Luciano Subirá - O JEJUM | FD#67

00:30:16
https://www.youtube.com/watch?v=xR2pe9hvdoU

Summary

TLDRNesta aula, discute-se o jejum como prática espiritual fundamental na vida cristã, mostrando sua base bíblica e a instrução de Jesus sobre o tema. O palestrante menciona Lucas 5:33-38 para contextualizar a importância do jejum no Novo Testamento e destaca que, apesar de não haver regras rígidas sobre como e quando jejuar, a prática deve ser guiada pelo Espírito Santo. O jejum é visto como uma forma de mortificação do velho homem e renovação do espírito, não apenas um ritual da antiga aliança. Os benefícios do jejum incluem um maior domínio próprio e mudanças espirituais significativas. A aula incentiva a adoção do jejum como uma disciplina regular na vida de fé.

Takeaways

  • 📖 O jejum é uma prática espiritual importante na vida cristã.
  • 🕊️ Jesus espera que Seus discípulos pratiquem o jejum.
  • 💡 Não existem regras rígidas sobre como jejuar.
  • 🔄 O jejum deve ser uma ferramenta para a mortificação da carne.
  • 🌱 O jejum promove renovação espiritual e domínio próprio.
  • 📅 É importante desenvolver uma cultura de jejum regular.
  • 🍞 Jejum não significa necessariamente a abstinência total de alimentos.
  • 🧠 O jejum pode mudar nossa perspectiva e desejos.
  • 🤝 A prática do jejum deve ser guiada pelo Espírito Santo.
  • ✅ O jejum é uma expectativa, não uma opção na vida cristã.

Timeline

  • 00:00:00 - 00:05:00

    A aula aborda o jejum como uma prática cristã essencial e uma doutrina bíblica. O autor recomenda seu livro e curso sobre o tema, além de citar Lucas 5:33-38 para destacar a diferença entre o jejum na tradição de João e dos fariseus e a perspectiva de Jesus sobre o jejum por parte de seus discípulos. Jesus explica que a prática do jejum deve ocorrer principalmente quando Ele estiver ausente, referindo-se ao tempo entre sua ascensão e retorno.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    O autor enfatiza que o jejum não é uma prática exclusiva do Antigo Testamento, pois Jesus nunca indicou que ele deveria ser abandonado. Em Mateus 6:16, Jesus afirma: “quando jejuardes”, reforçando que a prática deveria ser esperada. O autor discute a importância da obediência ao ensinamento de Jesus e critica a ideia de que o jejum é apenas uma questão cultural antiga.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    Segundo o autor, alguns acreditam que a ausência de referências ao jejum nas epístolas nega a sua importância, mas discorda dessa noção. Ele salienta que o silêncio não invalida os ensinamentos de Jesus, e que os apóstolos deveriam validar as palavras de Cristo em seus escritos. Paulo menciona o jejum em suas cartas, provando que ele também praticava e ensinava essa prática aos cristãos.

  • 00:15:00 - 00:20:00

    A prática do jejum é apresentada não como uma forma de barganhar com Deus, mas como um meio de transformação pessoal. O autor relata uma pesquisa que mostra a baixa frequência do jejum entre os cristãos e critica a mentalidade de mero sacrifício. Ele destaca que resultados do jejum não são uma recompensa, mas uma expressão da graça de Deus.

  • 00:20:00 - 00:25:00

    Jesus utiliza a alegoria da roupa nova e odres para ensinar que o novo de Deus deve ser adotado em nossa vida, e não remendado. O jejum é uma forma eficaz de exercer domínio próprio e preparar o crente para a nova vida que Deus oferece, através da mortificação da carne e da renovação da mente. O autor discute como o jejum impacta nossa reflexão e foco na vida espiritual.

  • 00:25:00 - 00:30:16

    Por fim, a prática do jejum é discutida em termos de suas várias interpretações, e o autor descarta a ideia de regras rígidas. Em vez disso, ele sugere que é preciso buscar a orientação do Espírito Santo. O jejum pode ser parcial, normal ou total; e a frequência e a duração devem ser guiadas pelo relacionamento pessoal com Deus. A ênfase final é na importância do jejum como parte da vida cristã atual.

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Video Q&A

  • O que é jejum na perspectiva bíblica?

    Jejum é a prática de abster-se de alimentos e, muitas vezes, de outras coisas, com o objetivo de se concentrar em Deus e na espiritualidade.

  • Qual é a principal passagem bíblica que aborda o jejum?

    Lucas 5:33-38 é apresentada como uma das principais passagens que discute o jejum a partir do contexto da prática de Jesus e Seus discípulos.

  • O jejum é uma prática do Antigo Testamento?

    Sim, mas Jesus ressaltou que o jejum é também para o tempo presente, não sendo exclusivo da antiga aliança.

  • Quais são os benefícios do jejum?

    O jejum promove domínio próprio, facilita a mortificação da carne e a renovação da mente, além de fortalecer a vida espiritual.

  • Existem regras para o jejum?

    Não há regras rígidas sobre jejum; os indivíduos têm liberdade para escolher a maneira e o tipo de jejum, guiados pelo Espírito Santo.

  • Qual é a diferença entre jejum e fome?

    Jejum é a escolha consciente de não comer por motivos espirituais, enquanto a fome é a falta de alimentos por necessidade.

  • O jejum é uma prática recomendada para todos os cristãos?

    Sim, o jejum é uma prática esperada e recomendada, embora deva ser realizada de forma regular e intencional.

  • Como Jesus se referiu ao jejum?

    Jesus disse 'quando jejuardes', não 'se jejuardes', indicando que o jejum é uma expectativa.

  • Quais tipos de jejum existem?

    Existem jejuns parciais, normais (apenas água), e totais (sem comida e bebida), entre outros.

  • Como iniciar a prática do jejum?

    É recomendado começar gradualmente, aumentando a duração e a complexidade do jejum à medida que se ganha experiência.

