00:00:00
Eu vou contar pra vocês uma das histórias mais clássicas da filosofia, que data da
00:00:04
Roma Antiga.
00:00:05
Essa história é a história da jornada de Teseu e as suas viagens no seu navio, o navio
00:00:10
de Teseu.
00:00:11
O barco de Teseu é feito de 30 tábuas.
00:00:13
Conforme o navio viaja pelo mar, as tábuas são expostas à umidade, ao sal e ao sol.
00:00:19
E elas lentamente ficam desgastadas.
00:00:21
Quando uma tábua fica velha e gasta demais, Teseu para em algum porto, joga a tábua, gasta fora e coloca uma tábua nova.
00:00:28
E conforme os anos vão passando, eventualmente, tábua por tábua,
00:00:31
Teseu troca todas as tábuas do navio.
00:00:34
No fim da história, nenhuma tábua original do navio de Teseu continuava no navio.
00:00:39
Então esse navio ainda é o navio no qual Teseu partiu para sua viagem?
00:00:43
Ou ele é um novo navio construído pouco a pouco conforme as tábuas foram substituídas?
00:00:48
Eu gostaria muito que vocês escrevessem qual é a opinião de vocês nos comentários.
00:00:51
Vamos ver se ela muda durante o vídeo.
00:00:53
A história do navio de Teseu pode parecer um conto inocente com uma pergunta meio pegadinha no final.
00:00:58
Mas essa história vai mais fundo.
00:01:00
A história do navio de Teseu carrega um dos problemas mais antigos da filosofia, que é o problema da identidade.
00:01:05
E esse problema não vale só para navios.
00:01:07
Por exemplo, em 2002, a seleção brasileira ganhou a Copa do Mundo com uma seleção que incluía nomes como Roberto Carlos e Ronaldinho Gaúcho.
00:01:15
Atualmente ainda existe um time que se chama Seleção Brasileira, mas com outros jogadores,
00:01:20
como por exemplo o Neymar.
00:01:21
Será que a Seleção Brasileira atual ainda é a mesma Seleção de 2002?
00:01:26
Ou será que a Seleção vira uma Seleção nova toda vez que mudam os jogadores?
00:01:30
E quantos jogadores exatamente que é o limite pra gente mudar e virar uma nova Seleção?
00:01:34
E aí deixa eu ir mais a fundo nessa pergunta.
00:01:36
O que exatamente define a identidade da seleção brasileira? O uniforme?
00:01:41
O conjunto de jogadores? Um misto dos dois? E se você não gosta de futebol, aqui vai
00:01:46
um exemplo musical. Uma das bandas mais famosas do mundo, Linkin Park, voltou ativa com uma
00:01:51
nova vocalista. Vários fãs ficaram descontentes, dizendo que a banda mudou demais e perdeu
00:01:55
a sua identidade. Então o que exatamente define a identidade da sua banda favorita?
00:02:00
É o nome dela? Ou é quem tá no vocal? Ou será que é um membro específico mais o nome?
00:02:04
E se você não gosta nem de música nem de futebol, você já teve uma sensação estranha de que as suas memórias ocorreram no que parece ser outra vida?
00:02:12
Meio que como se não fosse você que tivesse vivido aquilo.
00:02:15
Essa sensação é natural, porque nós estamos em constante transformação.
00:02:19
Essa é a versão humana do navio pode revelar o que você pensa sobre a sua identidade, sobre o retorno do Linkin Park e sobre a atual situação da seleção brasileira.
00:02:31
O meu nome é Pedro Loz e eu estou aqui para responder se o navio de Teseu ainda é o mesmo depois de todos esses anos e todas essas tábuas.
00:02:38
Mas mais do que isso, eu também quero te fazer refletir se você ainda é a mesma pessoa que se inscreveu no canal há algum tempo atrás. Se você ainda não se
00:02:51
inscreveu, clica aqui. É só um botão. E agora sim, vamos começar a resolver o
00:02:56
paradoxo do navio de Teseu. Esse é o Teseu, esse é o navio de Teseu e esses são os
00:03:02
chapéus que vão me ajudar a pensar se o navio de Teseu ainda é o mesmo depois de
00:03:05
ter todas as suas tábuas trocadas. Mas vamos começar defendendo que sim, o
00:03:10
navio de Teseu ainda é o mesmo depois de todas as suas tábuas serem trocadas.
