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entre captar o real eo hiper real onde
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está a realidade nesses dias eu fui numa
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exposição aqui no ccbb do rio de janeiro
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chamada 50 anos do realismo do
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fotorrealismo a realidade virtual essa
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exposição de receber ela tinha um
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recorde de 50 anos pra cá do
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hiperrealismo mais contemporâneo mas
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sobre essa idéia de captar a realidade
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já e num mundo imaginário dos artistas
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da antiguidade os gregos antigos já
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tentaram captar essa realidade essa
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essência humana nas suas esculturas
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a câmera escura já era utilizada naquela
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época e ela era um objeto visto como
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mágico por ter propriedades de captar
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que existe fora dela
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tudo isso foi retomado ali na época do
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renascimento quando os artistas
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começaram uma nova mente uma câmera
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escura para fazer aventuras isso e muito
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mais no barroco porque antes mesmo da
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gente desenvolver a fotografia os
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artistas barroco já estão descobrindo os
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encantos do retrato da luz nos seus
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trabalhos estão artistas como por
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exemplo vermelho ou caravaggio ele já se
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aproximavam ali de um foto realismo por
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trazer todos os nuances de luz e sombra
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sobre os objetos de tentar entender como
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funcionava o nosso olhar só no século 19
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é que a gente vai ter um movimento
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artístico chamado de realismo e ali no
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realismo a gente tem artistas que
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começam a olhar para essa realidade de
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uma maneira distinta porque no século 19
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a gente tem o advento da fotografia o
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ser humano criou uma máquina capaz de
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captar a realidade ou será mesmo que ela
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capta realidade porque a fotografia em
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si é um processo subjetivo à fotografia
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em si ela é um recorte de uma realidade
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e é isso que os artistas vão perceber os
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seus trabalhos
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o artista realista não é simplesmente um
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retrato a dor mecânico da realidade em
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si mas com o artista colocar em foco no
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quadro dar voz no quadro há uma
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realidade na qual ele quer discutir é
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fazer as pessoas novamente olhar para
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aquela realidade aí a gente pode pensar
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no trabalho por exemplo de maneira
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quando ele pintou link e ele traz ali
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uma prostituta como modelo desse quadro
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que deveria ser reservado a uma deus
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há uma vênus da perfeição esse modelo de
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beleza como se um modelo de beleza pode
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ser uma prostituta ou então quando o
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clube quando retrata trabalhadores
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miller também é tratando proletariado e
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começa a ter toda uma discussão social
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agora envolvendo realismo então esse
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realismo não é mais simplesmente um
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retrato de uma realidade objetiva como
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muita gente fala mas ele traz toda uma
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carga de subjetividade dentro desse
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contexto e isso vai ser utilizado por
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exemplo no contexto da união soviética
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quando eu penso no realismo socialista
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ou no realismo soviético que são artes
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que vão pegar retratos entre aspas dessa
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realidade soviética e vão trazer para
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suas obras só que hoje em dia a gente
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sabe que aquelas obras elas eram
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realizadas onde está o realismo ali e
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depois a pop art quando a imagem começou
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a ser trabalhada na sua multiplicidade
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na sua reprodução automatizada na
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serigrafia na cópia da impressão à
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imagem de celebridade que parecem
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impossíveis por todos os cantos da
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cidade ainda vem o hiper-realismo na
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nossa vida e é isso que a exposição do
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ccbb trazia artistas que vão começar
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novamente olhar para esse realismo e
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tentar entender o que esse realismo como
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ele retrata a sociedade e que eu acho
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que entra o grande brilho dessa arte é
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realista porque tal como os realistas do
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século 19 estavam rediscutindo que é
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esse olhar trazendo à tona discussões
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olhares sobre a realidade propor um
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aprofundamento sobre essa realidade
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quando você fala na frente de um
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quadripé realista
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você também está mergulhando numa
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mensagem subjetiva que esse artista traz
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então eu tenho um retrato objetivo entre
