O que o iFood fez com os restaurantes brasileiros (e ninguém percebeu)

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https://www.youtube.com/watch?v=ydG_jyLEwkQ

الملخص

TLDRO vídeo explora o impacto dos aplicativos de delivery, como o iFood, no mercado de restaurantes no Brasil. Embora os consumidores se beneficiem de preços baixos e promoções, os restaurantes enfrentam dificuldades financeiras devido a altas comissões e taxas. O modelo de negócios do iFood é criticado por criar uma dependência prejudicial, levando muitos restaurantes a buscar alternativas, como aplicativos próprios, para aumentar lucros e reduzir custos. Além disso, o vídeo destaca a precarização do trabalho dos entregadores, que enfrentam longas jornadas e baixa remuneração. A solução proposta inclui a criação de canais próprios para pedidos, permitindo que os restaurantes mantenham maior controle sobre suas operações e fidelizem clientes.

الوجبات الجاهزة

  • 🍔 Os aplicativos de delivery mudaram a forma como pedimos comida.
  • 💰 Promoções atraentes podem prejudicar restaurantes.
  • 📉 Altas comissões do iFood afetam a margem de lucro dos estabelecimentos.
  • 🚴‍♂️ Entregadores enfrentam precarização e longas jornadas de trabalho.
  • 📱 Restaurantes estão criando aplicativos próprios para reduzir custos.
  • 🔄 O canibalismo do mercado desvia vendas de lojas físicas para aplicativos.
  • 📊 O Loop do iFood exemplifica práticas prejudiciais aos pequenos restaurantes.
  • 🛠️ A criação de canais próprios pode aumentar a fidelização de clientes.
  • 📈 O número de pedidos diretos nos restaurantes está crescendo.
  • 🤝 A estratégia híbrida pode ser o futuro do mercado de delivery.

الجدول الزمني

  • 00:00:00 - 00:05:00

    Os aplicativos de delivery transformaron a forma en que pedimos comida, ofrecendo prezos baixos e promocións atractivas. Non obstante, detrás destes beneficios, os restaurantes enfróntanse a taxas elevadas e un modelo de negocio que os oprime, mentres os repartidores lidian con xornadas longas e baixos salarios. O efecto iFood está cambiando o mercado de forma sutil, e é importante entender as consecuencias para os restaurantes e repartidores.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    O iFood domina o mercado brasileiro, cunha participación superior ao 80%, e as súas comisións son elevadas, chegando a afectar a viabilidade financeira dos restaurantes. O modelo de negocio do iFood, que inclúe taxas de comisión e mensualidades, pode consumir unha parte significativa dos ingresos dos restaurantes, especialmente aqueles que dependen do aplicativo para sobrevivir. A canibalización do mercado tamén é un problema, xa que as promocións en liña desvían clientes das compras en locais físicos.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    Os repartidores de aplicativos, que se presentan como autónomos, en realidade enfróntanse a condicións laborais precarias. A carga horaria é excesiva, e a presión para estar dispoñibles e cumprir coas expectativas do algoritmo é constante. A precarización do traballo afecta especialmente aos máis vulnerables, que ven nos aplicativos unha forma de sobrevivir, mentres as plataformas maximizan os seus beneficios sen asumir riscos.

  • 00:15:00 - 00:20:45

    Os restaurantes están comezando a explorar alternativas para reducir a súa dependencia dos aplicativos de entrega, como o desenvolvemento de aplicacións propias. Esta estratexia permite aos restaurantes ofrecer prezos máis baixos e manter un maior control sobre as súas operacións. A combinación de usar marketplaces para atraer clientes e despois dirixilos aos seus propios canles pode ser a clave para a sustentabilidade a longo prazo dos restaurantes.

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الخريطة الذهنية

فيديو أسئلة وأجوبة

  • Qual é o impacto dos aplicativos de delivery nos restaurantes?

    Os aplicativos de delivery impõem altas comissões e taxas, prejudicando a margem de lucro dos restaurantes.

  • O que é o efeito iFood?

    O efeito iFood refere-se ao impacto negativo que o modelo de negócios do iFood tem sobre os restaurantes e entregadores.

  • Como os restaurantes estão lidando com as comissões do iFood?