00:03:14
Um jeito comum de fazer isso é argumentar que o navio permanece o mesmo
00:03:18
porque a sua forma foi mantida.
00:03:20
Enquanto o navio de Teseu tiver a forma de um navio e for do Teseu,
00:03:24
ele vai ser o navio de Teseu.
00:03:26
Nesse caso, eu estou dizendo que a identidade é preservada pela continuidade da forma original,
00:03:32
independente das mudanças que ocorrem em pequenas partes.
00:03:35
Só muito importante!
00:03:36
Nesse contexto de filosofia, a ideia de forma é um pouco mais abrangente
00:03:41
do que o conceito que nós estamos acostumados. Forma é o elemento que contribui de uma maneira
00:03:46
única para a identidade de um objeto. Ela é uma característica que só aquela coisa
00:03:50
tem. É tipo quando nos intervalos de Pokémon aparecia uma sombra e você precisava acertar
00:03:54
qual era o Pokémon. E para saber que Pokémon, você precisa saber o que é um Pokémon.
00:03:58
Tanto a sombra quanto o ser um Pokémon são parte da forma. Aristóteles por exemplo diz que um ser
00:04:05
humano é definido pela racionalidade, a característica que é única de humanos
00:04:09
e é a racionalidade que nos separa de outras coisas que não são humanos
00:04:14
ou seja, para Aristóteles é a racionalidade que dá forma ao ser humano
00:04:18
então enquanto você manter sua capacidade de pensar racionalmente você é um humano
00:04:22
e mais, é por continuar racional que você sabe que o seu eu de hoje é o mesmo de um ano atrás.
00:04:29
E falando em ser racional, vocês sabiam que a FIAP, o Centro de Excelência em Tecnologia
00:04:34
mais respeitado do Brasil, tem cursos tecnólogo que duram 2 anos e bacharelado que dura 4
00:04:39
e 5 anos?
00:04:40
Ah, e melhor ainda, nas modalidades online e presencial.
00:04:43
Você provavelmente pensa bastante no seu futuro e quer o melhor possível.
00:04:47
Uma ótima ideia seria conhecer mais o trabalho da FIAP, que nem eu fiz quando participei de um
00:04:51
curso de extensão oferecido por Erezin Boston nos Estados Unidos.
00:04:55
Eu gosto muito que o ensino na FIAP é feito com a mão na massa. Você aprende
00:04:58
enquanto aplica o que está aprendendo na vida real, desenvolvendo soluções que
00:05:01
vão ser aplicadas no mundo. Eu inclusive participei da Next FIAP, em que os
00:05:05
alunos da graduação apresentaram os seus projetos finais para grandes empresas,
00:05:09
em um evento muito especial, com muito network. E isso sim é ser conectado com o futuro.
00:05:14
Se você ficou interessado, clica no link aqui da descrição para saber mais sobre
00:05:17
todos os cursos que você pode fazer na FIAP.
00:05:20
E agora de volta ao vídeo, tem uma coisa me incomodando.
00:05:23
Para Aristóteles, é a racionalidade que dá forma ao ser humano.
00:05:27
Então enquanto você permanecer racional, você continua sendo você.
00:05:32
Mas espera aí, isso não significa que se alguém perder a capacidade de ser racional,
00:05:36
ela deixe de ser ela mesma?
00:05:38
É muito comum que pessoas comecem a desenvolver problemas de demência na velhice, e aos poucos
00:05:43
elas podem perder a capacidade de serem racionais.
00:05:46
Isso significa que elas não são mais as mesmas pessoas?
00:05:49
Se o navio de Teseu ainda é um navio de Teseu por manter sua forma, sim, quem perde a capacidade
00:05:56
de raciocinar deixa de ser humano.
00:05:58
Então talvez tenha uma forma melhor de justificar por que o navio ainda é um navio de Teseu no fim da viagem.
00:06:03
E lá vamos nós de novo!