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  • 00:00:00
    Bom, nessa aula eu quero falar a respeito do jejum.
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    O jejum, além de uma prática dos cristãos
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    ao longo dos séculos antes disso, dos santos no Antigo Testamento,
  • 00:00:10
    ele é um assunto que indiscutivelmente tem que ser tratado
  • 00:00:14
    como uma doutrina bíblica.
  • 00:00:15
    E nesses fundamentos doutrinários não podemos deixá-lo de fora.
  • 00:00:19
    É lógico que a ideia aqui é trazer uma resenha, uma visão resumida.
  • 00:00:24
    Eu escrevi um livro inteiro a respeito do assunto intitulado A cultura do Jejum.
  • 00:00:29
    Recomendo não só a sua aquisição, sua leitura, seu estudo.
  • 00:00:33
    Também gravei um curso com várias aulas.
  • 00:00:35
    Está disponível na nossa plataforma, na nossa escola da Orvalho.
  • 00:00:40
    Mas aqui a ideia é trazer aquilo que é essencial, que é básico,
  • 00:00:43
    que é fundamental.
  • 00:00:44
    Então, dito isso, eu quero começar lendo Lucas, capítulo cinco,
  • 00:00:48
    a partir do verso 33 até o 38, que na minha opinião é o texto
  • 00:00:53
    do Novo Testamento que talvez mais reúna informações a respeito do assunto jejum.
  • 00:00:58
    Diz assim: "Então eles disseram a Jesus:
  • 00:01:01
    Os discípulos de João frequentemente jejuam e fazem orações,
  • 00:01:05
    e os discípulos dos fariseus faziam o mesmo;
  • 00:01:07
    mas os seus discípulos comem e bebem.
  • 00:01:10
    Jesus, porém, lhes disse: Será que vocês podem fazer
  • 00:01:13
    com que os convidados para o casamento jejuem enquanto o noivo está com eles?
  • 00:01:17
    No entanto, virão dias em que o noivo lhes será tirado,
  • 00:01:20
    e então, naqueles dias, eles vão jejuar.
  • 00:01:23
    Também lhes contou uma parábola:
  • 00:01:25
    Ninguém tira um pedaço de uma roupa nova para colocar sobre roupa velha;
  • 00:01:29
    pois, se o fizer, rasgará a roupa nova, e, além disso,
  • 00:01:33
    o remendo da roupa nova não combinará com a roupa velha.
  • 00:01:37
    E ninguém põe vinho novo em odres velhos, porque, se fizer isso,
  • 00:01:41
    o vinho novo romperá os odres, o vinho se derramará, e os odres se estragarão.
  • 00:01:45
    Pelo contrário, o vinho novo deve ser posto em odres novos."
  • 00:01:50
    Então quero tomar esse texto como ponto de partida, porque um grupo
  • 00:01:55
    de pessoas e os outros evangelhos apontam que teriam sido discípulos de João,
  • 00:01:59
    abordam Jesus com comentários
  • 00:02:02
    sobre o comportamento dos seus discípulos e, obviamente, o comentário
  • 00:02:06
    não era um elogio, era um confronto. Naquela cultura,
  • 00:02:10
    confrontar o comportamento de um discípulo já era meio que atacar o mestre,
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    fazê-lo diretamente, nem se fala.
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    Imagine hoje em dia alguém chegando para um pai
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    e uma mãe, ou ambos dizendo: "Olha, os filho de fulano são uma benção.
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    Os filhos de beltrano se comportam bem, os de ciclano conhecem limites, mas os seus ..."
  • 00:02:27
    É evidente que naquele momento
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    eles não estariam apenas atacando o comportamento dos filhos,
  • 00:02:32
    mas responsabilizando os pais pelo comportamento dos filhos.
  • 00:02:36
    Então, a queixa era: enquanto os discípulos de João Batista frequentemente jejuam e
  • 00:02:40
    e fazem oração. Não era apenas jejuar ocasionalmente, era fazer com frequência.
  • 00:02:46
    Os fariseus são mencionados também,
  • 00:02:48
    e nós sabemos que eles jejuavam duas vezes por semana.
  • 00:02:51
    Em Lucas 18.12
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    Jesus menciona um fariseu que sobe ao templo para orar e se orgulha de
  • 00:02:56
    jejuar duas vezes na semana, mas aquilo não era exclusividade dele,
  • 00:02:59
    a tradição diz que ele jejuavam às segundas e às quintas.
  • 00:03:02
    Era uma prática regular. Inclusive a Didaquê, o mais antigo
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    documento escrito,
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    vamos dizer um catecismo de orientação aos novos cristãos, encontrado
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    e conhecido o mais antigo que data ali do do primeiro século,
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    mostra que os cristãos eram orientados a jejuar nas quartas e sextas feiras
  • 00:03:23
    para que o jejum deles não coincidisse com o dos hipócritas dos fariseus,
  • 00:03:27
    evitando assim que as pessoas julgassem que eles fossem de um outro grupo.
  • 00:03:33
    Mas o que percebemos com esse comentário é que Jesus não responde apenas: "Olha,
  • 00:03:39
    o que vocês estão falando sobre meus discípulos comer e beber é mentira."
  • 00:03:42
    Jesus diz: "É fato que nesse momento eles não estão jejuando."
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    Mas Jesus não vai discutir apenas o quê, que é o assunto jejum,
  • 00:03:50
    como ele vai responder também o quando. Ele diz:
  • 00:03:53
    "Quando o noivo for tirado, eles vão jejuar."
  • 00:03:56
    Então Jesus diz que o jejum seria parte
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    da vida, da conduta, do comportamento dos seus discípulos.
  • 00:04:02
    Não só aqueles 12 escolhidos para andar e caminhar com Ele, todos os demais.
  • 00:04:07
    A Bíblia menciona
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    um outro grupo de 70 discípulos que também era enviado por Jesus
  • 00:04:12
    e o que ele está falando se estende a todos os seus discípulos.
  • 00:04:15
    E Jesus não apenas vai além do quê para dizer o quanto, como Ele também vai
  • 00:04:20
    sinalizar, pelo menos nas entrelinhas e por meio de uma alegoria que ele conta,
  • 00:04:25
    o que nós podemos classificar como porque jejuar.
  • 00:04:28
    Então, é evidente que o jejum não é uma prática só do Antigo Testamento.
