia discursos
  • 00:13:47
    Apocalípticos crítica política e jargões
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    populares para fazer suas pregações
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    enfáticas nas quais os seus seguidores
  • 00:13:56
    enxergavam representação para suas
  • 00:13:59
    demandas e insatisfações
  • 00:14:02
    e o recurso narrativo a questão da terra
  • 00:14:04
    prometida
  • 00:14:05
    apontava um caminho esperançoso para um
  • 00:14:09
    povo que vivia sobre péssimas condições
  • 00:14:12
    em um ambiente difícil no semiárido
  • 00:14:15
    brasileiro a proclamação da república
  • 00:14:18
    golpe militar apoiado pelas oligarquias
  • 00:14:21
    fazendeiras do Brasil foi um evento que
  • 00:14:24
    não contou com mobilização popular e as
  • 00:14:28
    mudanças laicas que o novo regime trazia
  • 00:14:31
    caíram como uma bomba na percepção de
  • 00:14:35
    amplas camadas da sociedade pobre e
  • 00:14:38
    religiosa brasileira e para Antônio
  • 00:14:41
    Conselheiro isso não passou batido nem
  • 00:14:44
    para seus seguidores
  • 00:14:47
    embora seja incorreto e reducionista
  • 00:14:50
    associar o movimento de Conselheiro a um
  • 00:14:54
    grupo de apoiadores políticos da
  • 00:14:55
    monarquia é totalmente correto dizer que
  • 00:15:00
    o catolicismo Popular que vigorava no
  • 00:15:03
    Sertão via com referência a figura do
  • 00:15:06
    monarca brasileiro
  • 00:15:08
    sobretudo Porque durante a monarquia a
  • 00:15:12
    religião considerada oficial pelo Estado
  • 00:15:14
    era a católica e é por isso que a
  • 00:15:19
    laicidade do Estado cai como uma bomba
  • 00:15:22
    na vida de vários setores sociais
  • 00:15:26
    a carga de tributos em impostos que
  • 00:15:29
    foram implementados pelo regime
  • 00:15:31
    republicano
  • 00:15:32
    irritou enormemente a população pobre no
  • 00:15:36
    Brasil
  • 00:15:37
    e isso contribuiu muito para que o povo
  • 00:15:40
    brasileiro ficasse com uma impressão
  • 00:15:43
    ainda mais negativa a respeito da
  • 00:15:46
    República que nascia
  • 00:15:48
    já que além do estado pouco fazer pela
  • 00:15:52
    população ainda retirava o pouco que as
  • 00:15:56
    pessoas tinham o que frequentemente
  • 00:15:59
    estava nas pregações de Conselheiro
  • 00:16:01
    contra o regime tributário Republicano
  • 00:16:04
    Conselheiro não apenas criticava a
  • 00:16:07
    questão tributária instituída pelo
  • 00:16:09
    regime republicano como também liderou o
  • 00:16:12
    movimentos de rua contra imposição de
  • 00:16:15
    tributos
  • 00:16:16
    como que ocorreu no ano de 1893 em
  • 00:16:21
    várias cidades baianas onde
  • 00:16:23
    manifestantes incendiaram placas que
  • 00:16:27
    apresentavam normas e valores dos
  • 00:16:29
    tributos impostos à sociedade baiana
  • 00:16:33
    protestos Nos quais a polícia Estadual
  • 00:16:36
    foi derrotada pelos manifestantes quando
  • 00:16:39
    tentou conter os atos
  • 00:16:43
    [Música]
  • 00:16:58
    após 20 anos de andanças pelo Sertão e
  • 00:17:02
    também pelo litoral Antônio Conselheiro
  • 00:17:05
    firma pé numa localidade do interior da
  • 00:17:08
    Bahia que viria a chamar de Belo Monte o
  • 00:17:12
    que ocorreu em 1893
  • 00:17:15
    local em que o líder e seus seguidores
  • 00:17:18
    construíram uma cidade de renegados na
  • 00:17:21
    qual todos eram bem-vindos não havia
  • 00:17:24
    cobrança de impostos e casas eram
  • 00:17:27
    construídas para quem ali quisesse morar
  • 00:17:31
    desde que a pessoa estivesse ciente de
  • 00:17:34
    que teria os mesmos direitos e deveres
  • 00:17:37
    que todos os outros
  • 00:17:40
    encaixada não vale entre Colinas drenado
  • 00:17:43
    por um rio intermitente e com acesso à
  • 00:17:46
    estradas surge a cidade de Belo Monte no
  • 00:17:50
    povoado de Canudos interior da Bahia
  • 00:17:54
    com a construção de igrejas escolas
  • 00:17:57
    fortificações para armas e casas de
  • 00:18:00
    barro para onde muitas pessoas se
  • 00:18:03
    dirigem por causa da recepção que o povo
  • 00:18:06
    mais pobre recebe nesta cidade
  • 00:18:10
    famílias recebiam alimentos e roupas até
  • 00:18:13
    conseguirem organizar as suas vidas e na
  • 00:18:16
    cidade não havia o conceito de
  • 00:18:18
    propriedade privada
  • 00:18:21
    sem qualquer conexão com as ordens do
  • 00:18:23