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aspas da realidade que me faz pensar
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sobre ela eu tenho uma reaproximação com
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real e o que eu acho mais incrível
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porque quanto mais a arte chega perto da
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vida mais a arte acaba se afastando da
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própria vida pois se eu tenho um retrato
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hiper-realista de um carro mas eu tenho
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certeza do que aquilo que está na minha
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frente a uma pintura na verdade eu
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fiquei impactado pelo fato de aquilo ser
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uma pintura e na fotografia de um carro
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eu ainda mais me afasto da imagem de um
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carro em si e mais entrou no universo da
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arte porque eu começo a pensar sobre
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técnica eu começo a pensar sobre o fazer
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artístico eu começo a pensar sobre a
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poética do trabalho e eu acho que é aí
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que mora
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a grande graça do hiperrealismo que é
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quando ele retrata uma realidade que
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poderia ser meramente superficial mas
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que faz a gente pensar em várias nuances
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sobre a própria arte não necessariamente
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sobre a vida que ela retrata nessa
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lógica poderia ser lá afirmar que a arte
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é realista quanto mais perto do real ela
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chega - real é pensando nessas questões
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do hiperrealismo lembrei de uma história
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romântica de uma mulher venture uma muro
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ele era um artesão morava numa cidade
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essa cidade que morava receber um escudo
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dos deuses para proteger toda a cidade
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de pestes e doenças e o rei da cidade
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mandou ele criar cópias deste escudo mas
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essas cópias elas teriam que ser tão
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perfeitas que ninguém seria capaz de
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identificar qual era o real e qual era o
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falso uma mulher ele fez então 11 desses
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escudos perfeitos e esses cuidados eles
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eram expostos com o escudo real no meio
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a partir do momento que o escudo real
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entrava no meio dos discursos falsos
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ninguém conseguia distinguir qual era
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qual então todos os meios se tornavam os
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escudos verdadeiros porque ninguém sabia
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dizer qual era o escudo verdadeiro mas
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também ninguém sabia dizer quais eram os
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escudos falsos porque ninguém conseguia
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distinguir o escudo que uma mulher fez
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do escudo recebido pelos deuses o que é
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real o que é falso o que escapa dos
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nossos olhos essas questões da realidade
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o que é realidade o que é ficção o que é
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virtual sei lá é quase que um black mil
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ou quando eu penso naquele episódio o
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bibek onde a mulher ela acaba criando
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uma versão virtual do marido dela
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baseado em toda a concepção e lembrança
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que o marido dela tinha deixado na terra
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só que toda aquela informação tudo
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aquilo que ela olha como real será que
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realmente é real a gente pode realmente
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acreditar nos nossos olhos será que um
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dia a gente vai cair naquela idéia de
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pigmaleão que se apaixonou pela sua
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própria obra de arte que ele criou a
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escultura mais perfeita do mundo e ele
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se apaixonou pela própria
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e o cara ficou tão endoidecido pela
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própria obra que os deuses atender os
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pedidos de pigmaleão e transformaram a
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obra dele numa mulher em inglaterra para
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que eles pudessem viver esse romance
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tórrido
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será que a gente vai chegar a esse nível
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fraco chegar a um momento onde nós
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queremos a nossa própria realidade
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ou será que agora nesse momento nós
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estamos criando a nossa própria
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realidade
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enfim visitar a exposição de receber a
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gente fez a minha cabeça viajar um pouco
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eu quis compartilhar um pouco desses
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pensamentos porque pensar sobre o que é
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a realidade é uma coisa muito cara pra
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mim sabe um dos meus filmes favoritos é
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matrix que é um filme que fala sobre
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essa questão do que é real
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no nosso mundo será que não vivemos
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dentro de uma matrix e falei o que você
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pensa sobre esse assunto vamos
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compartilhar vamos viajar sobre essas
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idéias filosóficas não se esqueça de me
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acompanhar nas redes sociais
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lá no instagram twitter e no facebook
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vou deixar os links aqui um grande beijo
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tchau tchau
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[Música]