    Alguns restaurantes estão criando aplicativos próprios para reduzir a dependência e os custos com comissões.

  • Qual é a situação dos entregadores de aplicativos?

    Os entregadores enfrentam precarização, longas jornadas de trabalho e baixa remuneração, apesar da promessa de autonomia.

  • O que são promoções predatórias?

    Promoções predatórias são descontos excessivos que atraem clientes, mas prejudicam a viabilidade financeira dos restaurantes.

  • Como os restaurantes podem aumentar suas vendas sem depender do iFood?

    Os restaurantes podem aumentar vendas através de canais próprios, como aplicativos ou pedidos diretos.

  • Qual é a diferença entre entregadores 'nuvem' e 'operadores logísticos'?

    Entregadores 'nuvem' têm flexibilidade, enquanto 'operadores logísticos' seguem escalas fixas e têm menos autonomia.

  • O que é o Loop do iFood?

    O Loop era um serviço do iFood que oferecia refeições a preços muito baixos, prejudicando restaurantes menores.

  • Como os restaurantes podem fidelizar clientes?

    Restaurantes podem fidelizar clientes oferecendo descontos e promoções em seus próprios aplicativos.

  • Qual é a tendência atual no mercado de delivery?

    A tendência é o aumento de pedidos diretos nos restaurantes, reduzindo a dependência de aplicativos de delivery.