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    Jesus não praticou o jejum apenas na condição
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    de um judeu debaixo da lei do Antigo Testamento.
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    Quando o Senhor Jesus responde e Ele diz "quando o noivo
  • 00:04:43
    for tirado" em todas as suas parábolas, em todos os evangelhos, sempre
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    que Jesus fez a alegoria ao Noivo, ele fazia uma referência a si mesmo.
  • 00:04:51
    Então Jesus diz: "Quando eu for tirado",
  • 00:04:53
    Ele não está falando de três dias de ausência entre morte e ressurreição,
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    está falando do momento em que Ele fosse elevado ao céus,
  • 00:04:59
    todo o período da sua ausência até o seu glorioso retorno,
  • 00:05:02
    Ele diz: "Eles vão jejuar."
  • 00:05:04
    Então, é evidente que o jejum é para o nosso tempo.
  • 00:05:08
    Eu vejo muitas pessoas hoje em dia tentando dizer que isso é uma prática
  • 00:05:12
    da antiga aliança que isso é para quem está debaixo da lei,
  • 00:05:15
    isso é para quem não entendeu a graça e essas afirmações
  • 00:05:19
    a gente tem que simplesmente adjetivá-las como uma grande bobagem.
  • 00:05:23
    Em Mateus, no capítulo seis, no verso 16, Jesus disse:
  • 00:05:26
    "quando jejuardes", ele nunca disse "se jejuardes".
  • 00:05:29
    Ele não tratou o jejum como opção.
  • 00:05:32
    E aqui eu vou fazer uso das palavras de John Wesley em seus sermões,
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    comentando o Sermão do Monte, inclusive a orientação de Jesus,
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    ele diz: "Ninguém orienta como fazer alguma coisa
  • 00:05:42
    sem esperar que o orientado faça aquilo que está sendo orientado a fazer."
  • 00:05:46
    Jesus não nos orientaria como jejuar se Ele não esperasse que nós jejuássemos.
  • 00:05:52
    É fato de que no Novo Testamento, diferente do Antigo,
  • 00:05:55
    você não tem o imperativo "jejuai" não tem uma ordem, como no Antigo Testamento
  • 00:06:00
    a gente tinha o jejum do Dia da Expiação uma vez ao ano.
  • 00:06:04
    Mas para nós que reconhecemos Jesus como Senhor,
  • 00:06:07
    e entendemos o que é viver para agradá-lo,
  • 00:06:10
    se nós temos a mera sinalização de um desejo,
  • 00:06:13
    isso para nós deveria ter o mesmo peso que um mandamento.
  • 00:06:16
    Quando Davi sinaliza um anseio por beber as águas de Belém,
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    alguns de seus valentes saem, enfrentam o exército
  • 00:06:23
    inimigo, põem suas vidas em risco porque queriam agradá-lo.
  • 00:06:26
    E nós percebemos Jesus sinalizando a expectativa
  • 00:06:30
    e a gente diz: "Não. Não importa o que Ele espere ou o que Ele nos orientou
  • 00:06:35
    E a gente simplesmente não está afim de fazer."
  • 00:06:37
    Não, nós estamos falando de doutrina bíblica e muitas pessoas questionam o fato
  • 00:06:42
    do jejum ser para hoje, porque dizem: "Não,
  • 00:06:44
    Jesus até falou sobre isso, mas as epístolas não falam nada."
  • 00:06:48
    E muitos já me perguntaram isso: "E o silêncio das epístolas?"
  • 00:06:52
    Eu normalmente tento dizer para alguma dessas pessoas: "Ei,
  • 00:06:54
    vocês estão dizendo que os apóstolos tinham que validar o que Jesus falou
  • 00:06:58
    para que o que Ele falou tivesse peso?"
  • 00:06:59
    Eu falo para eles: "Vocês estão confundindo as coisas.
  • 00:07:02
    Os apóstolos é que precisavam da validação de Jesus e não o contrário."
  • 00:07:06
    Então é por isso que, depois de ressuscitado, durante 40 dias,
  • 00:07:09
    Jesus aparece aos seus discípulos e fica instruindo eles
  • 00:07:12
    a respeito do Reino de Deus.
  • 00:07:13
    Ele estava calibrando a mensagem.
  • 00:07:15
    Paulo, que não estava entre eles, e surge depois
  • 00:07:18
    e diz: "Eu sou um abortivo, nascido fora do tempo",
  • 00:07:21
    mas ele diz: "Eu vos entreguei o que também recebi.
  • 00:07:24
    O Senhor Jesus na noite em que foi traído ...",
  • 00:07:26
    ele começa a ensinar aquilo que ele recebeu do próprio Senhor.
  • 00:07:30
    Então, em primeiro lugar, não há silêncio das epístolas.
  • 00:07:33
    Se houvesse, não muda a declaração de Jesus.
  • 00:07:36
    Jesus, por exemplo, foi taxativo sobre pregar o evangelho de uma maneira
  • 00:07:39
    como as epístolas não foram,
  • 00:07:41
    e nenhum de nós deixa de pregar o evangelho,
  • 00:07:43
    porque não há uma ordem clara nas epístolas para isso.
  • 00:07:46
    Nós simplesmente entendemos que o Senhor Jesus comunicou o evangelho,
  • 00:07:50
    trouxe ilustração e entendimento sobre o Reino de Deus
  • 00:07:54
    e algumas questões envolvendo sua morte e sua ressurreição,
  • 00:07:57
    alguns aspectos do que seria vivido depois
  • 00:08:00
    Ele falou: "Olha, tem questões que o Espírito Santo vai orientá-los,
  • 00:08:04
    vai dirigi-los e que ainda não foram com clareza,
  • 00:08:07
    pelo menos podemos dizer assim, comunicadas."
  • 00:08:09
    Então nós sabemos que há explicações daquilo que ele fez na morte
  • 00:08:13
    e ressurreição que seriam dadas nas epístolas,
  • 00:08:15
    mas não há nada que invalide o que Jesus falou antes,
  • 00:08:20
    e nem que justifica uma suposta ideia de que isso tinha de ser autenticado.
  • 00:08:25
    Então, dito isso,
  • 00:08:26
    nós também não podemos dizer que as epístolas fazem total silêncio.
  • 00:08:30
    Em segundo aos Coríntios 6.5, Paulo
  • 00:08:31
    menciona "nos jejuns", falando no plural da prática da sua vida.
  • 00:08:35
    Já vi gente tentar dizer: "Não,
  • 00:08:37
    ele está falando de jejum forçado quando passou fome."
  • 00:08:39
    Eu digo: Negativo.
  • 00:08:41
    A Bíblia faz uma distinção entre uma coisa e outra.
  • 00:08:43
    Em segundo aos Coríntios 11, verso 27, falando de momentos difíceis,
  • 00:08:47
    Paulo diz assim: "em fome e sede".
  • 00:08:51
    Mas depois ele também diz: "em jejuns muitas vezes".
  • 00:08:53
    Fome é não comer por falta de ter o que comer.