    estado da igreja ou de qualquer Coronel
  • 00:18:26
    local a religiosidade a auto-organização
  • 00:18:30
    e o Carisma da figura de Conselheiro
  • 00:18:34
    mantinham a população organizada e
  • 00:18:37
    fazendo a cidade crescer
  • 00:18:39
    isso além das doações que eram
  • 00:18:42
    destinadas ao povo por parte de pessoas
  • 00:18:45
    que tinham carinho e que confiavam na
  • 00:18:48
    figura do líder messiânico que tanto
  • 00:18:51
    atuou no interior da Bahia em benefício
  • 00:18:54
    das mais variadas causas sociais
  • 00:18:58
    o fruto da produção de todos que
  • 00:19:00
    trabalhavam no Arraial era dividido
  • 00:19:03
    igualmente para satisfazer as
  • 00:19:06
    necessidades de todos que moravam na
  • 00:19:08
    cidade
  • 00:19:09
    a semelhando-se muito ao comunismo dos
  • 00:19:12
    primeiros cristãos que vivem
  • 00:19:15
    comunitariamente sem a noção de
  • 00:19:17
    propriedade privada e partilhando tudo
  • 00:19:20
    entre todos
  • 00:19:22
    conforme a necessidade de cada um
  • 00:19:27
    composta por caboclos pobres índios
  • 00:19:32
    ex- escravos
  • 00:19:34
    jagunços trabalhadores empobrecidos e
  • 00:19:38
    todo tipo de figura social que se sentir
  • 00:19:41
    excluída
  • 00:19:42
    Belo Monte contou com uma população de
  • 00:19:45
    15 mil pessoas
  • 00:19:48
    uma cidade de porte considerável para o
  • 00:19:52
    interior da Bahia e que preocupava as
  • 00:19:55
    lideranças políticas já que drenavam
  • 00:19:58
    parcelas da população de perto de
  • 00:20:01
    coronéis que utilizavam enormes
  • 00:20:04
    contingentes empobrecidos como massa de
  • 00:20:08
    manobra eleitoral em um contexto de voto
  • 00:20:11
    de cabresto
  • 00:20:13
    característica básica da República Velha
  • 00:20:16
    desigual e dominada pelas oligarquias
  • 00:20:19
    agrárias
  • 00:20:21
    a cidade contava com uma guarda armada
  • 00:20:24
    de 1.200 homens
  • 00:20:26
    muitos dos quais jagunços da região que
  • 00:20:29
    foram viver no povoado
  • 00:20:32
    liderados por uma liderança militar
  • 00:20:34
    chamado João Abade conhecido como chefe
  • 00:20:38
    do povo que coordenava a guarda
  • 00:20:41
    conhecida como Companhia do Bom Jesus
  • 00:20:44
    que era uniformizada e recebia souldo e
  • 00:20:49
    as bençãos de Antônio Conselheiro para
  • 00:20:51
    defender as pessoas que viviam em Belo
  • 00:20:53
    Monte
  • 00:20:54
    sinal de que havia uma concepção
  • 00:20:57
    avançada sobre organização social e de
  • 00:21:01
    autodefesa
  • 00:21:03
    inclusive com táticas de guerrilha com
  • 00:21:06
    foco no conhecimento da região
  • 00:21:26
    por tudo que Belo Monte representava a
  • 00:21:30
    República Oligárquica agrária que surgiu
  • 00:21:32
    no Brasil não poderia tolerar a sua
  • 00:21:36
    existência
  • 00:21:37
    já que os princípios de igualdade e de
  • 00:21:41
    não reconhecimento do Estado ou do Poder
  • 00:21:44
    dos coronéis poderia contagiar a
  • 00:21:47
    gigantesca população pobre que vivia nas
  • 00:21:51
    mais variadas regiões do país
  • 00:21:54
    de forma que as bases do regime que
  • 00:21:56
    nascia estavam sob forte questionamento
  • 00:22:00
    em um país de Franca a maioria da
  • 00:22:03
    população pobre e abandonada
  • 00:22:06
    em 1894 é escolhido o primeiro
  • 00:22:10
    presidente da República no Brasil
  • 00:22:12
    através do voto que foi Prudente de
  • 00:22:16
    Morais
  • 00:22:17
    uma vez que os primeiros presidentes do
  • 00:22:20
    Brasil não eleitos pelo voto foram
  • 00:22:23
    militares que acenderam ao poder no
  • 00:22:26
    golpe militar que depois Dom Pedro II
  • 00:22:30
    e que pôs fim ao período da monarquia no
  • 00:22:32
    Brasil
  • 00:22:34
    contexto que fortaleceu as mesmas elites
  • 00:22:37
    agrárias que viriam a derrubar a família
  • 00:22:40
    real do poder e herdar um Brasil
  • 00:22:42
    desigual sobre o qual construíram a sua
  • 00:22:46
    fortuna e a sua influência
  • 00:22:49
    embora o cimento que unia a cidade de
  • 00:22:51
    Belo Monte não fosse a questão
  • 00:22:53
    monarquista a república surgiu com o
  • 00:22:57
    Espírito de gatos escaldado já que
  • 00:23:00
    Prudente de Morais representante dos
  • 00:23:02
    cafeicultores
  • 00:23:04
    assumi a presidência ainda com a memória
  • 00:23:07
    recente do que representou a revolta da
  • 00:23:10
    armada e tendo que digerir a divisão