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الترجمات
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التمرير التلقائي:
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    Os aplicativos de delivery vieram pra revolucionar  o jeito que pedimos comida. E parece um paraíso:
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    preços baixos, entrega grátis e promoções  irresistíveis. Mas alguém tá pagando essa conta.
  • 00:00:12
    Por trás desses preços maravilhosos,  existe um modelo de negócios que sufoca
  • 00:00:16
    quem realmente faz a comida chegar na sua porta. Restaurantes tentando fechar as contas no fim do
  • 00:00:22
    mês, apertado por taxas e regras que só  favorecem o aplicativo e entregadores,
  • 00:00:27
    que enfrentam jornadas exaustivas, algoritmos  misteriosos e remuneração cada vez menor.
  • 00:00:34
    Esse modelo está mudando a lógica do  mercado de um jeito que ninguém percebe.
  • 00:00:38
    Esse é o efeito iFood—e entender como  ele funciona pode mudar completamente
  • 00:00:43
    a forma como você faz o seu próximo pedido Então, quem mais sofre com o efeito iFood??
  • 00:00:50
    E como os restaurantes estão lentamente  acabando com essa dependência?
  • 00:01:07
    O mercado de delivery no Brasil tem um  problema sério mascarado de benefício:
  • 00:01:11
    as promoções predatórias. Pra você consumidor é maravilhoso,
  • 00:01:15
    mas você sabe o que acontece com o restaurante? Olha esse exemplo aqui:
  • 00:01:18
    Abrir o ifood e dar um exemplo Por trás desses descontos absurdos, ofertas
  • 00:01:20
    maravilhosas e entrega grátis, existe um sistema  que sufoca pequenos restaurantes em todo o país.
  • 00:01:27
    E só um recado antes: esse vídeo aqui não é um  ataque ao iFood, mas sim ao que se tornou o modelo
  • 00:01:32
    de negócios dos marketplaces de comida no Brasil. Mas como o iFood domina o mercado nacional,
  • 00:01:38
    com mais de 80% de participação de  mercado, é inevitável ele não se tornar
  • 00:01:43
    o maior participante do problema. Pra colocar em números, em 2022,
  • 00:01:47
    o ecossistema da companhia movimentou  R$97 bilhões na economia brasileira,
  • 00:01:53
    impactando mais de meio por cento do PIB do país. Pro dono de um restaurante que quer vender pelo
  • 00:01:58
    app, o iFood funciona com dois planos principais:  o Plano Básico e o Plano Entrega. No Plano Básico,
  • 00:02:05
    ele cobra 12% de comissão sobre o valor total  dos pedidos e uma taxa de pagamento online de
  • 00:02:10
    3,2% quando o cliente paga pelo aplicativo.  Além disso, há uma mensalidade de R$130 para
  • 00:02:17
    restaurantes que faturarem mais de R$1800 por mês. Já o Plano Entrega oferece o serviço de entrega
  • 00:02:23
    pelo iFood e aumenta a comissão para 23% sobre  as vendas, mantendo a taxa de pagamento online
  • 00:02:29
    de 3,2% e a mensalidade de R$150 nas  mesmas condições. Para um restaurante
  • 00:02:36
    que fatura exatamente R$1800, o iFood chega a  custar 34,5% do faturamento. Esse percentual
  • 00:02:43
    é o suficiente para sufocar a margem de  lucro de qualquer restaurante que depende
  • 00:02:48
    exclusivamente do aplicativo para sobreviver. Esse modelo de cobrança torna o iFood uma
  • 00:02:53
    plataforma de alto custo para os restaurantes. É claro que o iFood tem suas vantagens — para
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    pequenos estabelecimentos sem ponto físico,  ele pode ser a única fonte de renda.
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    Mas para restaurantes que operam  tanto online quanto presencialmente,
  • 00:03:06
    essas taxas podem ser pesadas demais e acabam  criando uma dependência perigosa do aplicativo,
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    especialmente devido ao canibalismo do mercado. No mercado de aplicativos de entrega,
  • 00:03:18
    o canibalismo do mercado ocorre quando as  promoções online desviam clientes que normalmente
  • 00:03:23
    comprariam na loja física para o aplicativo.  Assim, o restaurante não ganha novos clientes,
  • 00:03:29
    apenas desloca as vendas de um canal para  outro. Isso pode reduzir o lucro total,
  • 00:03:33
    pois o restaurante paga taxas ao aplicativo e  perde vendas diretas, que seriam mais lucrativas.
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    Um exemplo claro de uma prática que  representa bem a natureza do iFood é o Loop.
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    Em 2019 o iFood lançou o Loop - seu próprio  "restaurante". Através desse serviço,
  • 00:03:50
    o aplicativo passou a oferecer refeições a R$4,99  na primeira compra e R$9,99 nas seguintes, sempre
  • 00:03:57
    com entrega grátis. Isso impactou diretamente  negócios menores, como o Bassa Bar. O restaurante,
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    que tinha pratos simples a R$14, se viu obrigado  a competir com esses preços impossíveis para não
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    perder visibilidade no aplicativo."Cinco reais é  o preço de um salgado. Como a gente vai competir