  • 00:08:57
    Jejum é não comer por escolha, é auto privação.
  • 00:09:00
    E nós precisamos entender que até o corpo reage de forma diferente.
  • 00:09:04
    Estava conversando com um médico outro dia eu falei: "Por
  • 00:09:06
    que alguns da área médica nutricional ainda são contra o jejum?"
  • 00:09:10
    Ele falou: "Porque eles confundem pesquisa de jejum com fome."
  • 00:09:13
    Quando ele falou isso, olhei para ele, falei: "Não é a mesma coisa?" Ele falou:
  • 00:09:15
    "De jeito nenhum."
  • 00:09:16
    Falou: "Fome você não come porque não tem o que comer. Jejum
  • 00:09:20
    não come porque não quer."
  • 00:09:21
    Falei: "Mas, tecnicamente, nos dois não fica sem comer?"
  • 00:09:23
    Ele falou: "Luciano,
  • 00:09:24
    a fome, não comer por não ter o que comer, envolve um fator de estresse.
  • 00:09:28
    Toda resposta hormonal do corpo é diferente."
  • 00:09:32
    E ele falou: "Você tem visto nos seus jejuns prolongados,
  • 00:09:35
    a gente tem acompanhado isso com estudos detalhados, o quanto ele te faz bem."
  • 00:09:41
    E ele falou: "E nós estamos mapeando e documentando isso em vários jejuns."
  • 00:09:45
    Então ele falou: "Se não fizer a distinção, a gente, de fato, vai confundir."
  • 00:09:49
    Agora, o mesmo apóstolo que mencionou jejuns no plural, jejuava.
  • 00:09:53
    Atos 9.9 fala dele jejuando três dias na sua conversão.
  • 00:09:57
    Atos 13.2 fala de Paulo, presente num grupo
  • 00:10:00
    na igreja de Antioquia, que tirou tempo para ministrar ao Senhor e jejuar.
  • 00:10:04
    Atos capítulo 14,
  • 00:10:05
    a partir ali, do verso 21 e 22, nós vemos eles voltando a visitar as cidades
  • 00:10:11
    onde estabeleceram igrejas, e no verso 23 que eles estabeleciam,
  • 00:10:15
    os presbíteros, os líderes dessas novas igrejas
  • 00:10:18
    entre os gentios, diga-se de passagem, com gentios convertidos,
  • 00:10:21
    não estamos falando de gente que fazia isso porque era o judeu
  • 00:10:24
    baseado na lei do Antigo Testamento, então eles já tinham uma prática de jejuar.
  • 00:10:29
    Segundo, o apóstolo Paulo diz: "Sejam meus imitadores, como eu sou de Cristo."
  • 00:10:33
    Jesus jejuou, Paulo jejuou, pediu para que nós o imitássemos
  • 00:10:36
    como ele imita Cristo,
  • 00:10:38
    nunca estabeleceu uma restrição
  • 00:10:39
    "Olha, o que eu estou falando de me imitar como imito Cristo é em tudo, menos no jejum"
  • 00:10:43
    e nós vamos tentar inventar um suposto silêncio que anule as palavras de Jesus?
  • 00:10:48
    Esse é o tipo de conversa que não dá para engolir.
  • 00:10:52
    Agora, o que Jesus não foi claro
  • 00:10:54
    é o que alguns estão procurando ser
  • 00:10:57
    as regras ou as determinações sobre a maneira de fazê-lo.
  • 00:11:02
    Jesus não foi claro sobre periodicidade, sobre a duração do jejum,
  • 00:11:06
    sobre os tipo de jejum, e eu vou falar sobre isso daqui a pouco
  • 00:11:09
    quando, no terceiro aspecto, eu discutir aqui a prática do jejum.
  • 00:11:13
    Em segundo lugar, eu quero questionar
  • 00:11:16
    aqui com você: quais os efeitos do jejum? Algo que eu aprendi já
  • 00:11:21
    na minha adolescência é que o jejum não muda Deus, o jejum muda a gente.
  • 00:11:26
    E quando falamos de mudar a gente, é porque ele mexe na nossa estrutura
  • 00:11:30
    mas algo que nós precisamos entender é o que jejum não é. Ele não é uma espécie de barganha.
  • 00:11:34
    Ele não é uma moeda de troca. Ele não é um ato meritório
  • 00:11:38
    dos poucos crentes que jejuam porque a maioria já não jejua.
  • 00:11:42
    Há um ano e meio atrás, antes de gravar esse vídeo,
  • 00:11:46
    eu fiz uma enquete e cerca de 26.000 pessoas responderam isso nas redes sociais.
  • 00:11:51
    Eu estava perguntando: Quem já fez pelo menos um dia de jejum, as 24 horas na vida?
  • 00:11:56
    Não estava nem perguntando quem jejua com frequência, com regularidade.
  • 00:11:59
    Só queria, assim, "medir a febre".
  • 00:12:01
    Alguém que já fez pelo menos isso uma vez pode se posicionar? E quase 60%
  • 00:12:06
    respondeu nunca ter feito um jejum de 24 horas na vida.
  • 00:12:10
    Depois fiz uma segunda pergunta:
  • 00:12:12
    Quantos já jejuaram de 3 a 7 dias? Não disse que tinha que ser ininterrupto,
  • 00:12:16
    não falei que tinha que ser só na água, só perguntei. 86% sinalizaram
  • 00:12:21
    nunca ter tido uma experiência com jejum que já dá para entrar
  • 00:12:25
    na classificação de prolongada de 3 a 7 dias.
  • 00:12:28
    Isso nos mostra que já há uma grande negligência.
  • 00:12:31
    Dos poucos que jejuam, muitos fazem com a mentalidade errada.
  • 00:12:34
    Então se ouve gente
  • 00:12:35
    dizendo: "Não, tem que pagar o preço, tem que fazer sacrifício",
  • 00:12:39
    quase como se fosse assim: "Puxa, eu conquisto algo."
  • 00:12:43
    Não nego que o jejum tem resultados e pode nos levar à recompensa.
  • 00:12:48
    Jesus mesmo falou sobre esmola, falou sobre oração
  • 00:12:50
    e nós sabemos que Deus responde orações, então tem recompensa
  • 00:12:54
    e Ele falou sobre o Pai que vê em secreto nos recompensar.
  • 00:12:56
    Então o jejum tem resultados?
  • 00:12:58
    Tem, mas nós vamos entender que não tem a ver com ato de mérito.
  • 00:13:01
    Tudo o que Deus faz na nossa vida
  • 00:13:03
    é uma expressão da graça que se recebe por meio da fé.
  • 00:13:06
    Então, algo que nós precisamos entender é que não importa se estamos falando aqui
  • 00:13:10
    de Lucas 5.33 a 38, o texto que eu li, ou se nós fomos lá em Mateus 9
  • 00:13:15
    dos versos 14 a 17, ou Marcos 2, de 18 a 22, os três chamados Evangelhos
  • 00:13:21
    sinóticos, que apresentam uma declaração muito semelhante na sua estrutura,
  • 00:13:25
    cronologia dos ensinos, milagres e da vida de Jesus.
  • 00:13:29
    Em todos os três Evangelhos,
  • 00:13:32
    nós vemos que, na sequência dessa mesma discussão, de "os discípulos de João
  • 00:13:37
    e dos fariseus jejuam os seus não'", Jesus fala quando vão jejuar,
  • 00:13:41
    nos três relatos nós vemos Jesus entrando imediatamente com a mesma alegoria.
  • 00:13:47
    Qual é a parábola