  • 00:23:14
    entre apoiadores e opositores ao governo
  • 00:23:16
    que foi imposta pela insubimissa
  • 00:23:19
    revolução federalista no Rio Grande do
  • 00:23:22
    Sul
  • 00:23:24
    a cidade de Belo Monte continha em si
  • 00:23:28
    tudo aquilo que o restante do país não
  • 00:23:32
    oferecia o povo pobre que vivia no
  • 00:23:35
    interior
  • 00:23:36
    condições de igualdade dignidade
  • 00:23:40
    moradia
  • 00:23:42
    alimentação e o direito de ainda ver na
  • 00:23:46
    religiosidade
  • 00:23:47
    um eixo central de sua vida
  • 00:23:52
    elementos que não estavam presentes na
  • 00:23:55
    tumultuada República que surgir sobre os
  • 00:23:59
    escombros de uma monarquia que também
  • 00:24:02
    não oferecia condições muito melhores ao
  • 00:24:06
    povo brasileiro
  • 00:24:07
    para além de uma imagem pomposa e de uma
  • 00:24:11
    visão paternal que se desenvolvia em
  • 00:24:13
    torno de Dom Pedro II
  • 00:24:17
    muitos fatores confluíram para produzir
  • 00:24:20
    a realidade de Belo Monte como uma
  • 00:24:23
    afronta o regime republicano que surgiu
  • 00:24:26
    a insatisfação Popular com os impostos
  • 00:24:29
    implementados pelo regime republicano a
  • 00:24:32
    desconfiança do Povo em relação a um
  • 00:24:35
    estado que se separava
  • 00:24:38
    institucionalmente da igreja
  • 00:24:41
    a insatisfação com uma república que
  • 00:24:45
    surgir sobre o signo da baioneta que
  • 00:24:49
    reprimia o povo e que era bancada por
  • 00:24:52
    uma elite agrária que a explorava
  • 00:24:56
    em Belo Monte foi possível ver o
  • 00:24:59
    progressivo estreitamento de relações
  • 00:25:01
    entre setores populares que se rebelavam
  • 00:25:06
    visceralmente contra a manutenção das
  • 00:25:09
    desigualdades e da exploração
  • 00:25:13
    como foi possível perceber na relação
  • 00:25:15
    entre seguidores de Antônio e
  • 00:25:17
    Conselheiro e de membros do Cangaço
  • 00:25:19
    grupo armado que passou a atuar
  • 00:25:22
    protegendo a cidade que simbolizava um
  • 00:25:26
    Oasis social em meio ao ser tão desigual
  • 00:25:29
    que não diferia do restante do interior
  • 00:25:32
    brasileiro
  • 00:25:34
    além da massa de manobra para imposição
  • 00:25:37
    do voto de cabresto Belo Monte também
  • 00:25:40
    atraía contingentes populacionais que
  • 00:25:44
    serviam como mão de obra a ser explorada
  • 00:25:48
    pelas oligarquias nordestinas
  • 00:25:51
    que passaram a ver na cidade um grande
  • 00:25:54
    risco
  • 00:25:55
    não só ao seu poder político como também
  • 00:26:00
    aos seus interesses econômicos uma vez
  • 00:26:04
    que as mesmas elites que detinham o
  • 00:26:07
    poder econômico também davam o Tom
  • 00:26:10
    político da Nação já que os governantes
  • 00:26:14
    eram basicamente
  • 00:26:16
    representantes desses setores
  • 00:26:19
    as altas esferas clericais da igreja
  • 00:26:22
    também se viam ameaçadas pela influência
  • 00:26:25
    que Conselheiro representava como líder
  • 00:26:28
    religioso leigo
  • 00:26:30
    Conselheiro representava tudo aquilo que
  • 00:26:33
    a igreja temia e que o Papa Pio XI
  • 00:26:37
    propôs quando implementou normativas
  • 00:26:40
    para combater a influência de pregadores
  • 00:26:43
    leigos que estavam entranhados na
  • 00:26:46
    realidade social das camadas mais pobres
  • 00:26:49
    e que representavam uma ameaça para as
  • 00:26:54
    mais variadas oligarquias e para o
  • 00:26:57
    próprio poder e Ostentação da igreja
  • 00:27:02
    o Papa Pio 9 viveu o contexto de
  • 00:27:06
    agitação na Europa com a emergência do
  • 00:27:09
    socialismo e de movimentos populares e
  • 00:27:12
    republicanos na Itália Onde ficava a
  • 00:27:15
    sede papal
  • 00:27:16
    O que significa que o contexto que
  • 00:27:19
    fervilhava no Brasil era um Eco de
  • 00:27:22
    muitas questões misturadas ao tempero
  • 00:27:26
    local brasileiro
  • 00:27:28
    de forma que é completamente
  • 00:27:30
    compreensível a preocupação da igreja
  • 00:27:33
    católica em relação à pregação de
  • 00:27:36
    lideranças religiosas leigas rivalizando
  • 00:27:39
    com elementos do topo da igreja que
  • 00:27:42
    estavam distantes da realidade social
  • 00:27:44
    dos mais pobres
  • 00:27:47
    o governo Republicano vendia a população
  • 00:27:50
    urbana A ideia de que Belo Monte