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    com isso? Como ter lucro e servir uma refeição  decente a R$10, sem taxa de entrega?", questiona
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    Alexandre Bassoli, do estabelecimento. Este não é um caso isolado, e o pior:
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    existe um truque por trás. Enquanto forçava seus  "parceiros" a competirem com preços predatórios,
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    o iFood operava o Loop fazendo acordos  diretos com restaurantes de comida por quilo,
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    encomendando grandes quantidades com  antecedência e pagando adiantado.
  • 00:04:41
    Isso criava preços impraticáveis  pra praticamente qualquer negócio,
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    exceto quando você é o dono de todo o ecossistema,  e não precisa lucrar nesse negócio específico.
  • 00:04:50
    Segundo a Associação Brasileira  de Bares e Restaurantes, Abrasel,
  • 00:04:54
    isso é uma espécie de dumping - uma prática  onde produtos são vendidos abaixo do custo
  • 00:04:59
    para eliminar a concorrência. A diferença é  que quem paga a conta não são as plataformas,
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    mas sim os restaurantes parceiros forçados  a se adequar a essa nova realidade.
  • 00:05:09
    A empresa lançou uma nota: “O iFood esclarece  que age de acordo com a legislação aplicável na
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    operação do Loop e em suas demais atividades e que  não compactua com qualquer tipo de prática ilegal.
  • 00:05:21
    O modelo de negócio desse serviço tem como  base a utilização da capacidade produtiva
  • 00:05:25
    ociosa de restaurantes e o agendamento de pedidos  combinado à logística de entrega eficiente, o que
  • 00:05:31
    resulta em refeições a preços mais acessíveis.” Desde então, pelo que eu entendi, o loop nem
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    existe mais. Mas foi uma jogada que deixou muitos  restaurantes com as calças na mão, ou melhor,
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    com o avental na mão, e mostra como o iFood age. E mesmo sem o Loop, o iFood continua dando
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    trabalho, e não só para os pequenos. Segundo matéria da BBC, um franqueado
  • 00:05:52
    de uma grande rede de fast-food contou que o  iFood vende milk shakes com 50% de desconto,
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    pagando o valor cheio ao restaurante,  mas afastando clientes da loja física.
  • 00:06:02
    A advogada Patrícia Peck alerta que essa guerra  de preços pode beneficiar consumidores no início,
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    mas levar ao canibalismo do mercado se persistir. Então os restaurantes enfrentam um dilema: ou
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    entram nas promoções agressivas e aceitam lucrar  quase nada, ou perdem espaço para concorrentes
  • 00:06:19
    com preços baixos. Para continuar vendendo,  acabam aceitando condições ruins. E quanto
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    mais dependem do aplicativo, mais ficam presos  nesse ciclo, trabalhando mais e ganhando menos.
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    Enquanto isso, as plataformas seguem lucrando com  as comissões, independente de desconto ou não.
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    E quando falamos de taxas abusivas, isso  não acontece só com os restaurantes. O
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    seu próprio banco pode estar tirando mais  dinheiro do seu bolso do que você imagina.
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    Quem nunca olhou a fatura do cartão e  percebeu cobranças inesperadas? Anuidade,
  • 00:06:51
    tarifas escondidas, juros absurdos…  Parece que quanto mais você usa,
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    mais o banco ganha – e menos você aproveita. Mas a Nomad resolveu mudar esse jogo.
  • 00:07:02
    Com o Nomad Explorer Visa Infinite, um  cartão premium sem anuidade e sem taxas
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    abusivas, feito para quem quer mais  controle sobre o próprio dinheiro.
  • 00:07:11
    Black Sem Anuidade: Um cartão de  alto nível sem mensalidades pesadas.
  • 00:07:15
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  • 00:07:32
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  • 00:07:37
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  • 00:07:43
    e ainda ganhe até 40 dólares de  cashback para usar como quiser.
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    Então, aparentemente quem ganha é o ifood e
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    o restaurante que se adapte  as promoções do aplicativo.
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    Mas no meio desse esquema todo, tem  uma parte que faz essa roda girar,
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    que não foi falado até agora, e que também  sofre muito com esse “modelo de negócios”.