  • 00:13:50
    que Jesus apresenta com duas roupagens diferentes?
  • 00:13:53
    Primeiro, no verso 36, ele diz: "Ninguém tira um pedaço de uma roupa nova
  • 00:13:57
    para colocá-lo sobre roupa velha; pois se o fizer, rasgará a roupa nova,
  • 00:14:01
    e, além disso, o remendo da roupa nova não combinará com a roupa velha."
  • 00:14:04
    Basicamente, Jesus está dizendo que o novo de Deus
  • 00:14:07
    não pode ser adaptado numa estrutura velha de vida.
  • 00:14:10
    O novo de Deus é visto com uma roupagem nova, que deve ser
  • 00:14:15
    colocada no lugar da antiga, que tem que ser substituída pela nova.
  • 00:14:19
    Paulo diz isso em Efésios quatro, sobre se despir do velho homem
  • 00:14:23
    e os seus comportamentos, falando como uma roupagem e se revestir do novo homem.
  • 00:14:28
    Então pensando com a mentalidade daquela época onde as pessoas não tinham tanta roupa,
  • 00:14:32
    guarda roupa e coisas do gênero, Jesus diz que quem se veste bem estava nos palácios,
  • 00:14:36
    a maioria das pessoas não tinha indústria têxtil,
  • 00:14:39
    a facilidade de produção e acesso a pano e tecido,
  • 00:14:42
    ou seja, muitas roupas eram rasgadas, remendadas,
  • 00:14:46
    não eram tão apresentáveis como as que temos hoje.
  • 00:14:49
    Para quem estava com a roupa num estado desses, e a maioria estava,
  • 00:14:52
    alguém que viajava, como dizem os gibeonitas lá para Josué:
  • 00:14:55
    "Quando nós saímos a roupa era boa.
  • 00:14:57
    Quando nós chegamos agora, como estava?" Não tinha hotel
  • 00:15:00
    no meio do caminho, dormiam no chão, ficavam no relento, tomavam
  • 00:15:03
    banho e saía com a roupa que lavava no mesmo rio, secando no corpo.
  • 00:15:06
    Elas não tinham qualidade e não duravam.
  • 00:15:09
    Então, para quem está com uma roupagem dessa se alguém oferece uma nova,
  • 00:15:12
    o que a inteligência, e não precisa muito, sugere,
  • 00:15:14
    a lógica? Descarta sua velha, pega a nova.
  • 00:15:17
    Problema resolvido. Jesus está dizendo que ninguém
  • 00:15:19
    numa situação dessa ia dizer: "Não, não, não. É muito pano novo
  • 00:15:21
    aí que você está me oferecendo, uma roupa inteira boa.
  • 00:15:24
    Eu só tenho uns buracos faltando aqui. Eu não preciso disso tudo.
  • 00:15:27
    Deixa eu recortar só a parte que me falta e remendar aqui?"
  • 00:15:30
    Quando Jesus diz: "Ninguém faz" Ele não está falando de impossibilidade,
  • 00:15:33
    está falando de bom senso. Mas se ninguém faz no natural
  • 00:15:36
    por que é que ele está ensinando?
  • 00:15:37
    Porque ele sabia que no espiritual muitos de nós faríamos a escolha
  • 00:15:41
    de tentar viver de remendo em vez de renovo.
  • 00:15:44
    Então Jesus está dizendo que o novo que Deus oferece por meio do evangelho
  • 00:15:48
    não pode ser adaptado à uma estrutura velha de vida.
  • 00:15:50
    Ou seja, você descarta a velha e substitui pela nova.
  • 00:15:53
    A próxima ilustração, quando Jesus fala dos odres, é a mesma coisa.
  • 00:15:57
    O odre era uma bolsa de couro, uma espécie de cantil feito
  • 00:16:00
    com o couro dos animais que eles podiam ter sacrificado,
  • 00:16:04
    comido a carne, não importa,
  • 00:16:05
    aquilo era utilizado para várias finalidades, entre elas o odre.
  • 00:16:09
    Em toda a Bíblia você vai encontrar uma menção de um odre contendo água,
  • 00:16:13
    uma menção de um odre
  • 00:16:15
    contendo leite e todas as outras estão relacionadas com o vinho.
  • 00:16:19
    Não porque a bolsa só servisse para armazenar esse tipo de líquido,
  • 00:16:23
    mas havia uma lógica por trás disso.
  • 00:16:25
    Os povos antigos descobriram que, ao limitar o suco da uva
  • 00:16:28
    recém espremido lá no lagar, a uma quantidade
  • 00:16:31
    igualmente limitada de oxigênio, porque eles fechavam e lacravam a bolsa,
  • 00:16:36
    eles conseguiam controlar o processo de fermentação.
  • 00:16:39
    A fermentação é algo natural,
  • 00:16:41
    é o resultado da fermentação do açúcar da própria fruta.
  • 00:16:45
    Então, é nesse processo de fermentação que o suco deixa de ser suco
  • 00:16:50
    e se transforma em vinho, passa a ter um teor alcoólico.
  • 00:16:53
    No koiné, o grego antigo, a língua em que o Novo Testamento foi escrito,
  • 00:16:56
    eles não tinham uma palavra para suco outra para vinho. Eles falavam vinho novo,
  • 00:16:59
    recém espremido, ainda não fermentou;
  • 00:17:01
    vinho velho, já passou pela fermentação.
  • 00:17:04
    Então Jesus está dizendo que ninguém iria colocar o vinho novo,
  • 00:17:07
    que ainda vai fermentar, dentro de um odre velho, porque se aquele couro está velho
  • 00:17:12
    a hora que começar a fermentação e pegar a pressão, ele arrebenta a bolsa.
  • 00:17:16
    E Jesus está dizendo: "Vai perder o odre, porque ele vai arrebentar
  • 00:17:19
    e vai perder o vinho, porque ele também vai se derramar.
  • 00:17:21
    De novo Jesus está dizendo o quê? Que o novo de Deus
  • 00:17:24
    não se adapta numa estrutura velha de vida.
  • 00:17:27
    É o que eu e e você precisamos entender
  • 00:17:29
    é que um dos muitos resultados que o jejum tem o exercício do domínio próprio,
  • 00:17:34
    nós podemos falar de muitas coisas, de benefícios
  • 00:17:36
    espirituais, emocionais, físicos à própria saúde,
  • 00:17:39
    mas um dos muitos efeitos e resultados, impactos que o jejum produz
  • 00:17:44
    e que a gente tinha que colocar como algo prioritário
  • 00:17:48
    é a compreensão do impacto que ele tem em não tentarmos adaptar o novo de Deus
  • 00:17:54
    numa estrutura velha de vida. Quando falamos de santificação
  • 00:17:57
    a Bíblia apresenta uma única forma de lidar com o velho homem,
  • 00:18:01
    o velho comportamento, a velha natureza: é a mortificação
  • 00:18:04
    Essa é a essência da natureza da obra santificadora em Cristo Jesus.
  • 00:18:09
    É por isso que em Romanos, no capítulo 12, nos versos um e dois,
  • 00:18:12
    Paulo diz: "Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus,
  • 00:18:16
    peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.
  • 00:18:20