  • 00:27:53
    tratava-se de um levante de Bárbaros
  • 00:27:56
    fanáticos religiosos que eram manobrados
  • 00:28:00
    pela família real para trazer de volta o
  • 00:28:04
    regime monárquico ao país
  • 00:28:06
    o que galvanizou a opinião pública do
  • 00:28:09
    setores urbanos contra os seguidores de
  • 00:28:11
    António Conselheiro
  • 00:28:13
    garantindo que um levante armado pudesse
  • 00:28:16
    ser organizado para destruir a cidade
  • 00:28:20
    em 1895 a igreja envia representantes
  • 00:28:25
    para Averiguar o que está acontecendo na
  • 00:28:28
    região do Arraial de Canudos
  • 00:28:31
    o que tem como resultado um parecer dos
  • 00:28:35
    agentes católicos de que uma intervenção
  • 00:28:38
    do governo federal é necessário por
  • 00:28:41
    causa da campanha feita na cidade pelo
  • 00:28:44
    não pagamento de impostos
  • 00:28:47
    logicamente Além do fato dos moradores
  • 00:28:50
    da cidade plantarem os mais variados
  • 00:28:53
    cultivos para subsistência e de
  • 00:28:57
    concilá-los com a criação de cabras a
  • 00:29:00
    integração bem sucedida cultural e
  • 00:29:03
    economicamente do movimento de
  • 00:29:06
    Conselheiro com outras cidades do
  • 00:29:09
    interior da Bahia
  • 00:29:10
    começa a preocupar as oligarquias que
  • 00:29:14
    tem que o exemplo contagia novos
  • 00:29:17
    movimentos e sirva de exemplo para Nova
  • 00:29:21
    Cidade
  • 00:29:23
    em 1896 para construir uma igreja Belo
  • 00:29:29
    Monte encomenda Madeiras em Juazeiro
  • 00:29:32
    pagando previamente pelo material
  • 00:29:36
    e o atraso da entrega levanta o boato de
  • 00:29:40
    que o seguidores de Conselheiro iriam
  • 00:29:43
    saquear a cidade para pegar a madeira o
  • 00:29:48
    que deságua no chamado de tropas
  • 00:29:50
    estaduais para proteger a cidade
  • 00:29:53
    é esse o episódio que dá início ao
  • 00:29:56
    confronto entre forças militares e o
  • 00:30:01
    povo de Belo Monte
  • 00:30:31
    em novembro de 1896 a primeira expedição
  • 00:30:36
    militar é organizada recrutando forças
  • 00:30:40
    do Estado da Bahia com pouco mais de 100
  • 00:30:43
    homens para ir até Belo Monte confrontar
  • 00:30:47
    as forças organizadas por Antônio
  • 00:30:49
    Conselheiro
  • 00:30:51
    o que sequer chega a se concretizar uma
  • 00:30:54
    vez que combatentes ligados a
  • 00:30:57
    Conselheiro
  • 00:30:58
    interceptam as tropas do governo no meio
  • 00:31:00
    do caminho e impõe uma derrota rápida
  • 00:31:04
    forçando as tropas a retornarem para
  • 00:31:07
    Juazeiro
  • 00:31:08
    apavorando a cidade e gerando fuga de
  • 00:31:12
    pessoas que tem uma invasão dos
  • 00:31:15
    seguidores do líder messiânico
  • 00:31:18
    em janeiro de
  • 00:31:20
    1897 uma segunda expedição é organizada
  • 00:31:25
    novamente recrutando tropas do Estado da
  • 00:31:28
    Bahia e agora liderada pelo Major
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    febrônio Pereira de Brito Só que desta
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    vez com mais de 600 homens
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    o que não muda em nada o resultado da
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    primeira expedição uma vez que os
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    seguidores de Antônio Conselheiro
  • 00:31:48
    interceptam mais uma vez as tropas no
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    meio do caminho e impõe uma derrota
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    ainda mais grandiosa do que a primeira
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    deixando soldados sem qualquer condição
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    de combate
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    em 1897 Machado de Assis o grande
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    escritor brasileiro
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    chama a atenção para o fato de que as
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    tropas brasileiras assim como a
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    população urbana do país estão a
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    combater forças sobre as quais pouco
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    conhecem e que seria necessário conhecer
  • 00:32:23
    mais sobre o movimento de Antônio