00:06:05
Talvez o que mantém o navio de Teseu sendo o navio de Teseu é a sua função.
00:06:10
O que é ser um navio?
00:06:12
Pro Teseu, esta é a perspectiva funcionalista.
00:06:15
E segundo o funcionalismo, enquanto o navio de Teseu carregar o próprio Teseu e a sua carga,
00:06:20
ele vai continuar sendo o mesmo navio, não importa se ele mudar de forma. Então não importa quantas vezes as tábuas mudem, o navio de Teseu vai
00:06:29
continuar sendo o navio de Teseu. A menos que alguém mude a função do navio. Imagine
00:06:33
que centenas de anos se passaram e um jovem loiro de bigode vergonhoso acha a carcaça
00:06:37
do navio de Teseu. Maravilhado com a descoberta, ele acha o navio muito bonito e decide colocar
00:06:42
quatro rodas e transformar os restos do navio de Teseu não existe mais.
00:06:55
Ele perdeu a sua identidade e virou algo novo, que é o carro de desfile do Pedro.
00:07:01
Não, pera, de jovem, loiro, com um bigode vergonhoso.
00:07:03
Mas quando eu falo do navio de Teseu nesse contexto, você ainda sabe exatamente ao que
00:07:09
eu estou me referindo.
00:07:11
Então mesmo quando o navio de Teseu ganha uma nova função como um carro alegórico, ele ainda
00:07:16
é um pouco navio de Teseu.
00:07:18
Talvez exista mais por trás da identidade do navio do que função e forma.
00:07:26
Existe mais uma perspectiva defendendo que o navio de Teseu ainda é o mesmo navio que
00:07:30
eu gostaria de compartilhar.
00:07:31
Mesmo as partes mudando e mesmo transformando o navio em um carro alegórico, o navio ainda
00:07:37
é o mesmo porque sua identidade persiste através do tempo.
00:07:41
Em outras palavras, desde que exista uma história bem definida e uma linha de eventos de causas
00:07:46
e efeitos que conectem o navio do começo da viagem com o navio ao fim da viagem, ele
00:07:51
mantém a sua identidade e continua sendo o navio de Teseu.
00:07:54
E desde que você se lembre de quem você era há um ano, você ainda é a mesma pessoa.
00:08:00
Mas peraí.
00:08:02
Isso levanta um problema. Se você tiver amnésia, você vira uma nova
00:08:06
pessoa? Ou será que a amnésia faz parte da história da sua identidade, mesmo sem
00:08:10
você lembrar? É, realmente tá difícil de usar esse chapéu. Eu vou experimentar outro.
00:08:19
O que significa eu falar que não, o navio de Teseu não é o mesmo depois de ter
00:08:24
todas as suas tábuas trocadas? Remover as tábuas originais destrói a identidade do navio.
00:08:29
Essa é a ideia de matéria constitutiva, ou seja, de que a alma do navio está nas
00:08:34
tábuas que formam ele.
00:08:36
E ao trocar elas, o navio de Teseu deixa de ser o navio original e vira um novo navio.
00:08:41
Mas se esse é o caso, quantas tábuas exatamente o Teseu precisou trocar até um novo navio
00:08:46
surgir?
00:08:47
Uma?
00:08:48
Duas?
00:08:49
Metade?
00:08:50
Ou será que a cada tábua trocada o navio virava um novo navio?
00:08:52
E na verdade, Teseu navegou com mais de 30 navios no decorrer da história.
00:08:56
As implicações disso vão longe.
00:08:58
O seu corpo está constantemente trocando de células.
00:09:01
Isso significa que você vira uma nova versão sua milhares de vezes por dia?
00:09:05
Onde exatamente está o limite?
00:09:07
Realmente...
00:09:09
Eu não tô achando boas respostas pro problema do navio de Teseu.
00:09:12
Olha só!
00:09:14
Uma nova forma de olhar pro problema!
00:09:16
Essa é minha hora de brilhar.
00:09:18
Talvez nós estejamos nos complicando demais por tentar encontrar respostas que satisfaçam
00:09:23
ao mesmo tempo todas as pequenas minúcias do que nós imaginamos como identidade. E
00:09:27
essa talvez seja uma das respostas possíveis mais interessantes. A identidade do navio
00:09:32
de Teseu é algo complicado. Além de aceitar e negar a possibilidade de identidade do navio, existem posições que defendem uma resposta
00:09:40
menos direta para o problema do navio de Teseu.