    Este é o culto racional de vocês. E não vivam conforme
  • 00:18:24
    os padrões desse mundo, mas deixem que Deus os transforme",
  • 00:18:28
    outras traduções trazem no imperativo: "transformai-vos pela renovação da mente,
  • 00:18:32
    para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."
  • 00:18:38
    Toda transformação que nos alinha com a vontade de Deus
  • 00:18:41
    está condicionada a algumas coisas, entre elas:
  • 00:18:44
    a mortificação da carne e a renovação da mente.
  • 00:18:47
    Eu posso dizer que o jejum tem um impacto nessas duas áreas.
  • 00:18:50
    Em primeiro lugar, o que é oferecer o corpo como sacrifício vivo?
  • 00:18:53
    Sacrificar é matar.
  • 00:18:55
    Agora, como é que o sacrifício vivo?
  • 00:18:57
    Isso é um paradoxo, uma aparente contradição.
  • 00:18:59
    Paulo está dizendo: "Gente, vocês vão matar, mas não vão matar literalmente o corpo."
  • 00:19:04
    O que é que a gente mata?
  • 00:19:05
    Colossenses 3.5 diz: "Fazei morrer a vossa natureza terrena."
  • 00:19:10
    Então, o que a gente mata não é o corpo,
  • 00:19:13
    é a força da carnalidade que está dentro do corpo.
  • 00:19:16
    Paulo vai usar expressões como o pecado que habita em mim, carne pecaminosa
  • 00:19:21
    que fala da inclinação da velha natureza, e essa precisa ser parada e mortificada.
  • 00:19:25
    A mortificação,
  • 00:19:27
    ela tem muito mais a ver
  • 00:19:28
    com o exercício do domínio próprio do que qualquer outra coisa.
  • 00:19:32
    Nós não podemos limitar a mortificação ao jejum, mas o jejum é
  • 00:19:35
    uma ferramenta intencional de mortificação praticada pelo próprio Jesus,
  • 00:19:40
    orientada por Jesus, praticada pelos seus apóstolos.
  • 00:19:45
    E nós precisamos entender que ela não pode ser negligenciada.
  • 00:19:48
    A palavra traduzida "jejum", ela significa "nestio",
  • 00:19:52
    é a composição de "ne", um prefixo de negação, e "stio", o que é não comer.
  • 00:19:56
    Daqui a pouco, quando fala da prática do jejum,
  • 00:19:58
    nós vamos falar de outras abstinências,
  • 00:20:00
    mas, em essência, o jejum é a interrupção daquilo que é essencial
  • 00:20:05
    à sobrevivência, a alimentação. Ainda que não de forma permanente, temporária
  • 00:20:10
    mas nós precisamos entender, mexe com um dos
  • 00:20:13
    mais intensos
  • 00:20:14
    instintos do ser humano, que é aquele aspecto ligado à sobrevivência.
  • 00:20:19
    E ele tem impacto na nossa estrutura.
  • 00:20:23
    Jesus não detalhou os processos.
  • 00:20:25
    Ele não precisa detalhar, porque no Reino de Deus a gente não precisa entender
  • 00:20:28
    princípio, a gente tem que praticar.
  • 00:20:30
    Jesus em Marcos quatro disse que o Reino de Deus é semelhante
  • 00:20:33
    a um homem que planta uma semente e ela brota sem ele saber como.
  • 00:20:37
    A semente não brota
  • 00:20:38
    pelo tanto que você entende de germinação. Ela brota se você plantar a semente.
  • 00:20:41
    Um engenheiro agrônomo, com todas as especializações possíveis
  • 00:20:45
    em germinação, que não planta uma semente, não vai ver resultado.
  • 00:20:49
    Alguém leigo como eu,
  • 00:20:50
    que não sabe muito da germinação, que escolhe plantar, vai ter resultado.
  • 00:20:54
    Então eu vejo alguns crentes querendo se tornar doutores,
  • 00:20:57
    experts na ciência do jejum, embora não jejuam. Não vão ter resultado.
  • 00:21:02
    E eu vejo gente que por uma vida jejua mesmo sem entender e colhe o resultado.
  • 00:21:07
    Há um ano e meio atrás, quando, depois de um estudo dedicado
  • 00:21:10
    da Palavra de Deus, escrevi um livro sobre jejum, eu entendi muito o
  • 00:21:14
    resultado estudando o assunto na Bíblia, que eu colhia por anos
  • 00:21:18
    enquanto praticava, sem ter entendido que tudo isso estava lá.
  • 00:21:22
    Então nós precisamos só compreender a sinalização.
  • 00:21:27
    Ele tem a ver com a mortificação da carne, da velha estrutura
  • 00:21:31
    e combinada à oração, sua irmã gêmea, porque o jejum aparece muito
  • 00:21:35
    nesse contexto, da prática da oração,
  • 00:21:37
    nós precisamos entender o poder que ele tem de mudar
  • 00:21:41
    não apenas a força da velha natureza, mas a maneira de pensar.
  • 00:21:44
    Eu brinco que um chip muda na cabeça de quem jejua.
  • 00:21:48
    Aliás, eu
  • 00:21:48
    gosto de dizer que o centro de gravidade muda na vida de quem jejua.
  • 00:21:51
    Centro de gravidade da Terra puxa para baixo,
  • 00:21:53
    centro de gravidade do Reino de Deus para cima.
  • 00:21:55
    Por isso que Colossenses três diz:
  • 00:21:57
    "Buscai as coisas que são do alto, pensar nas coisas que são do alto."
  • 00:22:00
    Quem jejua com regularidade costuma testemunhar as mesmas coisas.
  • 00:22:04
    As coisas materiais perdem absurda e inexplicavelmente o seu valor.
  • 00:22:09
    A capacidade de vencer toda a inclinação à carne,
  • 00:22:12
    ela é acentuada não por merecimento, mas porque nos expomos a princípios
  • 00:22:17
    de uma conscientização do que é espiritual, das ferramentas que estão
  • 00:22:20
    à nossa disposição e mortificamos a estrutura da carne e do velho homem.
  • 00:22:26
    Então, quando compreendemos essas verdades,
  • 00:22:29
    vamos perceber que elas são essenciais para quê?
  • 00:22:31
    Para que a nova natureza, a nova vida, seja vivida de forma completa.
  • 00:22:35
    Terceiro e último lugar eu quero destacar aqui a prática do jejum.
  • 00:22:39
    É comum as pessoas perguntarem: "Pastor, quais são as regras do jejum?"
  • 00:22:43
    E eu acho impressionante como as pessoas querem regras.
  • 00:22:47
    É lógico que tem coisas que não funcionam sem regras.
  • 00:22:50
    Por exemplo, em segunda Timóteo 2.5
  • 00:22:53
    Paulo diz: 'Igualmente, o atleta não é coroado se não competir segundo as regras."
  • 00:22:57
    Tem coisas que se a regra não for seguida, não tem resultado nenhum.
  • 00:23:01
    Mas eu gosto de dizer que o jejum não tem regras. Ele tem um propósito,
  • 00:23:04
    mas não costuma estar preso a regras.
  • 00:23:07
    Aliás, o nosso povo na nossa igreja, quando eu oriento sobre jejum,
  • 00:23:11