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    Conselheiro sobre o qual se tem uma
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    visão mais caricatural do que real antes
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    de se formular qualquer parecer de apoio
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    ou repúdio A Belo Monte
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    em fevereiro de 1897 o governo federal
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    organiza uma expedição militar robusta
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    com 1300 soldados sobre o comando do
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    Coronel Antônio Moreira César
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    militar sanguinário conhecido por
  • 00:32:56
    arrancar cabeças na revolução
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    federalista
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    mas nem o contingente nem o coronel que
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    morreu em decorrência de ferimentos
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    obtidos nesse combate
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    conseguem sucesso
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    sendo forçados a bater em retirada
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    diante das dificuldades contra as tropas
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    de Conselheiro e contra sobrevivência em
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    um ambiente semiárido deixando para
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    atrasar mas que serão utilizadas pelas
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    forças de Belo Monte
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    a essa altura do campeonato o governo de
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    Prudente de Morais já era amplamente
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    criticado pela derrota das 13 expedições
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    militares que foram enviadas ao Arraial
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    de Canudos e nos meios urbanos já
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    pairavam grande desconforto e
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    constrangimento nos meios republicanos
  • 00:33:51
    por causa da possível derrota para o que
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    esses setores pensavam ser restauradores
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    da monarquia
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    em junho de 1897 é organizada a quarta
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    expedição sobre o comando do General
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    Artur Oscar de Andrade Guimarães que
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    conta inicialmente com 5.000 soldados
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    sendo reforçado posteriormente chegando
  • 00:34:20
    a 10 mil homens com batalhões vindos de
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    São Paulo Bahia Amazonas e Pará e será
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    justamente essa quarta expedição que irá
  • 00:34:31
    derrotar e destruir
  • 00:34:34
    a cidade de Belo Monte
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    em agosto de 1897 é possível ler relatos
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    sobre como os canhões das tropas
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    brasileiras
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    destroem a cidade
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    com uma atenção especial aos ataques que
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    destroçam completamente as igrejas
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    presentes em Belo Monte
  • 00:34:57
    símbolos centrais da fé que serve de
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    coesão ao povo que vive no Arraial de
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    Canudos
  • 00:35:04
    a disposição das casas em Belo Monte
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    dificulcutava o combate servia de
  • 00:35:10
    barricadas para entrada de tropas do
  • 00:35:13
    governo e isso parece ter sido pensado
  • 00:35:16