00:09:43
Thomas Hobbes nos deu um exemplo interessante.
00:09:45
Ele relativizou a identidade do navio de Teseu.
00:09:48
Para entender isso, imagine que a cada tábua velha trocada por uma nova, eu guardava a
00:09:53
tábua velha e aos poucos restaurava um outro navio de Teseu.
00:09:56
Agora no fim da viagem, existem dois navios.
00:10:00
Um que teve as suas tábuas substituídas e outro feito com as tábuas velhas.
00:10:04
Assim nós teremos dois navios de Teseu.
00:10:07
Qual deles é o verdadeiro navio?
00:10:09
É o primeiro navio que teve as suas tábuas velhas trocadas?
00:10:12
Ou é um navio restaurado, feito apenas com tábuas velhas?
00:10:16
Para Hobbes, a identidade do navio é relativa.
00:10:19
Porque ela vai depender tanto da sua continuidade física quanto do observador do navio.
00:10:24
Ou seja, entre os dois navios, o navio de Teseu é o navio em que o Teseu está.
00:10:30
E qual dos dois navios é o navio de Teseu muda durante o tempo.
00:10:34
A identidade não é algo rígido, é mais uma convenção.
00:10:37
O que parece uma forma legal de pensar quando nós falamos de objetos.
00:10:41
Mas imagine que você sem querer tropece e entre numa máquina de clonagem instantânea.
00:10:45
E do outro lado saem duas cópias suas.
00:10:47
Qual é o seu eu verdadeiro?
00:10:50
E quem garante que você é o verdadeiro e não o clone?
00:10:52
Pensando de forma relativa, as pessoas ao seu redor podem até mudar de ideia de quem é o verdadeiro
00:10:58
dependendo do que for conveniente para elas. Talvez a sua namorada prefira considerar uma
00:11:02
das cópias da verdadeira, e a sua mãe a outra. E em um sentido relativo, nenhuma delas está errada.
00:11:08
E uma outra alternativa é que a identidade vai depender do contexto dado por um observador. Nós podemos pensar que ele é o navio de Teseu em determinado contexto,
00:11:17
mas não é o mesmo navio de Teseu em outro contexto. Por exemplo, o navio no carro alegórico
00:11:22
pode ser o navio de Teseu quando Pedro escavou ele das ruínas, mas é só o carro alegórico no dia
00:11:28
do carnaval. Isso ajuda a esclarecer como a identidade pode ser compreendida de maneira
00:11:34
diversa ao longo do tempo, dependendo da lente através da qual o fenômeno é analisado.
00:11:39
A sua identidade é uma colaboração entre quem você é e o mundo ao seu redor.
00:11:44
Talvez um bom exemplo seja a Catedral de Notre Dame,
00:11:47
que em 2019 sofreu danos devido a um grande incêndio.
00:11:49
Desde então, grandes esforços repararam a Catedral,
00:11:52
mas esses esforços envolveram refazer o trabalho
00:11:54
e substituir parte do material danificado pelo fogo.
00:11:57
Mas como a Catedral é importante, o fogo foi infeliz
00:12:00
e os reparos à estrutura são vistos como algo positivo pela sociedade,
00:12:03
ninguém vai ficar falando que
00:12:05
ah, mas agora não é mais a mesma catedral histórica porque mexeram na minha torre favorita.
00:12:10
O que isso significa é que agora, materiais produzidos no mundo moderno
00:12:14
fazem parte de uma construção que ainda é considerada antiga.
00:12:17
Agora, se derrubassem toda a catedral
00:12:19
e usassem a própria igreja para fazer um shopping chamado Notre-Dame,
00:12:22
ninguém consideraria esse shopping a construção original.
00:12:25
A natureza da catedral não parece depender só da catedral, mas também de como as pessoas
00:12:30
pensam sobre ela.
00:12:32
Mas também existem pessoas que negam o próprio paradoxo do navio de Teseu.