    normalmente eu brincando com um meme
  • 00:23:14
    recente, falo para eles; "Olha meu jejum, minhas regras."
  • 00:23:17
    Tem gente que chega e fala: "Pastor,
  • 00:23:18
    posso jejuar só com pão e água?" - "Pode até com caldo de cana e pastel",
  • 00:23:23
    não que eu recomende isso como opção saudável,
  • 00:23:26
    uma bomba glicêmica do caldo de cana seguido do pastel que é a fritura,
  • 00:23:30
    mas o que eu quero tentar explicar para as pessoas é que
  • 00:23:33
    não há regras preestabelecidas.
  • 00:23:35
    Jesus falou sobre jejum.
  • 00:23:37
    Ele não definiu a periodicidade.
  • 00:23:38
    Ele não definiu a duração do jejum.
  • 00:23:41
    Ele não definiu o tipo.
  • 00:23:42
    Tem vários tipos de jejum e a gente precisa entender isso.
  • 00:23:45
    Por quê? Ele estava nos dando a liberdade de escolher como queremos fazer
  • 00:23:50
    e de muitas vezes ter que seguir a liderança do Espírito Santo.
  • 00:23:53
    Assim como lemos nos Evangelhos que o Espírito Santo
  • 00:23:56
    guiou Jesus ao deserto para ser tentado pelo diabo
  • 00:23:59
    e ao executar essa liderança, nós vemos que
  • 00:24:02
    o Espírito Santo que
  • 00:24:04
    guiou Jesus a uma coisa, não há nada que sugira que não guiou para outra,
  • 00:24:08
    nós vemos uma resposta de Jesus à liderança do Espírito Santo,
  • 00:24:11
    que envolve não só Ida ao deserto, mas também ao jejum,
  • 00:24:14
    eu digo que há momentos onde ele pode trazer um comando claro:
  • 00:24:16
    "Olha, jejue dessa forma, faça por tanto tempo, faça de tanto em tanto tempo",
  • 00:24:21
    mas se ele não falar, então nós temos liberdade para escolher.
  • 00:24:24
    Então, primeiro ponto é dizer que não temos regras. Entre o não termos regra,
  • 00:24:28
    temos que destacar que tipos de jejum.
  • 00:24:31
    O primeiro deles que eu quero destacar chamamos de parcial.
  • 00:24:34
    "Pastor, o que é o jejum parcial?"
  • 00:24:35
    Daniel diz que durante três semanas inteiras
  • 00:24:38
    ele não comeu carne, ele não bebeu vinho e ele não comeu o manjar que desejava.
  • 00:24:42
    Não está dizendo que ele parou de comer tudo e eu já vi gente falando: "Não,
  • 00:24:46
    esse jejum parcial não tem poder, não tem resultado, não dá efeito nenhum."
  • 00:24:51
    E eu falo para essa pessoa: "Vai dizer isso para o anjo que veio dar joinha pro Daniel
  • 00:24:55
    no final dizendo: Tua oração foi ouvida."
  • 00:24:58
    A Bíblia fala de João Batista que botava os seus discípulos para
  • 00:25:01
    jejuar com frequência se alimentando de mel e de gafanhotos
  • 00:25:05
    silvestres. Então o que nós temos é uma espécie de dieta diferenciada.
  • 00:25:10
    Esse tipo de jejum, que normalmente é praticado no contexto bíblico
  • 00:25:13
    em períodos maiores,
  • 00:25:15
    ele envolve a privação de certos grupos de alimentos, mas não de todos.
  • 00:25:19
    Mas quando você lê Lucas, capítulo quatro, verso dois, sobre o jejum de Jesus,
  • 00:25:24
    diz que durante 40 dias ele não comeu e ao fim dos quais ele teve fome.
  • 00:25:29
    A Bíblia não diz que Ele não bebeu e nem que ele não teve sede.
  • 00:25:32
    Agora pense comigo 40 dias num deserto
  • 00:25:36
    não bebendo, não haveria registro de sede?
  • 00:25:40
    Outro dia alguém falou: "Mas se estava no deserto, o que beberia?"
  • 00:25:43
    Eu falei: "Olha,
  • 00:25:44
    João Batista
  • 00:25:45
    também vivia no deserto e a Bíblia diz que ele comia, que ele se alimentava.
  • 00:25:49
    A Bíblia diz que ele bebia."
  • 00:25:51
    O que eu e você precisamos entender
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    é que esse deserto não estava nem tão distante das cidades
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    e nem significa que não havia forma alguma de sobrevivência ali.
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    Agora, o que nós precisamos entender?
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    Esse jejum normalmente é classificado
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    e há meio que um consenso entre os estudiosos, que esse jejum é classificado como normal.
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    Água não é alimento.
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    Cerca de 70% do seu corpo é constituído de água e ela é essencial à vida,
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    à sobrevivência.
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    Com cinco dias sem água, o corpo pode entrar em colapso.
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    É por isso que normalmente o terceiro tipo de jejum, que além do parcial e do normal,
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    é o que chamamos de total ou absoluto, que é o jejum
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    sem comer nem beber, e ele aparece bastante na Bíblia,
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    é por isso que normalmente ele tem um limite de três dias no máximo.
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    Por quê? Salvo num contexto sobrenatural, a Bíblia diz que Moisés ficou por 40 dias
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    sem comer nem beber no monte,
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    mas estava imerso na glória, na manifestação da presença de Deus,
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    a gente não recomenda ninguém a fazer esse tipo de jejum.
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    Agora. Ele também está na Bíblia.
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    Agora, se é o parcial, se é o normal só com água, se é o total ou absoluto,
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    que é o mais austero de todos os jejuns, ainda que normalmente não seja
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    longo, sem água,
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    a Bíblia não define o tipo
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    isso significa que você tem liberdade para escolher
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    ou ser guiado pelo Espírito Santo nisso.