    pelos organizadores da cidade assim como
  • 00:35:19
    a igreja do Bom Jesus que também servia
  • 00:35:22
    de fortificação com suas paredes grossas
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    e suas Torres que funcionavam como
  • 00:35:28
    pontos altos para atiradores da Guarda
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    de Antonio Conselheiro
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    mesmo avançando contra as tropas de
  • 00:35:35
    Antônio Conselheiro o exército
  • 00:35:38
    brasileiro se vê em séries dificuldades
  • 00:35:41
    logísticas
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    posto que a comida é insuficiente para
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    abastecer os milhares de homens que
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    compõem as tropas da República
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    o que produz condições de desespero que
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    levam soldados a apelar para a fauna
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    Flora local para conseguir sobreviver em
  • 00:36:00
    um ambiente ao qual a maioria dos
  • 00:36:03
    Soldados não estavam adaptados
  • 00:36:06
    em setembro de 1897 Os relatos são de
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    cerco total e de massacre dos últimos
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    resistentes das guardas ligadas Antonio
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    Conselheiro Líder que teve sua morte
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    registrada no dia 22 de setembro
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    momento imortalizado pelas lentes de
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    Flávio de Barros que tirou uma foto do
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    cadáver exumado de Antônio Conselheiro
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    que teve sua cabeça decepada após o
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    registro fotográfico e foi levada como
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    prêmio exposto pelo exército brasileiro
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    em 29 de setembro os registros São de
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    uma cidade destruída e quase totalmente
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    dominada pelas forças militares do
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    governo com crianças órfãs correndo por
  • 00:36:54
    todos os lados
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    posto que quase toda a população da
  • 00:36:58
    cidade de Belo Monte morreu em combate
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    defendendo que julgava ser a terra
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    prometida de que António Conselheiro
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    tanto falava em suas pregações
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    no dia 2 de outubro um dos poucos
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    auxiliares Sobreviventes de Antonio
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    Conselheiro
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    negocia com Oficiais do Exército
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    Brasileiro uma rendição para um dos
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    grupos que restaram na cidade e consegue
  • 00:37:27
    a promessa de que serão poupadas
  • 00:37:30
    trato que é descumprido posto que todos
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    os que se entregaram foram massacrados e
  • 00:37:36
    não mais vistos inclusive o auxiliar que
  • 00:37:40
    negociou com Os oficiais deserto
  • 00:37:43
    é importante observar que em sua maioria
  • 00:37:46
    o sobreviventes que se renderam ao
  • 00:37:49
    exército brasileiro eram mulheres e
  • 00:37:52
    crianças
  • 00:37:54
    no dia 5 de outubro a cidade de Belo
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    Monte é completamente tomada e as suas
  • 00:38:00
    mais de 5 mil casas São incendiadas
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    tendo resultado ao final do combate um
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    agrupamento de mulheres e de crianças
  • 00:38:11
    assim como quatro combatentes
  • 00:38:13