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    Eles são chamados de parceiros, empreendedores  e até mesmo colaboradores. Mas a realidade dos
  • 00:08:19
    entregadores de aplicativo no Brasil está muito  longe desses títulos pomposos e elegantes.
  • 00:08:24
    O que a gente vê diariamente é um exército  de trabalhadores enfrentando uma rotina
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    de precarização, mascarada por um  discurso de autonomia e liberdade.
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    Por outro lado, muitos veem nos aplicativos  uma chance de renda rápida e flexível,
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    sem chefe e sem horário fixo. Para alguns,  é uma escolha. Para outros, a única opção.
  • 00:08:45
    De qualquer forma, os números são alarmantes. De  172 mil entregadores em 2019, o Brasil saltou para
  • 00:08:54
    645 mil durante a pandemia. Uma explosão que veio  acompanhada de uma queda dramática na remuneração:
  • 00:09:00
    onde antes se pagava seis vezes mais por  quilômetro rodado, hoje os valores despencaram,
  • 00:09:06
    enquanto a carga horária praticamente dobrou. Para entender como funciona o sistema, é preciso
  • 00:09:12
    conhecer as duas categorias de entregadores:  os ‘nuvem’ e os ‘operadores logísticos’, ou OL.
  • 00:09:19
    Os ‘nuvem’ representam 57% dos entregadores  e podem escolher quando ficar disponíveis,
  • 00:09:26
    mas tendem a trabalhar nos horários de pico  dos restaurantes para garantir mais entregas.
  • 00:09:31
    Já os OL, que são 43%, seguem escalas fixas  definidas pelo responsável pela operação
  • 00:09:38
    e precisam cumprir horários e jornadas  específicas. Como explica um entregador:
  • 00:09:44
    nuvem é autônomo, OL tem compromisso com  Ifood, esse sim tem que cumprir horário
  • 00:09:49
    e jornada de trabalho com dias trabalhados’. A jornada de trabalho ultrapassa os limites legais
  • 00:09:55
    estabelecidos pela CLT, que determina no máximo 44  horas semanais. Para os ‘nuvem’, a carga horária
  • 00:10:02
    pode chegar a 72 horas semanais, já que costumam  trabalhar 12 horas diárias, seis dias por semana,
  • 00:10:10
    para maximizar os pedidos. ‘A gente trabalha  das onze às onze, três turnos direto, almoço,
  • 00:10:16
    café e janta’, relata um dos entregadores. Já os OL seguem uma rotina de até 66 horas
  • 00:10:22
    semanais, divididas em três turnos diários  com 20 minutos de intervalo por turno.
  • 00:10:28
    Mas calma que fica pior. Segundo um artigo de Pamela de Oliveira,
  • 00:10:33
    dependendo da escala, o aplicativo faz o login  do trabalhador automaticamente no início do
  • 00:10:38
    turno e o desconecta no final, impedindo-o de  ficar off-line durante o turno. Caso não esteja
  • 00:10:44
    acessível durante o horário, é considerado “uma  falta”. O mesmo acontece se o telefone estiver
  • 00:10:50
    desligado no início do turno. “...a hora que  eles precisarem, tem que estar disponível...”,
  • 00:10:55
    “...obrigado a ficar disponível naquele turno...” Esse sistema mais parece o que é chamado em inglês
  • 00:11:01
    de chain gang, onde prisioneiros ficavam  acorrentados a bolas de chumbo abrindo
  • 00:11:06
    valas. A diferença é que o entregador é uma  pessoa honesta que só quer ganhar a vida.
  • 00:11:11
    O controle sobre os entregadores é feito  por algoritmos que rastreiam e avaliam
  • 00:11:14
    constantemente o desempenho, influenciando  quem recebe mais pedidos. Para os OL,
  • 00:11:20
    isso significa cumprir escalas rígidas e estar  sempre disponível nos horários programados.
  • 00:11:25
    Já os ‘nuvem’ precisam manter uma boa  avaliação para ter prioridade nas entregas.
  • 00:11:30
    No fim, a promessa de autonomia é limitada pela  necessidade de seguir as regras do algoritmo,
  • 00:11:35
    e isso significa ter que ficar online por longos  períodos para garantir uma renda suficiente.
  • 00:11:41
    O mais preocupante é que essa precarização atinge  especialmente os mais vulneráveis. A pesquisa
  • 00:11:47
    revela que a maioria dos entregadores entrou  nesse trabalho por causa do desemprego. "Começou
  • 00:11:52
    a pandemia e fui demitido, foi a única forma que  achei de ganhar dinheiro", relata um entregador.
  • 00:11:59
    É o retrato de uma categoria que  carrega nas costas o peso de um
  • 00:12:03
    modelo de negócio que transfere todos  os riscos e custos para o mais frágil.
  • 00:12:08
    Enquanto as plataformas maximizam seus lucros,  são os entregadores que arcam com tudo:
  • 00:12:13
    a moto, a bicicleta, o combustível, as  manutenções e, claro, sua própria saúde.
  • 00:12:18
    O iFood busca lucro, e isso é normal. O problema  é que, sem concorrência, ele dita todas as regras.
  • 00:12:25
    Os entregadores não têm escolha: ou  aceitam as condições do algoritmo ou
  • 00:12:29
    ficam sem trabalho. No fim, a estratégia  é simples: atrair, dominar e espremer.
  • 00:12:35
    A promessa de independência para os entregadores  se transforma em uma forma de exploração moderna,
  • 00:12:40
    onde o trabalhador assume todos os  riscos sem nenhuma garantia em troca.
  • 00:12:45