00:12:36
Para o filósofo Derek Parfit, o paradoxo do navio de Teseu é um falso paradoxo, que
00:12:41
não diferencia adequadamente dois tipos diferentes de identidade, a numérica e a qualitativa.
00:12:47
Vamos voltar a considerar os dois navios de Teseu, o com tábuas novas e o com tábuas velhas.
00:12:52
O navio de Teseu original e a versão com as tábuas trocadas são o mesmo navio no
00:12:57
sentido qualitativo, ou seja, ambos servem para a mesma coisa e para a mesma pessoa.
00:13:02
Mas as duas versões do navio são diferentes no sentido numérico.
00:13:07
As 30 tábuas novas vieram depois das tábuas velhas, então é um navio novo no sentido mais literal.
00:13:14
As duas versões do navio são as mesmas na prática, mas não de fato.
00:13:19
Ou seja, o problema do paradoxo do navio de Teseu seria um falso paradoxo, porque não
00:13:23
existe uma distinção apropriada para distinguir o que é identidade numérica ou qualitativa.
00:13:28
Inclusive essa visão é muito útil para se um dia você for clonado.
00:13:31
O seu clone é qualitativamente idêntico a você, mas numericamente diferente.
00:13:36
E eu acho que agora é hora de a gente finalmente encarar o elefante branco que está nesse vídeo até agora.
00:13:40
Quem é você?
00:13:41
A ideia de separar a identidade em qualitativa e numérica é filosoficamente consistente, ou seja, funciona.
00:13:48
Mas ao mesmo tempo não é tão satisfatória assim.
00:13:51
Estava mais divertido ficar confuso sobre a minha identidade e ficar trocando de chapéu.
00:13:55
O que isso indica é que talvez uma resposta nem sempre é melhor do que uma pergunta.
00:14:01
E na verdade, é pra isso que servem boas perguntas.
00:14:05
E boas histórias.
00:14:06
E é por isso que o paradoxo do navio de Teseu está com nós até hoje.
00:14:10
Porque ele representa uma pergunta simples, mas profundamente interessante sobre quem
00:14:15
nós somos e o que significa mudar.
00:14:18
Um experimento mental simples como a história do navio de Teseu nos força a refletir sobre
00:14:22
quem nós somos, como mudamos e quem viramos quando mudamos.
00:14:27
E aqui você talvez sinta a tentação de pular para uma resposta científica.
00:14:31
No caso de humanos, é simples.
00:14:33
Pedro, a nossa identidade é o que está no nosso cérebro.
00:14:37
O que parece uma posição razoável, desde que você concorde que no fim da história,
00:14:42
você é o seu sistema nervoso central.
00:14:44
Ou seja, eu poderia substituir os seus braços, os seus olhos, a sua boca e todo o seu corpo, mas desde que o seu cérebro e o sistema nervoso fossem mantidos, você
00:14:53
ainda seria você.
00:14:54
E se é assim que você pensa, você nunca viu o si mesmo.
00:14:57
Tudo o que você vê ou se olha no espelho é uma casca que encobre o seu eu verdadeiro,
00:15:03
que é o seu cérebro.
00:15:04
E eu não sei vocês, mas eu particularmente não gosto muito dessa resposta.
00:15:08
Mas eu não tô falando pra ignorar a ciência.
00:15:10
Eu acho que o meu cérebro faz parte de quem eu sou.
00:15:13
Eu só não estou disposto a descartar todas as minhas experiências de vida,
00:15:17
a minha aparência e o meu picode questionável
00:15:20
da lista de coisas que compõem a minha identidade.
00:15:23
E pra mim, essa é a beleza de um vídeo como esse.
00:15:26
Uma pergunta que parece simples
00:15:28
nos leva a uma jornada que nos faz questionar coisas
00:15:30
que, em um primeiro momento, nós achávamos que entendíamos bem.
00:15:33
Nós estamos em um oceano desconhecido.
00:15:36
E se você chegou até essa parte do vídeo,
00:15:38
comenta com um emoji de onda pra nunca esquecer
00:15:41
e esse vídeo agora faz parte da sua identidade.
00:15:45
Muito obrigado e até a próxima.