    resistentes que lutaram até o final em
  • 00:38:16
    suas trincheiras
  • 00:38:18
    dois homens um menino e um idoso
  • 00:38:22
    queimaram e não se entregar
  • 00:38:53
    Euclides da Cunha foi um escritor e
  • 00:38:56
    jornalista brasileiro que teve vivência
  • 00:38:59
    no mundo militar e jornalístico e que a
  • 00:39:02
    princípio foi um grande entusiasta da
  • 00:39:05
    jornada Militar do governo brasileiro
  • 00:39:07
    contra Belo Monte
  • 00:39:10
    tendo estado em campo como
  • 00:39:12
    correspondente do Jornal O Estado de São
  • 00:39:15
    Paulo ele acabou mudando Sua percepção
  • 00:39:18
    sobre o que realmente o movimento de
  • 00:39:20
    Antônio Conselheiro representava
  • 00:39:23
    o que pode ser percebido pela mudança
  • 00:39:26
    que seus textos apresentam com o passar
  • 00:39:29
    do tempo
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    Euclides da Cunha deixou um belo
  • 00:39:33
    registro do ambiente do povo e do
  • 00:39:36
    conflito em Sua obra os Sertões que foi
  • 00:39:40
    publicada pela primeira vez em 1902 e a
  • 00:39:44
    evolução da percepção do jornalista
  • 00:39:46
    sobre o conflito é um dos dados mais
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    interessantes da vida dele
  • 00:39:52
    visto que a crítica de Machado de Assis
  • 00:39:55
    a respeito do desconhecimento que
  • 00:39:58
    setores urbanos tinham sobre Belo Monte
  • 00:40:01
    e sobre Antônio Conselheiro se aplicava
  • 00:40:04
    ao clides da Cunha em seus primeiros
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    anos de crítica entusiasmada contra o
  • 00:40:10
    povoado de Canudos
  • 00:40:14
    porém a obra os Sertões vem para
  • 00:40:17
    demonstrar que o autor havia mudado
  • 00:40:20
    completamente a Sua percepção a respeito
  • 00:40:23
    do que Belo Monte e Antônio Conselheiro
  • 00:40:26
    representava
  • 00:40:28
    assim como é perceptível a decepção de
  • 00:40:32
    Euclides com o Exército e com o governo
  • 00:40:35
    republicano
  • 00:40:37
    tanto que a obra recebida com muitos
  • 00:40:40
    elogios da crítica assim como lhe rendeu
  • 00:40:43
    um convite para fazer parte da Academia
  • 00:40:46
    Brasileira de Letras e para o Instituto
  • 00:40:48
    Histórico e geográfico brasileiro
  • 00:40:53
    tendo contato com o que antes era
  • 00:40:55
    chamado pejorativamente e genericamente
  • 00:40:58
    como jagunço
  • 00:41:00
    Euclides percebe que nenhuma diferença
  • 00:41:03
    substancial havia entre os soldados que
  • 00:41:07
    lutavam pela república e as tropas de
  • 00:41:10
    Conselheiro
  • 00:41:11
    e vai construindo uma percepção heróica
  • 00:41:14
    sobre os combatentes de Belo Monte no
  • 00:41:18
    final
  • 00:41:18
    observando-os como cidadãos brasileiros
  • 00:41:21
    Valentes base corajosa da nossa nação
  • 00:41:27
    em setembro de 1897
  • 00:41:30
    Euclides da Cunha chega a região de
  • 00:41:33
    Canudos na qual descreve a cidade de
  • 00:41:36
    Belo Monte e o ambiente natural
  • 00:41:39
    de onde podemos extrair o curioso caso
  • 00:41:42
    do arbusto chamado de favela
  • 00:41:45
    planta que serviu de inspiração para
  • 00:41:47
    alguns soldados que voltaram da Guerra
  • 00:41:50
    de Canudos e foram morar no Morro da
  • 00:41:53
    Providência no Rio de Janeiro
  • 00:41:56
    ao qual deram apelido de Morro da Favela
  • 00:41:59
    em lembrança ao que viram na região de
  • 00:42:02
    Canudos o que não demoraria a se
  • 00:42:05
    generalizar e caracterizar morros com
  • 00:42:08
    construções precárias no Rio de Janeiro
  • 00:42:12
    como componente do estado maior além da
  • 00:42:16
    função de correspondente do Jornal
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    Estado de São Paulo
  • 00:42:19
    Euclides da Cunha foi forçado a
  • 00:42:22
    silenciar sobre as péssimas condições em
  • 00:42:26
    que os exércitos brasileiros se
  • 00:42:28
    encontravam
  • 00:42:29
    e também sobre massacres gratuitos e
  • 00:42:33
    violência contra mulheres e crianças que
  • 00:42:36
    foram praticadas pelo exército
  • 00:42:38
    brasileiro no sertão
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    embora Euclides sonegue muito da verdade
  • 00:42:43
    nos seus escritos como representante do
  • 00:42:45
    Jornal Estado de São Paulo
  • 00:42:47
    outros veículos de mídia se negam a
  • 00:42:51
    manter silêncio a respeito dos abusos