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    A Bíblia também não define a periodicidade, de quanto em quanto tempo.
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    Ela também não diz se é uma vez semana, se é uma vez por quinzena, se é
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    uma vez por mês.
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    É lógico que eu acredito que essa não definição da periodicidade
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    não é justificativa para gente que jejua uma única vez na vida ou nenhuma.
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    Essa prática é esperada de nós com uma certa regularidade,
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    embora a Bíblia não especifique isso.
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    A Bíblia também não especifica a duração do jejum.
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    Na Bíblia nós temos jejuns de uma parte do dia,
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    nós temos jejum de um dia inteiro, 24 horas,
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    e nós temos o que eu vou chamar de jejuns prolongados. Jejuns de mais de um dia
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    eu já vou chamar de prolongados.
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    Nesse jejuns prolongados, a Bíblia fala de gente que jejua três dias,
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    sete dias, 14, 21 e 40.
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    Não significa que são os únicos prazos que alguém possa jejuar, mas são exemplos
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    de quão diversificado pode ser esse período de duração do jejum.
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    Muitas pessoas, elas olham para um jejum como o de 40 dias e
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    imaginam: "Não, Jesus fez isso porque era Jesus."
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    A primeira vez que eu tive na montanha da oração na Coreia do Sul,
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    em 2009, eu fiquei impressionado com placas em todo lugar:
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    "Proibido jejuar mais de 40 dias."
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    Na época, eu não tinha feito nenhum
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    jejum de 40 dias ainda, depois viria a fazer vários desses.
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    Mas eu quero te dizer, isso não é tão assustador quanto parece,
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    embora é mais indicado para as pessoas dentro de um contexto de prática,
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    no meu caso, eu gosto de dizer que além da direção do Espírito Santo,
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    eu ainda acrescento acompanhamento médico antes, durante e depois.
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    Mas os jejuns prolongados são extraordinários na vida de quem já
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    se desenvolveu.
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    Tem gente que nunca fez um dia e já quer começar por um prolongado.
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    Eu digo: "Não é bem assim." Mas nós precisamos desenvolver
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    uma cultura do jejum.
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    O meu primeiro jejum eu pulei uma refeição,
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    ainda tomei refrigerante, algo do qual me libertaria
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    permanentemente depois, mas com medo de passar mal.
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    Depois eu fui descobrindo.
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    "Não, tem gente que pula duas refeições. Vou tentar.
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    Tem gente que vira 24 horas pulando as três.
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    Vou tentar."
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    E lentamente fui crescendo na prática, que para mim tem sido revolucionária.
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    Gosto de falar sobre o assunto hoje porque lá atrás nós já fomos privados
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    de muita informação
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    que as pessoas acreditavam que era pecado falar que jejua. Jesus não disse isso.
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    Ele falou para não tocar trombeta, para não se promover,
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    para não usar isso como uma maneira de tentar se colocar em evidência.
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    Mas a gente só sabe que Jesus jejuou, Ele estava sozinho lá, porque Ele contou.
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    Jesus liderava pelo exemplo, não ia instruir a gente a jejuar sem mostrar que fazia.
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    Então há um aspecto do compartilhar, principalmente
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    para quem tá perto, que é benéfico, que é saudável
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    e sim, pode ser feito sem que seja pecado.
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    Eu creio que essas são as instruções principais que deveriam nos nortear
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    enquanto doutrina,
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    que o jejum é uma prática para o nosso tempo,
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    não deveria ser negligenciado
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    nem subjetivado como muitos estão fazendo, mas
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    praticando. Que Deus te ajude a entender e dar a devida resposta a Ele.
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