    E eu não quero aqui nem discutir sobre  regulamentação, se a CLT é justa ou não,
  • 00:12:50
    e sobre o “Se não está bom pra você, vá fazer  outra coisa”, porque acaba se tornando um assunto
  • 00:12:55
    bem politizado, e a solução não é tão simples. Mas tenho certeza que precisa melhorar.
  • 00:13:02
    E eu vou ser sincero. Eu não uso o  iFood e nenhum outro aplicativo de
  • 00:13:06
    entrega. Para mim, não faz sentido colocar  um intermediário quando posso falar direto
  • 00:13:11
    com o restaurante e apoiar o negócio local. Além disso, esse modelo não é justo para o
  • 00:13:16
    restaurante, que acaba pagando uma comissão bem  alta. Quando eu trabalhei em restaurante percebi
  • 00:13:21
    que não era vantajoso para o estabelecimento,  mas entendo que tem muitos pontos positivos para
  • 00:13:26
    o cliente que está na outra ponta, como descobrir  novos restaurantes e a facilidade de pagamento sem
  • 00:13:32
    criar cadastro toda vez que for fazer um pedido. Mas pra mim é muito mais vantajoso pagar menos
  • 00:13:38
    acessando o aplicativo dedicado de um determinado  restaurante, ou pedir pelo whatsapp mesmo,
  • 00:13:43
    do que esperar descontos malucos do iFood sabendo  que alguém tá perdendo dinheiro naquela transação.
  • 00:13:49
    Mas e os restaurantes, Será que eles vão  continuar reféns dessas comissões abusivas?
  • 00:13:55
    E o que eles podem fazer pra  não depender desse sistema?
  • 00:14:05
    O modelo de negócio dos aplicativos de entrega  criou um ecossistema que parece funcionar para
  • 00:14:10
    todos – clientes que adoram promoções e acionistas  que lucram com cada pedido. Mas, no meio disso,
  • 00:14:16
    estão restaurantes e entregadores,  que arcam com altos custos e riscos
  • 00:14:21
    sem controle sobre o valor do seu trabalho. Apesar de alguns restaurantes conseguirem
  • 00:14:26
    margens altas e fazerem o modelo funcionar, a  maioria acaba presa em um ciclo de promoções
  • 00:14:32
    predatórias e comissões sufocantes. Mas uma tendência começa a ganhar força:
  • 00:14:37
    os aplicativos próprios. “O número de  pedidos feitos diretamente nos restaurantes,
  • 00:14:42
    através de site e aplicativo próprios, telefone  ou WhatsApp, aumentou 11% no primeiro trimestre
  • 00:14:49
    de 2024 comparado ao mesmo período de 2023”. Os resultados são interessantes.
  • 00:14:56
    A La Guapa, rede de empanadas artesanais,  criou seu aplicativo próprio em 2021,
  • 00:15:01
    e as vendas nesse canal, que representavam  4% quando começou, atualmente chegam a 20%
  • 00:15:07
    da receita do negócio. "O aplicativo é uma grande  ferramenta de relacionamento que permite conhecer
  • 00:15:13
    CPF por CPF, entender o consumo de cada cliente  e poder inovar em cima disso", explica Benny
  • 00:15:19
    Goldenberg, um dos administradores. A economia é igualmente boa para os
  • 00:15:24
    estabelecimentos e para os clientes. Sem as  taxas dos intermediários, os pratos chegam
  • 00:15:29
    a custar 20% menos nos canais próprios dos  restaurantes. Como explica Paulo Solmucci,
  • 00:15:35
    presidente da Abrasel: "Essa estratégia  deixa o mercado mais interessante,
  • 00:15:39
    porque o restaurante tem mais facilidade na  oferta, entregando um produto bom e mais barato".
  • 00:15:45
    É importante destacar que os restaurantes  não precisam desenvolver um aplicativo
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    próprio, eles podem simplesmente  contratar um serviço white label.
  • 00:15:54
    Nesse tipo de aplicativo próprio, o  estabelecimento paga uma assinatura mensal
  • 00:15:57
    para ter um app próprio de delivery, mas sem as  comissões salgadas dos agregadores como o iFood,
  • 00:16:03
    além de poder personalizar com sua marca própria Só que a grande vantagem do iFood é oferecer um
  • 00:16:09
    ecossistema completo: ele traz visibilidade,  conecta o cliente ao cardápio, processa o
  • 00:16:14
    pagamento e ainda encontra o entregador, tudo  integrado. O restaurante só precisa cozinhar.
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    Claro, essa comodidade tem um preço alto. Já com o aplicativo próprio, o custo inicial
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    é maior, e o desafio não é só entregar, mas  fazer com que as pessoas conheçam e usem o app,
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    o que pode significar investimentos em marketing. Para negócios que estão começando, o iFood
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    ainda pode ser um bom ponto de partida  para construir uma base de clientes.
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    Mas pro restaurante já estabelecido, ter seu  próprio ecossistema não só é mais lucrativo,
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    mas te coloca no controle do negócio. Mas pra  isso, ele precisa ter um sistema próprio de
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    pedidos, de entrega e atração de clientes. Alex Pinto, diretor de marketing da IMC,
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    dona do KFC e Pizza Hut, alerta: "É preciso  ter um conjunto de capacidades [como logística,