  • 00:42:54
    contra mulheres e crianças e das
  • 00:42:57
    péssimas condições as quais foram
  • 00:42:59
    submetidas as tropas
  • 00:43:01
    que vão de questões sanitárias até a
  • 00:43:04
    falta de alimentos
  • 00:43:07
    o Jornal do Comércio e A Gazeta de
  • 00:43:09
    Notícias fazem denúncias e acabaram
  • 00:43:13
    tendo como resposta a censura por parte
  • 00:43:16
    do exército brasileiro
  • 00:43:19
    diga-se de passagem não é muito habitual
  • 00:43:22
    na abordagem sobre a história da
  • 00:43:25
    República Velha
  • 00:43:27
    observá-la como um regime fortemente
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    ditatorial que restringe as liberdades e
  • 00:43:33
    promove repressão e censura contra
  • 00:43:36
    qualquer grupo social ou político que
  • 00:43:39
    denuncie ou sem surja contra as péssimas
  • 00:43:43
    condições em que se encontram a maioria
  • 00:43:45
    do povo brasileiro
  • 00:43:49
    o que pode ter como explicação o fato de
  • 00:43:52
    que a República dos fazendeiros está
  • 00:43:55
    encaixada entre dois golpes militares
  • 00:44:00
    o de Deodoro da Fonseca e o de Getúlio
  • 00:44:03
    Vargas em 1930
  • 00:44:05
    conferindo um verniz falso de brandura
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    política a um período altamente violento
  • 00:44:14
    no momento em que ocorreu parte
  • 00:44:17
    considerável dos textos e fotos sobre o
  • 00:44:20
    conflito sofreu uma edição que tinha
  • 00:44:24
    como objetivo
  • 00:44:25
    exaltar o exército Republicano e
  • 00:44:29
    respaldar a conduta brutal levada a cabo
  • 00:44:32
    contra todos os habitantes de Belo Monte
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    incluindo mulheres e crianças
  • 00:44:39
    o que só começa a ser esclarecido anos
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    após o fim do conflito quando
  • 00:44:45
    historiadores reabrem a discussão para
  • 00:44:48
    entender o que exatamente aconteceu
  • 00:45:12
    Olá pessoal estou passando para deixar
  • 00:45:14
    alguns recadinhos aqui para vocês
  • 00:45:16
    primeiramente para agradecer a você que
  • 00:45:19
    chegou até o final aqui desse vídeo
  • 00:45:21
    segundo para me apresentar para quem
  • 00:45:24
    ainda não me conhece eu sou professora
  • 00:45:25
    Kátia eu faço a parte da edição dos
  • 00:45:28
    vídeos e também a parte da narração dos
  • 00:45:30
    vídeos aqui do canal Mas além de mim tem
  • 00:45:34
    uma outra pessoa que ajuda na produção
  • 00:45:37
    aqui dos vídeos que é o professor Thiago
  • 00:45:40
    ele faz a parte da pesquisa histórica
  • 00:45:43
    das fontes e também faz a produção
  • 00:45:47
    elaboração do roteiro aqui para os
  • 00:45:49
    vídeos do canal porque que eu tô dizendo
  • 00:45:50
    isso tô dizendo isso porque tem muitos
  • 00:45:52
    comentários aqui das pessoas que
  • 00:45:55
    agradecem ao meu trabalho mas estou
  • 00:45:57
    avisando então que além de mim tem uma
  • 00:45:59
    outra pessoa
  • 00:46:00
    que participa aí da produção dos vídeos
  • 00:46:03
    outra coisa que eu queria dizer Muitas
  • 00:46:06
    pessoas têm perguntado aqui nos
  • 00:46:08
    comentários como elas fazem para
  • 00:46:09
    contribuir aqui com o canal bom para
  • 00:46:13
    aquelas pessoas que têm condições e
  • 00:46:15
    querem fazer uma doação apoio né fazer
  • 00:46:18
    uma doação solidária aí para o canal por
  • 00:46:20
    enquanto a única maneira é pelo pics
  • 00:46:22
    Então eu vou deixar o endereço do pix
  • 00:46:24
    aqui na descrição do vídeo para vocês
  • 00:46:26
    conseguirem acessar
  • 00:46:28
    Além disso para aquelas pessoas que
  • 00:46:30
    gostam aqui do trabalho mas não tem
  • 00:46:32
    condições de fazer essa colaboração
  • 00:46:34
    financeiramente pode curtir aqui o vídeo
  • 00:46:37
    pode comentar que o vídeo pode
  • 00:46:39
    Compartilhar esse vídeo com outras
  • 00:46:41
    pessoas pode ajudar e o canal de outras
  • 00:46:43
    formas fazendo com que o YouTube ofereça
  • 00:46:47
    esse conteúdo então para outras pessoas
  • 00:46:48
    pode ajudar sim também então por
  • 00:46:51
    enquanto é isso Esses são os meus
  • 00:46:53
    recadinhos de hoje Mais uma vez agradeço
  • 00:46:56
    a audiência de todos e vamos nos falando
  • 00:46:59
    nos próximos vídeos tchau tchau
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