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    suporte e qualidade] que custam  caro e tomam tempo até amadurecer".
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    Não basta só criar um aplicativo - é  necessário todo um ecossistema para
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    garantir uma boa experiência ao cliente. O mercado entende que os canais próprios
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    não vão substituir completamente os agregadores  como iFood e Rappi, que seguem sendo a principal
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    escolha do consumidor para pedidos online. O  diretor do Rappi Brasil, Felipe Criniti, argumenta
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    que "a penetração do delivery no Brasil ainda é  baixa e há espaço para o canal crescer no país".
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    Mas, segundo Aquiles Hasegawa, especialista  entrevistado no ConsumerCast, existe um caminho
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    estratégico para lidar com essa dependência  dos marketplaces e trazer esse cliente pro
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    seu aplicativo próprio. Ele explica: “Eu trabalho muito com Marketplace para
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    captação. Acho que é uma realidade que  você não consegue mudar, principalmente
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    porque temos um player muito forte hoje  que domina quase todo o mercado. Então,
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    você tem que correr junto com esse cara  para captar o seu cliente. Depois disso,
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    a gente traz para o nosso aplicativo  próprio para estabilizar o custo.”
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    Aquiles detalha o impacto financeiro  dos marketplaces e a importância de
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    direcionar clientes para o canal próprio: “Se você pegar hoje um percentual de
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    Marketplace de 12%, você coloca isso  na ponta do lápis: faturou R$10.000,
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    são R$1.200 que você está gastando com o  Marketplace. Se você tiver a logística deles,
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    aí vai para 30%. A cada R$10.000 que você  vende, você passa 30% para o Marketplace. Então,
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    o caminho é esse: capta no Marketplace, transfere  para o seu canal próprio e fideliza o cliente lá.”
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    Essa abordagem mistura o uso estratégico dos  marketplaces com o desenvolvimento de canais
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    próprios. Aquiles destaca que o segredo está  em captar o cliente nos grandes aplicativos e,
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    em seguida, direcioná-lo para  o canal direto do restaurante,
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    onde o custo é menor e o lucro, maior. Aqui em Novo Hamburgo tem uma lancheria
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    que faz exatamente isso. Eles colam na  parte de dentro da embalagem um adesivo
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    que diz para o cliente pedir pelo aplicativo  deles numa próxima, pois isso gera desconto.
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    O futuro desse mercado está, portanto, numa  possível estratégia híbrida. Os aplicativos,
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    com suas taxinhas e promoções que esvaziam os  bolsos dos restaurantes, ainda ajudam a atrair
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    clientes que adoram um desconto. Mas é nos canais  próprios que os donos de restaurante realmente
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    ganham dinheiro e criam clientes fiéis. Quem  souber equilibrar os dois lados vai se dar bem.
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    E o que você acha desse assunto? Você usa Ifood  ou é como eu que bato um papo com o atendente
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    da lanchonete pelo telefone? Comenta aqui abaixo  e não deixa de me dizer o que achou desse vídeo.
  • 00:19:51
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  • 00:19:57
    Code aqui na tela ou clicar no primeiro link da  descrição. Abra sua conta sem taxa de abertura,
  • 00:20:02
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  • 00:20:09
    E pra entender se aqui no Brasil a fiscalização de  trânsito existe só para arrecadar dinheiro ou se
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    na verdade, é o brasileiro que é muito imprudente  e se a “indústria da multa” realmente existe,
  • 00:20:20
    confere esse vídeo aqui que tá na tela.  Então aperta nele aí que eu te vejo lá
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    em alguns segundos. Por esse vídeo  é isso, um grande abraço e até mais.
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